HOLANDA
‘ARREPENDIDA’ COM A LIBERAÇÃO DA MACONHA E DA PROSTITUIÇÃO. 67% DA POPULAÇÃO É,
AGORA, A FAVOR DE MEDIDAS MENOS LIBERAIS.
67% da população é, agora, a favor de medidas
MENOS liberais.
Em
matéria publicada na revista Veja de 5 de março, sob o título Mudanças na
vitrine, o jornalista Thomaz Favaro ressalta que, desde que a prostituição e as
drogas foram legalizadas, tudo mudou em De Wallen, famoso bairro de Amsterdã,
capital holandesa, onde a tolerância era aceita. “A região do De Wallen
afundou num tal processo de degradação e criminalidade que o governo municipal
tomou a decisão de colocar um basta.
Desde
o início deste ano, as licenças de alguns dos bordéis mais famosos da cidade
foram revogadas. Os cafés já não podem vender bebidas alcoólicas nem
cogumelos alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los
de funcionar a menos de 200 metros das escolas.
Ao
custo de 25 milhões de euros, o governo municipal comprou os imóveis que
abrigavam dezoito prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora
acolhem galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo”. A
matéria destaca ainda que a legalização da prostituição na Holanda resultou “na
explosão do número de bordéis e no aumento da demanda por
prostitutas”. Nos primeiros três anos de legalização da prostituição,
aumentou em 260% o tráfico de mulheres no país.
E a
legalização da maconha? Fez bem? Também não. “O objetivo da
descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas. Supunham
os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário recorrer ao
traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas. (…) O problema
é que Amsterdã, com seus cafés, atrai ‘turistas da droga’ dispostos a consumir
de tudo, não apenas maconha. Isso fez proliferar o narcotráfico nas ruas do
bairro boêmio. O preço da cocaína, da heroína e do ecstasy na capital holandesa
está entre os mais baixos da Europa”, afirma a matéria de Veja.
O
criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã, afirma: “Hoje,
a população está descontente com essas medidas liberais, pois elas criaram uma
expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe
dessas atividades”. Pesquisas revelam que 67% da população holandesa é,
agora, a favor de medidas mais rígidas. E ainda tem gente que defende que o
Brasil deve legalizar a maconha, o aborto, a prostituição etc, citando a
Holanda e outros países como exemplo de “modernidade”.
Veja
o caso da Suíça. Conta Favaro: “A experiência holandesa não é a única na
Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na tolerância com as
drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse, onde as autoridades toleravam
bordéis e o uso aberto de drogas, tornara-se território sob controle do crime
organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais
rígidas à prostituição e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os
em imóveis residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da
moda para o bairro”.
E a
Dinamarca? “Em Copenhague, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, o
bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha
era feita em feiras ao ar livre e tolerada pelos moradores e autoridades, até
que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em
todas essas cidades, a tolerância em relação às drogas e ao crime organizado
perdeu a aura de modernidade”.
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