sábado, 30 de novembro de 2013


Thiago M. Fidalgo: Três pilares que salvarão a cracolândia.

Não é de hoje que várias ações vêm sendo tomadas para tentar mudar a situação da região da cracolândia.

Tais medidas, no entanto, embora realizadas continuamente, não se dão de forma articulada, ou seja, a ação atual não se coordena com a anterior e não se coordenará com a próxima. É nítida a falta de um planejamento coeso, que deixe de ter a segurança como foco central. O cenário retratado esta semana, em que o "casarão do crack" em São Paulo foi retomado pelos dependentes, é resultado desta ineficiência, já que nada do proposto está funcionando. Em janeiro de 2012, quando tiveram início as ações de dispersão dos usuários e dependentes da cracolândia pela Polícia Militar, diversas vozes se levantaram dizendo que se tratava de uma medida paliativa, cuja eficácia seria temporária, uma vez que não focava no cerne do problema. Hoje, quase dois anos depois, infelizmente essa previsão se confirma.
 
Nos primeiros meses deste ano, quando o foco passou a ser no tratamento dos dependentes, teve início um programa centrado na internação. É sim uma medida importante, muitas vezes necessária, mas que se destina a situações extremas, pontuais e que significa apenas o início de um tratamento longo, que deve primar pela reinserção do paciente na sociedade. A internação não pode ser a política de saúde privilegiada no manejo dos dependentes. O centro do cuidado deve acontecer nos Centros de Atenção Psicossocial - Álcool e Drogas (CAPS-AD), focados no atendimento de pacientes com problemas com álcool e drogas. É neste espaço que o tratamento multidisciplinar acontece e que a reinserção do paciente pode ser desenvolvida. É lá que o sujeito vai recuperar sua autonomia e se apoderar novamente de sua vida, retomando a liberdade para assumir suas próprias decisões.
 
A pesquisa da Fiocruz divulgada na última semana, no entanto, trouxe um dado revelador: 80% dos pacientes dependentes de crack desejam tratamento, mas somente 20% conseguem acessar o sistema de saúde. Isto só comprova a extrema importância do investimento em ações que façam a ponte entre a rua e a unidade de saúde. Os técnicos dos consultórios de rua, os agentes comunitários de saúde bem treinados, os redutores de danos que conhecem a fundo as cenas de uso, são eles os profissionais mais capacitados para essa ligação, que podemos chamar de primeiro pilar.
 
Não devemos esquecer, também, que a cracolândia, em vez de ser uma experiência de "legalização da droga" é na verdade uma experiência de abandono completo do Estado. As pessoas que ali estão precisam, além de todo o atendimento de saúde, de cuidados básicos como segurança alimentar, moradia, ou simplesmente alguém que os auxilie a tirar novamente seus documentos, que foram perdidos em meio à desorganização da dependência. O auxílio na busca por um emprego é outra etapa nesse processo de retomada da dignidade, que casa perfeitamente com as diretrizes de atuação do CAPS-AD. Um trabalho de assistência social forte é o segundo pilar fundamental para garantir uma solução permanente para o problema da cracolândia.
 
Por fim, é inegável que ações de segurança pública são importantes para coibir o tráfico e, consequentemente, a violência que sempre caminha junto com ele. Esse terceiro pilar, não pode, no entanto, ser o único e nem o mais importante. Caso contrário, continuaremos a viver a situação paradoxal atual, em que inúmeras medidas são tomadas, mas o problema se mostra longe do fim.
 
THIAGO M. FIDALGO, 29, é psiquiatra, coordenador do setor de Adultos e Adolescentes do Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo (PROAD/UNIFESP)


DEMISSÃO POR EMBRIAGUEZ EXIGE "PROVA IRREFUTÁVEL".

Consultor Jurídico - INJUSTA CAUSA

A mera impressão de que um funcionário está alcoolizado não é motivo suficiente para demiti-lo por justa causa. Para a 6ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG), essa forma de dispensa exige “prova irrefutável”, já que traz consequências morais e financeiras ao trabalhador.
O colegiado reverteu a dispensa por justa causa de um motorista acusado de se apresentar embriagado ao trabalho. A empresa de logística tentava recorrer de decisão desfavorável em primeira instância, que havia discordado do critério utilizado para a demissão: o relato de apenas uma testemunha, com impressões subjetivas.
O juiz Mauro Elvas Falcão Carneiro, da Vara do Trabalho de Lavras, disse que a testemunha se baseou no fato de que o empregado estava com os olhos vermelhos, falando rápido e um pouco nervoso. Chamou a atenção do magistrado que, em nenhum momento, foi apontada em juízo falta de equilíbrio ou “odor etílico”, sintomas mais comuns da embriaguez.
A relatora no TRT-3, Rosemary de Oliveira Pires, manteve sentença. “A referida testemunha apenas teve a impressão de que o reclamante tinha ingerido bebida alcoólica, e não soube sequer informar o ano em que o suposto evento faltoso teria ocorrido”, escreveu. O entendimento de Pires foi seguido de forma unânime.
A empresa foi condenada ao pagamento de R$ 3 mil por danos morais, além das parcelas rescisórias (aviso prévio indenizado, 13ºs salários, férias com 1/3 e multa rescisória de 40% sobre o FGTS). Com informações da Assessoria de Imprensa do TRT-3.
Clique aqui para ler o acórdão.
0000169-26.2013.5.03.0065 RO

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Maconha em debate na Capital: liberar é o caminho? Adriana Franciosi/Agencia RBS


Maconha em debate na Capital: liberar é o caminho?


Especialistas debateram sobre o tema no Ministério Público durante a tarde de terça-feira
Foto: Adriana Franciosi / Agencia RBS
Novas evidências sobre os efeitos da maconha na saúde, cenários do consumo no Brasil e no mundo, suas consequências nos países que já liberaram o uso e os caminhos que o Brasil deve seguir.
Estes e outros temas foram debatidos durante a tarde desta terça-feira no seminário "Maconha: será que liberar é o caminho?", promovido pelo Instituto Crack Nem Pensar. A motivação do debate se deu, conforme o presidente do instituto, Marcelo Dornelles, devido a busca por alternativas de enfrentamento ao problema, levando-se em consideração as vertentes educação, liberação e repressão.
Ainda que indicando caminhos distintos, os palestrantes não apresentaram respostas definitivas sobre o tema, mas destacaram pontos importantes a serem debatidos pela sociedade. A necessidade de informar mais e melhor os jovens, os malefícios já comprovados da maconha e a prevenção como sendo a melhor estratégia para reduzir o consumo foram alguns dos pontos de convergência entre os especialistas.
Para introduzir o debate, o psiquiatra Sérgio de Paula Ramos, membro do conselho consultivo da Associação Brasileira de Estudos sobre o Álcool e outras Drogas, apresentou estudos científicos que serviram como base para fomentar a discussão. Conforme um recente estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), realizado em 2012, os países com políticas mais liberais em relação à maconha são os que tem a maior porcentagem de consumidores. No topo, Canadá, Nova Zelândia, Estados Unidos e Dinamarca. No Brasil, que ocupa uma posição mais abaixo na tabela, 1,3 milhões de pessoas são consideradas dependentes da substância. Entre os malefícios da maconha já comprovados cientificamente, o psiquiatra destacou o prejuízo para a memória, um menor compromisso com a escola e/ou trabalho e um aumento de 50% no risco de acidentes no trânsito.
Para o deputado estadual e ex-presidente da Frente Parlamentar de Combate às Drogas Mano Changes, a discussão sobre a liberação ou não da maconha deve ser feita levando-se em consideração o contexto social. Changes destacou que, inicialmente, é preciso se pensar no problema dos presídios brasileiros para, depois, iniciar o debate sobre a legalização, ou não, da maconha:
— Usuário de maconha não pode ser preso em um país que não regenera — destacou o deputado.
O mesmo ponto de vista foi compartilhado pela psicóloga e mestre em Ciências da Saúde Simone Fernandes, que destacou que o usuário precisa, em primeiro lugar, de tratamento, e não ser levado a uma prisão que não oferece condições de ressocialização. Simone ressaltou que a falta de educação sobre o tema é um elemento importante, pois quanto menos se percebe os danos da maconha, maior é o seu consumo.
Finalizando o debate, o juiz de Direito Final e ex-presidente do Conselho Federal de Entorpecentes Luiz Matias Flach afirmou acreditar que a sociedade não irá reduzir o consumo da droga se a mesma for criminalizada, e que o tema não pode ser visto apenas pelo ângulo da repressão. Para o juiz, o desafio atual é se pensar em novas formas de lidar com a questão.


MOTORISTA DE CAMINHÃO E VANS TERÁ EXAME ANTIDROGAS PARA TIRAR E RENOVAR CNH.


Jornal Folha de S. Paulo - De São Paulo
O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) decidiu exigir a realização de um exame toxicológico para motoristas de veículos como caminhões, ônibus e vans que forem tirar ou renovar a carteira nacional de habilitação.
O órgão federal responsável pelas normas de trânsito no país diz querer impedir que usuários de drogas ilícitas consigam tirar a CNH.
O alvo são os motoristas profissionais que costumam dirigir veículos pesados por muitas horas seguidas.
A exigência, prevista na resolução 460, começará a valer dentro de 180 dias.
Quem quiser renovar ou tirar a carteira nas categorias C (caminhões), D (vans e ônibus) e E (veículos mais pesados, como carretas e articulados) terá que passar por um exame que indica se substâncias psicoativas foram consumidas nos 90 dias anteriores.
Se der positivo, a pessoa ficará impedida de tirar a CNH na ocasião. Mas ela poderá pedir uma contraprova.
A exigência não valerá para os motoristas das categorias A (moto) e B (carro).
O Contran diz que a intenção é evitar acidentes e "oferecer mais segurança no trânsito em relação ao transporte de cargas e vidas".
A medida vai encarecer os custos para tirar a CNH. O exame custará entre R$ 270 e R$ 290. O conselho diz já haver sete empresas habilitadas para fazer esse teste, com redes espalhadas pelo Brasil.
Ele reconhece haver motoristas que usam medicamentos sob prescrição médica que têm na fórmula algum elemento detectado pelo teste.
Por isso, a quantidade e a duração do uso serão submetidas à análise de um médico, que emitirá um laudo final de aptidão do motorista.
Para Augusto de Arruda Botelho, advogado e presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa, a resolução é inconstitucional.
"A intenção pode ser boa, mas usar droga não é crime. Uma coisa é você flagrar a pessoa dirigindo com alguma substância. Outra é você punir a pessoa sem saber em que circunstância ela usou."
O teste poderá ser feito pelo fio de cabelo ou pelas unhas. O resultado também deverá ser apresentado na renovação da CNH a cada cinco anos -ou em possíveis mudança de categoria.
Poderão ser detectadas drogas como a cocaína, crack, merla, maconha e derivados, morfina, heroína, ecstasy, anfetamina e metanfetamina.
O órgão se baseou em estudo da Polícia Rodoviária que indicou que a utilização de drogas por motoristas de veículos pesados é um dos principais causadores de acidentes em rodovias. Pesquisa da USP com 1.009 caminhoneiros apontou que 9% usavam drogas de forma constante.

quinta-feira, 28 de novembro de 2013


EX-SERVIDOR ALCOÓLATRA E DEPENDENTE QUÍMICO CONSEGUE ANULAÇÃO DE DESLIGAMENTO VOLUNTÁRIO.

Âmbito Jurídico
A 2.ª Turma do TRF da 1.ª Região anulou ato administrativo que desligou um ex-professor do quadro de servidores do Governo do Estado de Roraima (então denominado Território Federal de Roraima). A decisão considerou que, devido ao quadro de alcoolismo e dependência química, o servidor não estava em plenas condições psíquicas no momento em que aderiu ao Plano de Desligamento Voluntário (PDV).
O caso foi ajuizado em 2005, quando o ex-professor pleiteou a anulação do ato na Justiça Federal. Em primeira instância, o Juízo da 6.ª Vara da Seção Judiciária do Distrito Federal concedeu o pedido, determinando o pagamento dos vencimentos, 13.º salário, férias e demais vantagens oferecidas pelo cargo de professor de ensino de 1.º e 2.º graus, Classe “C”, Nível “03”. O processo chegou, então, ao TRF em forma de remessa oficial – situação jurídica em que o recurso da União, como parte vencida, “sobe” automaticamente à instância superior para nova análise –.
Ao apreciar o caso, contudo, o relator da ação no Tribunal manteve a sentença. No voto, o juiz federal convocado Cleberson José Rocha destacou que “os requisitos de validade do ato administrativo têm que ser aferidos frente à situação fática e jurídica existente quando de sua efetivação”. Dessa forma, o alcoolismo crônico e a dependência química já seriam suficientes para tornar “passível de nulidade” a manifestação da vontade de aderir ao PDV, por resultarem na “incapacidade de auto-gestão” do servidor.
No entendimento do magistrado, o servidor sequer preenchia todos os requisitos exigidos para a adesão, previstos no artigo 3.º da Medida Provisória n.º 1.917/99. Pelo texto legal, servidores afastados para tratamento de saúde não poderiam optar pelo desligamento voluntário – e o alcoolismo crônico é considerado doença devidamente tipificada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) –.
Um laudo pericial confirmou que o ex-professor era alcoólatra desde 1978, usava pasta de cocaína desde 1987 e tornou-se viciado em crack a partir de 1994. Como nunca se submeteu a um tratamento de desintoxicação, o requerente passou a sofrer dificuldades financeiras e pessoais. “O autor não tinha suficiência psíquica à época que solicitou seu pedido de demissão voluntário, pois há, por parte do dependente químico, uma maior prioridade ao uso do álcool e da droga em detrimento de outras atividades e obrigações”, concluiu a perita.
Mesmo anulando o ato de demissão e concedendo o direito a diferenças, remunerações e vantagens que o cargo de professor oferecia, o relator negou um novo pedido feito pelo servidor: a percepção de valores referentes a eventuais progressões. “Incabível a condenação da administração (...), porquanto estas têm disciplina própria, exigindo o efetivo exercício do labor”, pontuou Cleberson José Rocha.
Com a decisão, os valores devidos deverão ser pagos acrescidos de juros de mora e correção monetária. O voto do relator foi acompanhado pelos outros dois magistrados que integram a 2.ª Turma do Tribunal.
RC
Processo n.º 0007473-81.2005.4.01.3400

PRESIDENTE DA ABEAD SE POSICIONA CONTRA CAMPANHA DA AMBEV QUE UTILIZA PERSONAGENS INFANTISPRESIDENTE DA ABEAD SE POSICIONA CONTRA CAMPANHA DA AMBEV QUE UTILIZA PERSONAGENS INFANTIS.


A AMBEV, dona de marcas de cerveja como Skol, Antarctica, Brahma e Budweiser, lançou recentemente no mercado a campanha “Papo em Família”, que consiste em um material (cartilha, vídeo, tirinhas) da Turma da Mônica para falar sobre a idade certa para o consumo de bebidas alcoólicas.
Segundo a presidente da ABEAD (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas), Ana Cecília Marques, é inadmissível ter o Cebolinha, um dos personagens principais das histórias infantis aprendendo sobre a hora certa de ingerir bebidas alcoólicas, tratando a cerveja como se fosse leite. “O Cebolinha faz parte do imaginário coletivo brasileiro, e vê-lo convivendo com a cerveja, até hoje considerada por muitos uma bebida mais fraca, é uma péssima influência, principalmente por passar a ideia que ela é quase como se fosse água para matar a sede, o que sem dúvida é influência negativa”, afirmou a psiquiatra.
A peça ainda retrata os parentes do Cebolinha na trama, colocando na figura do pai o papel de definitivamente inserir a cerveja na mesa da família brasileira, justamente em casa, local onde deveria prevalecer a prevenção, principalmente ao lidar com jovens. “Não é de hoje que a indústria do álcool traça estratégias para garantir a clientela das novas gerações, mas mexer com o lúdico das crianças já é demais”, comentou Ana Cecília Marques.
Além da tão usada mensagem que coloca “a bebida alcoólica como um produto qualquer”, depois daquela que insiste que “é só beber com moderação”, a campanha reforça uma nova vertente ao dizer que “o produto pode ser um hábito transgeracional, parte da cultura familiar”. Daqui a algum tempo, poderá se transformar em um valor familiar, indo mais além da família, atingindo seu entorno, pois lá também estão os amigos do Cebolinha. “Será que agora só nos resta esperar que por meio de suas propagandas inescrupulosas eles transformem a Mônica e suas amiguinhas em super mulheres, sensuais e poderosas, fantasiando que a bebida alcoólica é um produto que tem esse poder, e rapidamente nossas adolescentes irão bater todos os recordes do abuso e da dependência?”, indaga a presidente da ABEAD. “Onde estão os órgãos que controlam as propagandas? E diante de um crime tão contundente, vamos indiciar a indústria de bebidas alcoólicas ou o pai e a mãe do Cebolinha?”, conclui.

APREENSÃO DE CIGARRO JÁ É 25% MAIOR EM 2013.

O Progresso - Dourados/MS

Mato Grosso do Sul e o Paraná são os estados que mais apreendem.

 Tanto carretas quanto pequenos veículos são utilizados (Foto : arquivo)
Mesmo com a desarticulação constante de quadrilhas envolvidas no contrabando de cigarros, o número de apreensões continua crescendo no Estado. Antes mesmo de terminar o ano, o aumento nas apreensões já é 25% maior em relação a todo período de 2012.
De janeiro a outubro de 2013, segundo a Receita Federal, foram apreendidos mais de 50 milhões de maços em Mato Grosso do Sul, contra 40 milhões em 2012. Só em novembro, na Capital, foram interceptados 911 mil maços de cigarro.
A atuação conjunta das forças policiais tem contribuído para o aumento das apreensões, conforme explicou o delegado da Receita Federal em Campo Grande, Flavio de Barros Cunha. “São várias forças atuando em conjunto. A PRE (Polícia Rodoviária Estadual), a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o DOF (Departamento de Operações de Fronteira), Receita Federal. Isso ajuda a aumentar o número de apreensões”.
Dos quatro depósitos da Receita Federal no Estado - Ponta Porã, Corumbá, Mundo Novo e Campo Grande -, Ponta Porã é o que mais contabiliza apreensões, segundo o delegado. Os cigarros produzidos no Paraguai entram no Estado principalmente pelo município.
No ano passado, foram interceptados em Ponta Porã 21 milhões de maços contrabandeados. Em Mundo Novo,15 milhões, na Capital 3 milhões, e em Corumbá, 21 mil maços durante todo ano. “Em Corumbá são apreendidas mais roupas contrabandeadas”, frisa Cunha. Hoje, Paraná e Mato Grosso do Sul são os estados que mais apreendem cigarros contrabandeados no país. Segundo a Receita Federal, o cigarro fabricado no Paraguai é distribuído em todo país, quando consegue furar a fiscalização.

EXAME OBRIGATÓRIO VAI DETECTAR USO DE DROGAS POR MOTORISTAS PROFISSIONAIS.
Condutores de caminhões, carretas e ônibus terão que fazer o exame na hora de tirar ou renovar a carteira. Abuso de drogas é comum nas estradas.
Os motoristas profissionais de caminhões, carretas e ônibus vão passar por um exame que detecta o uso de drogas em um período de 90 dias antes do teste.
A resolução é do Conselho Nacional de Trânsito e determina que esse exame seja feito na hora de tirar ou renovar a carteira. O repórter Wilson Kirsche mostra como funciona o mercado de substâncias ilegais nas estradas.

Na cabine, um abuso declarado, bem conhecido por motoristas que não usam, mas são testemunhas do consumo entre os colegas. “Não estão tomando rebite, estão cheirando pó mesmo”, diz um caminhoneiro.
“Cocaína, crack, maconha”, afirma outro caminheiro.
Eles contam que o mercado clandestino transforma pátios e estacionamentos em pontos de tráfico. “Qualquer lugar que você chegar, acha. É como comprar doce no mercado”, diz um caminhoneiro.
Um caminhoneiro que não quer mostrar o rosto só dirige tomando comprimidos estimulantes, conhecidos como rebites. Ele diz que já passou cinco dias sem dormir para dar conta das entregas e aumentar a renda. “Na primeira noite dois, na segunda noite quatro, na terceira noite seis. E aí vai. Te deixa ligado a noite toda, que é o que cara precisa para poder rodar”, conta.
É esse perigo que está na mira da lei. A resolução do Contran vai tornar obrigatório o exame toxicológico ,que detecta consumo de drogas, para emissão e renovação da carteira de motorista, nas categorias C,D e E. As análises terá que ser feita em laboratório credenciado, e o laudo apresentado junto com os exames exigidos pelo Detran.
Para os testes serão coletadas amostras de cabelos, pelos ou unhas. O exame vai mostrar se houve uso de maconha, cocaína, crack ou anfetamina até 90 dias antes da coleta. “A queratina presente nos pelos e cabelos aprisiona pequenas moléculas das drogas, tornando possível que nós as detectemos por um período maior. O resultado sai em aproximadamente 15 dias”, explica o diretor de laboratório Vicente Milani.
Se o resultado der positivo para o uso de drogas, a resolução também permite que seja feita uma contraprova, até 90 dias depois do exame. O motorista só vai poder retirar ou renovar a habilitação se esse novo teste der negativo.
O sindicato dos caminhoneiros reconhece que o rigor do exame vai barrar muita gente, e que será preciso fazer campanhas de conscientização entre os profissionais. “Tem que investir muito nessas campanhas, nessas orientações, para que a gente possa ter uma equipe boa”, ressalta Carlos Dellarosa.
Transportadoras ouvidas pelo Bom Dia Brasil apoiam a medida, mas afirmam que não têm como arcar com o custo do exame, de R$ 350 a R$ 400. O teste teria que ser bancado pelos motoristas. “Para ele ser contratado pela empresa ele vai estar com os documentos todos em ordem, vai ter que estar. Então esse custo vai ser repassado para ele, infelizmente”, diz a supervisora de transportadora Débora Quaglio.
Mesmo assim, dentro da boleia, a aprovação é quase geral. Os caminhoneiros sabem que esse vai ser o preço da segurança. “Quanto menos louco na estrada, melhor”, diz um caminhoneiro.
A resolução já foi publicada, mas o Contran deu prazo até julho do ano que vem para começar a exigir o exame.
Bom Dia Brasil

segunda-feira, 25 de novembro de 2013


O QUERIDINHO DAS BALADAS É O APEROL. CONHECE?
Como o grupo Campari se reaproximou dos jovens com uma bebida até pouco tempo atrás desconhecida fora da Itália e com nome de remédio - o Aperol.
Cerca de 2 000 jovens se reuniram num fim de tarde de agosto numa praia de Salento, na região da Puglia, no sul da Itália. Numa espécie de festival a céu aberto com a apresentação de DJs e músicos locais, o encontro reuniu um público de 18 a 34 anos em busca de balada e diversão.
Nenhum deles pagou ingresso. Mas pareceram não se importar em pagar 3 euros por uma dose da única bebida à disposição — o coquetel Aperol Spritz, preparado com uma mistura de espumante, água com gás e Aperol, bebida de cor laranja com sabor levemente amargo, cujo nome mais parece o de um remédio (mas, na verdade, remete à proposta de ser um aperitivo antes das refeições).
Estima-se que tenham sido vendidas 5 000 doses naquela noite. De junho a setembro, o roteiro se repetiu em outras 16 cidades em cinco países, como Espanha, Áustria e Inglaterra. Chamado de Aperol Spritz Tour, o evento criado há três anos pelo grupo Campari, sexto maior fabricante de bebidas do mundo e dono da marca, é o exemplo máximo do esforço de uma companhia centenária para se reaproximar de um público mais jovem. 
Nos anos 90, seus executivos tiveram de decidir entre crescer por aquisições e defender um mercado de nicho com um produto único — o Campari. Ficaram com a primeira opção. De 1995 a 2002, com a receita andando de lado, o Campari comprou 17 marcas, como o vermute Cinzano e a vodca Sky.
Em paralelo, começou um esforço para revigorar a aura de sofisticação da marca Campari — uma das medidas foi produzir ensaios fotográficos com beldades como a atriz americana Uma Thurman e a espanhola Penélope Cruz para um calendário de luxo com apenas 9 999 exemplares por ano, desde 2000.
Parte importante da virada começou em 2003 com a compra do Aperol, uma bebida criada em 1919 na cidade de ­Pádua e até então praticamente desconhecida fora da Itália. Com o impulso da rede de distribuição do Campari, hoje presente em mais de 190 países, o Aperol ganhou o mundo.
Hoje é o principal produto do portfólio do grupo, à frente da bebida que deu origem à empresa há mais de 150 anos. Cerca de 12% das receitas de 1,3 bilhão de euros referente a 2012 vieram da marca. “Conseguimos levar a bebida para o mundo”, diz Sascha Cumia, diretor-geral da Campari na América do Sul.
O primeiro esforço foi criar uma mania em torno do Aperol Spritz, bebida popular no nordeste da Itália há quase um século. Com o slogan “Crazy for life” (“Louco pela vida”), as campanhas da empresa retratavam jovens brindando com o coquetel.
E davam a receita do Spritz: três partes de espumante, duas de Aperol e uma de água com gás. A estratégia de promover as festas ajudou a popularizar a bebida na Europa. Ao mesmo tempo, partiu para outra tática: treinar bartenders em paí­ses como Alemanha e Austrália. Deu certo.
No último verão americano, foi eleito o drinque do ano pelo jornal The New York Times. Também ajudou o espanhol Davi Rios a ganhar o prêmio de melhor bartender do mundo na competição Diageo World Class 2013, maior campeonato mundial de “mixologia” — neologismo para a técnica de criar coquetéis. O coquetel campeão foi o Gold Basque Punch, que, entre outros ingredientes, leva, claro, Aperol. 
A mesma tática valeu no Brasil. Diante do potencial de mercado, hoje o quarto do grupo no mundo, o país ganhou atenção especial da companhia. O Campari por enquanto treinou bartenders de 11 estabelecimentos em São Paulo e, no início, chegou a ofe­recer rodadas de Aperol Spritz de graça. Esses bares passaram a ser chamados de “embaixadas”.
No próximo verão, a empresa pretende levar o treinamento de bartenders para o litoral paulista, além de Rio de Janeiro e Porto Alegre. As vendas da marca cresceram 100% no país em 2013. “O Aperol Spritz já representa metade dos coquetéis que vendemos”, diz Carlos Bertolazzi, sócio do Zena Caffé, primeira embaixada Aperol no Brasil.
Quanto tempo vai durar esse ciclo de ascensão? “O desafio do grupo Campari será fazer o Aperol romper a barreira de um modismo para se tornar um produto clássico”, diz Jaime Troiano, especialista em marketing. Para não depender de uma só aposta, a empresa continua a investir na diversificação. Em 2012, comprou cinco marcas de rum, como a tradicional jamaicana Appleton, criada em 1749. A mensagem dos executivos do Campari é que a capacidade de se renovar parece sempre a melhor estratégia.

domingo, 24 de novembro de 2013



Criada comissão de combate e prevenção às drogas.

Os vereadores criaram uma comissão de combate e prevenção às drogas para debater planos de ação integrada entre os municípios da região para o tratamento de usuários crônicos de drogas.

A intenção é traçar metas e objetivos em ações conjuntas entre os municípios participantes. Segundo o vereador Thiago Silva (PMDB), presidente da Comissão, já nesta segunda-feira (18), o grupo deve iniciar os trabalhos.

Na comissão de combate e prevenção às drogas, o grupo está debatendo o Plano de Discussão Integrada. “O propósito único é o de unir forças e propor ações estratégicas de estruturação de uma rede de acolhimento, tratamento e reinserção social de dependentes químicos e apoio às famílias sul-mato-grossenses”, argumenta o vereador.

De acordo com Thiago Silva, a comissão quer atuar de forma sistêmica no tratamento, além de promover e fomentar a ação de prevenção ao uso de drogas lícitas e ilícitas, sobretudo junto a população jovem. “Também buscamos sensibilizar os órgãos estaduais de segurança pública sobre a necessidade de combater firmemente o tráfico de drogas na região”, completa.

Como principal objetivo, a comissão quer trabalhar o fortalecimento de políticas públicas de prevenção às drogas e tratamento aos usuários crônicos de drogas.

Os membros da Comissão são os vereadores Olímpio Alvis (PR), Cláudio da Farmácia (PMDB), Dr. Manoel da Silva Neto (PMDB), Marcelo Marques (Pros) e Jailton do Pesque e Pague (PDT).

Fonte: A Tribuna Mato Grosso
droga-coffee shop-1


HOLANDA ‘ARREPENDIDA’ COM A LIBERAÇÃO DA MACONHA E DA PROSTITUIÇÃO. 67% DA POPULAÇÃO É, AGORA, A FAVOR DE MEDIDAS MENOS LIBERAIS.

67% da população é, agora, a favor de medidas MENOS liberais.

Em matéria publicada na revista Veja de 5 de março, sob o título Mudanças na vitrine, o jornalista Thomaz Favaro ressalta que, desde que a prostituição e as drogas foram legalizadas, tudo mudou em De Wallen, famoso bairro de Amsterdã, capital holandesa, onde a tolerância era aceita. “A região do De Wallen afundou num tal processo de degradação e criminalidade que o governo municipal tomou a decisão de colocar um basta.
Desde o início deste ano, as licenças de alguns dos bordéis mais famosos da cidade foram revogadas. Os cafés já não podem vender bebidas alcoólicas nem cogumelos alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los de funcionar a menos de 200 metros das escolas.
Ao custo de 25 milhões de euros, o governo municipal comprou os imóveis que abrigavam dezoito prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora acolhem galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo”. A matéria destaca ainda que a legalização da prostituição na Holanda resultou “na explosão do número de bordéis e no aumento da demanda por prostitutas”. Nos primeiros três anos de legalização da prostituição, aumentou em 260% o tráfico de mulheres no país.
E a legalização da maconha? Fez bem? Também não. “O objetivo da descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas. Supunham os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário recorrer ao traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas. (…) O problema é que Amsterdã, com seus cafés, atrai ‘turistas da droga’ dispostos a consumir de tudo, não apenas maconha. Isso fez proliferar o narcotráfico nas ruas do bairro boêmio. O preço da cocaína, da heroína e do ecstasy na capital holandesa está entre os mais baixos da Europa”, afirma a matéria de Veja.
O criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã, afirma: “Hoje, a população está descontente com essas medidas liberais, pois elas criaram uma expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe dessas atividades”. Pesquisas revelam que 67% da população holandesa é, agora, a favor de medidas mais rígidas. E ainda tem gente que defende que o Brasil deve legalizar a maconha, o aborto, a prostituição etc, citando a Holanda e outros países como exemplo de “modernidade”.
Veja o caso da Suíça. Conta Favaro: “A experiência holandesa não é a única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na tolerância com as drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse, onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas, tornara-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais rígidas à prostituição e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os em imóveis residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da moda para o bairro”.
E a Dinamarca? “Em Copenhague, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, o bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em todas essas cidades, a tolerância em relação às drogas e ao crime organizado perdeu a aura de modernidade”.

As entidades cobram do poder público a implantação de infraestrutura adequada, para o tratamento dos dependentes químicos, na capital e no interior do Estado.


OAB COBRA EXECUÇÃO DE POLÍTICAS PARA TRATAMENTO DE USUÁRIOS DE DROGAS.
O foco dos debates girou em torno do fortalecimento das ações voltadas para a área de prevenção, controle e combate ao uso de álcool e outras drogas.
Representantes da sociedade civil organizada e de instituições públicas participaram de debates, na tarde desta quinta-feira (20), em audiência pública promovida pela Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Amazonas (OAB/AM), na sede da entidade.
O foco dos debates girou em torno do fortalecimento das ações voltadas para a área de prevenção, controle e combate ao uso de álcool e outras drogas. As entidades cobram do poder público a implantação de infraestrutura adequada, para o tratamento dos dependentes químicos, na capital e no interior do Estado.
O evento foi conduzido pela Comissão Permanente para Prevenção, Capacitação e Controle do Álcool e outras Drogas da OAB/AM, instituída recentemente pelo presidente da OAB/AM, Alberto Simonetti Neto, com o objetivo de incentivar a criação de mecanismos de prevenção, promover a capacitação técnica de profissionais em parceria com outras instituições, além de fiscalizar a atuação de órgãos de saúde pública quanto ao atendimento da população de dependentes e infraestrutura disponível para tratamento dessas patologias. A comissão é composta por advogados e conta com o apoio de profissionais de saúde, especialistas na área, dentre outros parceiros.
A presidente da Comissão, Alice Sobral, destacou que a OAB está empenhada em fiscalizar a execução das ações públicas, voltadas para a área e que devem ser orientadas pela Política Nacional de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas.
Segundo ela, o grupo de trabalho também está voltado para a tarefa de conscientizar a população sobre os males que causam prejuízos à saúde pública e ao bem-estar social.
Uma das necessidades apontadas pelas instituições para que seja obtido avanço na atenção dispensada à saúde de usuários de álcool e outras drogas no Amazonas é a implantação de Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas (CAPs AD), de responsabilidade dos municípios.
O funcionamento dos CPAs é estabelecido pela portaria nº 336, do Ministério da Saúde, de 19 de fevereiro de 2002. Outra portaria ministerial assegura, também, recursos financeiros aos municípios para instalação dessa infraestrutura.  
O mobilizador da Associação Brasileira de Redutores de Danos (Aborda), Aluísio Campos, aponta que até o início da reforma antimanicomial, há 12 anos, os usuários de álcool e outras drogas eram atendidos na mesma estrutura de saúde voltada a doentes mentais.
“Hoje, ainda não há infraestrutura disponível, para tratar essa população de forma adequada”, frisa.
Segundo ele, os serviços disponíveis destinados ao tratamento e recuperação de dependentes químicos são mantidos por organizações não governamentais, a maioria de caráter religioso.
A presidente da Associação de Redução de Danos do Amazonas, Evalcilene dos Santos, afirma que a entidade sem fins lucrativos atende atualmente cerca de mil dependentes químicos, que são usuários de álcool e drogas como maconha, cocaína e crack.
A Associação conta com o trabalho de uma equipe de voluntários, incluindo profissionais de saúde como psicólogos, enfermeiros, médicos, técnicos de enfermagem, dentre outros, além de assistentes sociais, entre outros que atuam diretamente nas comunidades da capital e no município de Iranduba, fazendo o atendimento e acompanhamento terapêutico das pessoas.
A assessora jurídica da Secretaria Executiva de Políticas Públicas para Mulheres, Michelle Custódio, frisa que o órgão está envolvido nas ações propostas pela Comissão da OAB, com o objetivo de fortalecer as atividades do Estado no enfrentamento da violência contra a mulher, gerada pelo uso de álcool e outras drogas.
“Mais da metade dos casos de violência contra a mulher está relacionado ao consumo de bebidas alcoólicas e outras substâncias lícitas e ilícitas. Nossa meta é integrar e fortalecer essa rede de instituições, a fim de enfrentar o problema, com medidas preventivas e de resolução”, ressaltou.
Alice Sobral anuncia que o passo seguinte da equipe de trabalho da OAB é a formalização das parcerias institucionais e a fiscalização em campo, das ações desenvolvidas pelo poder público, atualmente.
A OAB irá propor, também, um pré-projeto de lei que estabelece normas para o tratamento da Síndrome Alcoólica Fetal, no âmbito estadual. Participaram da audiência representantes da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Polícia Militar do Amazonas, Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), Ministério Público Estadual, dentre outras organizações. 

 Com informações de assessoria .  portal@d24am.com

quinta-feira, 21 de novembro de 2013


A embriaguez em serviço e a demissão por justa causa.

Está lá na CLT: “Art. 482 - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo empregador: (...) f) embriaguez habitual ou em serviço;”.


Embora o texto de lei seja muito claro, sua aplicação tem sido alvo de grandes debates.

Esse assunto voltou a chamar a atenção da sociedade nos últimos dias, quando foi divulgada decisão da 17.ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 2.ª Região (SP), que reverteu a demissão por justa causa de um trabalhador que era dependente químico. Nesse processo, ficou comprovado – por meio de atestados – que o empregado era usuário de crack e bebida alcoólica, o que desencadeava agressividade verbal, e o que inclusive resultou em sua internação, por seis meses.

A empresa defendeu-se dizendo que desconhecia o quadro de dependência química do trabalhador e justificou que a demissão se deu por conta de várias faltas injustificadas, o que não convenceu a Justiça, já que alguns de seus colegas de trabalho comprovaram, em juízo, que já se comentava sobre a situação do empregado e que a empresa tinha conhecimento dos fatos.

O TRT reconheceu, portanto, que o que acometia o trabalhador era uma doença, inclusive classificada como código F19 da CID (Classificação Internacional de Doenças), e que foi injustamente demitido enquanto se encontrava, de fato, doente. O alcoolismo crônico é classificado, pela Organização Mundial de Saúde, como síndrome de dependência do álcool, cuja compulsão pode eliminar a capacidade de discernimento do doente.

A Justiça entendeu que a empresa deveria tê-lo afastado e encaminhado para tratamento médico pelo INSS e, assim, declarou nula a dispensa, determinou sua reintegração e concedeu-lhe, inclusive, estabilidade provisória de um ano, após a reintegração.

Não é de hoje que os tribunais têm pensado dessa forma. Nos últimos tempos, têm aumentado casos de reversão de demissão por justa causa em casos de embriaguez habitual por se entender que o alcoolismo é doença crônica.

Outra decisão, bastante comentada, foi proferida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) no final de 2012, que condenou a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, revertendo a justa causa de um carteiro demitido por ter ofendido os colegas de trabalho. Segundo o que foi apurado, as ofensas foram proferidas quando o trabalhador estava sob o efeito de remédios controlados e álcool, e inclusive estava em licença para tratamento médico.

Em ambos os casos citados – nos quais a Justiça entende não ser possível a demissão por justa causa – há uma semelhança: não se trata de um episódio isolado de embriaguez, mas sim de alcoolismo, de dependência química. E, os casos em que o trabalhador é saudável e comparece bêbado ao serviço ainda são considerados falta grave, o que pode justificar a demissão.

Essa diferença entre as hipóteses é tema de um projeto de lei, que se arrasta no Senado, que pretende excluir a embriaguez habitual da relação de faltas graves, mantendo apenas a embriaguez em serviço e acrescentando que, nos casos de alcoolismo crônico, a demissão só se dê se o empregado se recusar a receber tratamento.

E, no meio da interpretação dessas situações – o que, convenhamos, não é fácil – está o empregador, que fica num dilema: demite o empregado, correndo o risco de ser condenado numa reintegração e em indenização por danos morais, ou mantém o trabalhador, torcendo para que ele não cause – e nem sofra – algum acidente de trabalho (e nem venha a causar outro prejuízo à empresa).

Então, como o empregador deve agir? A resposta não é simples.

De uma maneira geral, a Justiça tem entendido que a empresa deve esgotar os recursos e possibilidades disponíveis para preservar a saúde do trabalhador, deixando como último recurso a demissão. Até lá, recomenda-se encaminhar o trabalhador a algum programa de recuperação ou mesmo ao INSS, para que possa se reabilitar antes de voltar ao trabalho. Devem-se esgotar as medidas de restabelecimento da saúde do empregado antes de qualquer despedida (seja ela com ou sem justa causa).

E, se a questão for parar nos tribunais, caberá à empresa provar que se utilizou de todos os recursos possíveis para a recuperação do trabalhador e para a manutenção do contrato de trabalho.
Autor:
OBID Fonte: www.administradores.com.br



NOVAS DROGAS COMEÇAM A SURGIR ENTRE OS DEPENDENTES QUÍMICOS.

Portal de Paulínia
Novas drogas começaram a surgir entre os dependentes químicos nos últimos tempos, como é o caso do krokodil, metadona, PMA (parametoxianfetamina), oxi  (variante da cocaína) e a metanfetamina. 
 Algumas delas, feitas caseiramente, são extremamente perigosas, pois além de deixar sequelas graves no corpo, podem levar à morte em pouco tempo. Veja o que é cada uma e quais consequências elas trazem ao organismo:

Krokodil: Popular na Rússia e três vezes mais barata que a heroína, o krokodil, é uma desomorfina (versão caseira da morfina) que pode ser fabricada a partir de uma mistura de codeína, gasolina, óleo de fritura, diluentes de tintas, ácido clorídrico, iodo e fósforo. Esses "multicontaminantes" podem causar o apodrecimento de todos os músculos. O dependente dessa droga fica com aparência de um crocodilo, pois a pele fica esverdeada, descamada e enrugada.

Além de apodrecer os músculos, a droga injetável também provoca ferimentos e cicatrizes por todo o corpo, já que causa a necrose da pele — morte da célula ou parte do tecido que compõe o organismo vivo. O uso do krokodil vem se espalhando pela Rússia e também pelos Estados Unidos como um vírus entre os jovens. Além de problemas musculares, viciados em krokodil podem desenvolver problemas cerebrais e, até mesmo, perder a fala. Algumas pessoas chegam a morrer na primeira aplicação da droga. Existe tratamento para as sequelas da droga. As cirurgias plásticas podem reparar as cicatrizes, além de interromper a progressão droga no organismo.

Metadona: A metadona é uma droga do grupo dos opióides que pode ser utilizada no tratamento de dependentes da heroína e de outros derivados do ópio. Com as mesmas propriedades que a morfina, ela traz a sensação de prazer e bem-estar mais leves, o que ajuda a vencer a dependência psicológica. Apesar de também causar dependência, a metadona não provoca sequelas graves iguais ao krokodil, por ter efeitos menos intensos. No entanto, seu uso exagerado pode causar a morte do dependente.

PMA: A PMA (parametoxianfetamina) é uma droga sintética do grupo das anfetaminas e também é perigosa como o krokodil. No primeiro momento, a droga traz as sensações de prazer, bem-estar e agilidade no raciocínio. Porém, seu uso contínuo pode trazer efeitos colaterais graves. A pessoa pode sofrer derrame cerebral, infarto do miocárdio, arritmia cardíaca e morte súbita.

Oxi: Conhecido como “oxi ou óxido”, a droga, altamente agressiva, é uma mistura de cocaína com querosene, gasolina e cal virgem. Quando usada, ela causa os mesmos efeitos que o crack, como a falta de apetite, magreza e fraqueza nos ossos e no corpo. Além dessas, o oxi também provoca problemas pulmonares por causa da inutilização do querosene.

Metanfetamina: Outra substância bastante perigosa é a metanfetamina. Derivada da anfetamina, a droga possui efeitos semelhantes ao da cocaína. Ambas estimulam o sistema nervoso, deixando o usuário irritado com insônia e falta de apetite. A droga também possui propriedade euforizante que eleva os níveis das substâncias dopamina, noradrenalina e a serotonina, neurotransmissores do comportamento presentes em nosso cérebro. A droga causa euforia, deixando a pessoa em estado de alerta; aumenta a sensação da autoestima e da sexualidade, além de diminuir o cansaço.

Por ser uma substância extremamente forte, a metanfetamina leva a pessoa a ter problemas cardíacos, como pressão alta, AVC (acidente vascular cerebral) e até pode morrer de parada cardiorrespiratória. Além dos problemas físicos, a droga também pode provocar transtornos psiquiátricos, já que a pessoa pode sofrer alucinações, se tornar violenta, agressiva e ter a sensação de que está sendo perseguida. Outro fator que deve ser destacado é que a substância pode causar ‘deformações’ no rosto e no corpo, pois deteriora o organismo, resseca a pele, causa queda de cabelo e perda excessiva de peso .

O tratamento para reverter o quadro de dependentes químicos é à base de medicamentos e psicoterapia, junto com o apoio da família. No caso da metanfetamina, os cuidados são mais difíceis e prolongados, além de exigir um auxílio psiquiátrico. É comum as pessoas viciadas sofrerem síndrome de abstinência e terem recaídas.

DEPENDÊNCIA QUÍMICA: O DESCASO DA NECESSIDADE DE TRATAMENTO!
Jornal da Paraíba

O que será que realmente pensam os políticos desse país que nós elegemos imaginando que os mesmos farão com que a qualidade de vida de cada indivíduo brasileiro melhore?

O que será que pensam as pessoas responsáveis pela saúde pública do povo brasileiro com relação aos dependentes químicos? O que será que pensam os diretores, professores e todos os responsáveis pela educação do povo brasileiro com relação à dependência química? O que se passa na cabeça do povo brasileiro que assiste ao vivo e em cores toda a podridão das “cracolândias” espalhadas por nosso país?
A partir de questionamentos como este se chega à conclusão que as drogas estão vencendo a parada! Nossa sociedade sofre atônita. O poder público omisso e ineficiente se torna conivente com o avanço da degradação social imposta pelo crime de tráfico e distribuição dos mais variados tipos de entorpecentes, com destacado “mérito” para o crack.
Estudos mais recentes apontam que a dependência química é multifatorial, ou seja, existem vários fatores relacionados. São fatores de natureza biológica, psicológica e social. Pesquisas comprovam que ninguém nasce dependente de uma droga, mas pode tornar-se um dependente experimentando-a ou usando-a em determinado contexto social e familiar. A pessoa desenvolve uma relação com ela que evolui para a dependência. A dependência é uma doença, mas tem tratamento.
O fato mais importante na ressocialização/recuperação de um dependente de drogas é a garantia na seqüência do tratamento, com início, meio e fim, não apenas porque é o mais adequado ou menos oneroso aos cofres públicos, mas principalmente porque através das fases do programa é que o recuperando vai aprendendo o passo a passo para se autodisciplinar e atingir o autocontrole sobre suas emoções, sentimentos e pensamentos, disciplina que o conduzirá à libertação da dependência. E isso, salvo qualquer engano de minha parte, é o que ainda não parece bem definido por parte dos Governos ou talvez essa falta de definição ainda esteja acontecendo devido ao grande número de dependentes, à falta de espaço físico adequado, além de pessoal capacitado e em número suficiente para atender adequadamente à demanda. O avanço das drogas no Brasil é um fato que ainda está longe de encontrar uma solução que nos permita atingir um patamar aceitável, já que a erradicação é uma utopia. No ritmo e da maneira como o problema vem sendo tratado em especial pelo poder público, as drogas tendem a causar ainda muitos danos tanto para o indivíduo dependente, como para as famílias e toda a sociedade. Isso ocorre não apenas porque se trata de um assunto complexo, polêmico, mas devido à irresponsabilidade e omissão de décadas por parte dos Governos, em diferentes escalas de poder, que insistem em banalizar o caráter social, educacional, familiar, espiritual, de saúde pública e privada, e de segurança pública que está por trás do uso de drogas.
Em Parnaíba o problema é extremamente delicado. Jovens cada vez mais cedo experimentam as drogas, ficam viciados e não se tem notícia de uma política pública que ofereça tratamento ao dependente químico, especialmente os de baixa renda. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) infelizmente ainda não têm um critério de atendimento que possibilite fácil acesso ao paciente de forma a assegurar que o recuperando receba tratamento adequado e contínuo, como deve ser. Uma prova de que os Governos não priorizam essa questão é que nos oito anos de Lula (2003-2010), foram perdoados US$ 436,7 milhões em dívidas de quatro países: Moçambique (US$ 315,1 milhões), Nigéria (US$ 84,7 milhões), Cabo Verde (US$ 1,2 milhão) e Suriname (US$ 35,7 milhões).
Em Moçambique, foram perdoados 95% da dívida, a maior proporção da década. Em dois anos e dez meses, Dilma reestruturou a dívida de cinco países - US$ 431,2 milhões -, dos quais US$ 280,3 milhões foram perdoados. Foram beneficiados Gabão, Senegal, Sudão, República do Congo e São Tomé e Príncipe - neste último, a dívida foi reescalonada e os prazos de pagamento alterados. O Governador Wilson Martins pagou um patrocínio de R$ 1 milhão para a gravação do filme sobre a vida de Frank Aguiar. O Prefeito Florentino Neto este ano já gastou cerca de R$ 4 milhões em eventos, feiras e coquetéis. Não que alguns destes eventos não tenha importância, mas o que é prioridade mesmo para esses governantes?! Quanto custa cuidar de nossos jovens?! Quanto custa tratar dos dependentes químicos?! Como enfrentar um problema de saúde reconhecido pela Organização Mundial da Saúde, além de ser um problema social e educacional? Será que os nossos governantes vão continuar imersos na omissão? Precisaremos perder ainda quantas vidas para eles se tocarem?! dir="ltr">Fernando Gomes, sociólogo, cidadão, eleitor e contribuinte paraibano.