sexta-feira, 25 de abril de 2014

coffeeshop smoke at smokey coffeeshop


Amsterdã pode fechar cafés que vendem maconha.

A prefeitura de Amsterdã ganhou permissão judicial para banir alguns dos estabelecimentos que vendem maconha em seu famoso distrito Red Light, intensificando a repressão no estilo de vida libertário na cidade.
A maconha é tecnicamente ilegal na Holanda, mas a posse de pequenas quantidades não é crime e há lugares que em que pequenas quantidades podem ser vendidas abertamente, as "coffeeshops". A prostituição é legalizada. Mas o prefeito Eberhard van der Laan argumenta que os bordéis do bairro e essas cafeterias estimulam a criminalidade e ele tem procurado fechá-los nos últimos anos.
Os donos de coffeeshops argumentam que as leis são aplicadas seletivamente contra eles.
Em uma decisão publicada nesta quarta-feira, o Tribunal Distrital de Amsterdã alinhou-se com a postura do prefeito, dizendo que ele "tem a liberdade para levar a cabo políticas que ele considere oportunas para proteger a ordem pública".
Desde 2006, a cidade fechou 192 de 482 estabelecimentos onde as prostitutas trabalham atrás das janelas no distrito de Red Light depois de ganhar o apoio dos tribunais para seu argumento que a alta concentração desses locais dificulta a regulação. No caso das coffeeshops, o plano é reduzir dos atuais 76 para 50.
Fonte: Associated Press. 


Na Haddadolândia, traficante de crack tem crachá e uniforme da Prefeitura e usa os hotéis pagos com dinheiro público para fornecer pedras aos viciados. Parabéns, Supercoxinha!

A Cracolândia, ou Haddadolância — como passei a chamar o território livre para o tráfico e o consumo de drogas em São Paulo, criado e agora financiado pela gestão de Fernando Haddad —, é um crime moral (e desconfio que em sentido estrito também) cometido a muitas mãos. E boa parte da imprensa as tem sujas também, é bom deixar claro, porque defende um programa delinquente. Peço que vocês assistam a este vídeo veiculado pelo “SBT Brasil”, apresentado por Joseval Peixoto e Rachel Sheherazade. Volto em seguida.

http://www.youtube.com/watch?v=vxhp-Ws4tgk

Então vamos lá:
1: traficante usa crachá da Prefeitura e se finge de consumidor;
2: o acesso aos hotéis em que moram os viciados é livre;
3: o preço da pedra sobe às sextas, quando a Prefeitura faz o pagamento aos viciados contratados, que não são obrigados a se tratar;
4: o tráfico é feito à luz do dia; não teme nada nem ninguém.

Nota-se o esforço da reportagem e dos próprios âncoras para, digamos assim, compreender a natureza do programa da Prefeitura. Mas será que ele tem salvação? É evidente que não!

Desde que o programa “Braços Abertos” foi criado, alertei aqui — e outros também o fizeram — que só mentalidades perturbadas tomariam as seguintes providências:
a: criariam hotéis exclusivos para viciados;
b: aumentariam a quantidade de dinheiro circulante entre eles;
c: ofereceriam benefícios sem exigir nada em troca;
d: tornariam o tratamento volitivo.

O resultado seria um só: a região, que já estava mergulhada no inferno, viraria um paraíso para os traficantes de drogas. E foi o que aconteceu. Eles circulam livremente pelas ruas e pelos hotéis, agora em absoluta segurança. Atenção! Eu já acho a chamada “política de redução de danos” um escandaloso equívoco técnico. Mas isso que faz a Prefeitura petista é outra coisa: trata-se de incentivo a uma atividade criminosa. Nem o “socialista” Haddad consegue extinguir as leis do mercado.

Quando o Denarc resolveu prender um traficante na Cracolândia, vocês se lembram a gritaria da Prefeitura, especialmente de Haddad e de seu, digamos assim, secretário da Segurança Urbana, Roberto Porto, um rapaz que tem amigos poderosos na imprensa, mas que não consegue disfarçar nem assim sua escandalosa incompetência. Faz a linha “coxinha voluntarioso”, a exemplo de seu chefe.

A Haddadolândia, aliás, é um bom exemplo de área em que a droga é legalizada. Se vocês querem saber como fica a coisa, passem por lá. Ali é a terra sonhada por alguns idiotas fantasiados de libertários: já não há pecado nem perdão.

A verdade insofismável é que a Prefeitura de São Paulo passou a ser a financiadora indireta do tráfico de crack em São Paulo. Não só isso: ao transformar aquela área numa zona livre para a venda e o consumo de drogas, passou a fornecer também a segurança com a qual os traficantes sempre sonharam para exercer a sua atividade.

O conjunto da obra é de uma arreganhada imoralidade. Vamos ver quantas gerações serão necessárias para que São Paulo se livre de um desastre chamado Fernando Haddad, a mais perversa das criaturas inventadas por Lula.

E ele já tem outra na manga do colete: Alexandre Padilha — aquele cujo ministério assina convênio com laboratório de fachada, especializado em lavar dinheiro.

Não votei em Haddad, é óbvio. Mesmo assim, fico um tanto envergonhado. Afinal, ele é prefeito da cidade em que moro. Sempre que me lembro disso, é como se eu não tivesse me esforçado o bastante para que não acontecesse.

Sei de onde vem esse sentimento… Até algumas pessoas que votaram nele achavam que seria um mau prefeito. Mas nem os adversários mais convictos imaginaram que pudesse ser tão ruim.

Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 24 de abril de 2014

MORTE POR USO DE MACONHA


Padre Haroldo2

     Em Denver, Colorado, nos Estados Unidos, Levy Thamba, 19 anos, estudante de engenharia, pulou da sacada de um hotel no mês passado depois de comer um biscoito de maconha e morreu.
Ele nunca tinha experimentado maconha e começou a agir de forma estranha e hostil, quebrando tudo pelo quarto.
Levy não tinha histórico de problemas mentais ou de tendências suicidas. Sua morte está associada à intoxicação por maconha.
Pouca atenção tem sido dada aos riscos dessa droga, particularmente na forma comestível.
Médicos do Centro Médico Telluride, em Denver, relataram queixas médicas associadas ao uso de maconha, especialmente em suas formas comestíveis: ansiedade, náuseas, vômitos, falta de ar, alucinações, entre outros. Relataram também que o consumo de maconha em qualquer uma das suas formas tem levado à severas crises de ansiedade e à crises de pânico, onde as pessoas acreditam que estão tendo um ataque cardíaco.
Autoridades em saúde pública dizem que mais atenção precisa ser dada para as formas comestíveis da droga, especialmente popular entre usuários de primeira viagem. As guloseimas, os doces e os elixires estão entre os novos produtos mais populares desde que a maconha tornou-se legal.  Produtos comestíveis são embalados com rótulos de advertência e níveis de potência, mas essas precauções não são suficientes.
Os antigos estudos, incluindo os livros didáticos e a toxicologia, são baseados nos efeitos da maconha inalada. Os comestíveis a contêm são um território desconhecido para a medicina de emergência.
Os cientistas logo comprovarão o perigo de ingerir comestíveis e elixires que contêm maconha.
Lembre-se: “As drogas são ilegais porque são perigosas, e não perigosas porque são ilegais”.
(foto: absoluta.com.br)
HAROLDO J. RAHM, SJ, Presidente de Honra da Instituição Padre Haroldo e do Amor-Exigente

quarta-feira, 16 de abril de 2014

pe haroldo


MACONHA E ÁLCOOL.

O Papa Francisco fala: “Quando alguém está realmente em busca da verdade está fazendo isso pelo bem. Você não procura pela verdade para dividir, confrontar, atacar, menosprezar ou dissolver”.

Vamos procurar a verdade sobre a maconha e o álcool.

A planta de cânhamo (também conhecida como “cannabis”, da qual se elabora a maconha e o haxixe) foi cultivada para o uso como alucinógeno há mais de 2.000 anos.

O THC é a principal substância que afeta a mente. Sua quantidade na planta indica a potência da droga, que é determinada pelo clima, pela terra e por outros fatores, como o uso de modernas técnicas de agricultura.

Pesquisas mostram que mais de 60% das pessoas adictas em recuperação que já estiveram no “fundo do poço” pelo uso de drogas começaram com maconha, álcool e cigarros. A maconha hoje é 10 vezes mais forte do que era na adolescência do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Contém mais de 400 toxinas e componentes químicos, incluindo as mesmas substâncias causadoras de câncer encontradas no tabaco, com a agravante de o usuário inalar profundamente e segurar a fumaça nos pulmões para supostamente aumentar o efeito da droga, destruindo-os e danificando também o sistema imunológico.

O álcool é eliminado do corpo em poucas horas. O THC permanece na gordura do corpo de semanas a meses, dependendo do tempo e da intensidade do uso. Alguns médicos afirmam que as drogas permanecem na gordura por 03 anos.

Os danos causados pelo uso da maconha são tão prejudiciais quanto os causados pelo uso do álcool e é preciso que os usuários estejam conscientes desses danos. Não podemos deixar o Governo legalizá-la!

Se um navio errar sua rota poderá chegar ao continente errado. Foi o caso de Cabral.

Foco é o que nos permite atingir nosso alvo, mantendo-nos firmes em nossa rota. Para isso, precisamos conhecê-lo bem e nos concentrarmos firmemente nele.

Nosso foco é: UM MUNDO SEM DROGAS!

HAROLDO J. RAHM, SJ - Presidente de Honra da

Instituição Padre Haroldo e do Amor-Exigente


O que é tratamento para dependentes químicos.


O tratamento da Dependência Química é um processo que conta com várias ações: psicoterapia, medicamento, internação etc.
Entretanto não são todas as pessoas que necessitam de todas as ações. O tratamento deve ser individualizado, ou seja, ele deve ser projetado de acordo com as necessidades do paciente e da família. Tratamento do tipo "pacotes", nos quais todos os pacientes passam pelas mesmas ações invariavelmente e independente da substância que usam, dos problemas que têm, ou da gravidade da dependência podem funcionar para um subgrupo de pessoas, mas não para todas. Não existe um tratamento único que atenda a todos os dependentes químicos. O terapeuta deve avaliar cuidadosamente cada caso, discutir com o jovem e com a família o plano de tratamento mais adequado. Alguns precisarão tomar medicamentos, outros não. A grande maioria não precisa ser internada, mas alguns precisam. Outros terão como indicação uma psicoterapia, ou terapia familiar, assim por diante. Só o terapeuta pode discutir com o cliente qual é a melhor opção para ele. Não se dá alta de tratamento por atacado e sim por cada caso.

1. Modalidade Ambulatorial:
Na maioria das vezes deve-se começar um tratamento pelo ambulatório. Como qualquer doença as internações devem ser reservadas para os casos mais graves. Ninguém começa um tratamento de diabetes internado diretamente, a menos que apresente uma descompensação, mas aí o quadro clínico passa a ser grave e a internação se justifica. Devemos ter o mesmo raciocínio para o tratamento das dependências químicas. Pelo senso comum estabeleceu-se uma cultura de que tratamento de dependência química é sinônimo de Internação. Tal atitude deixa muitos jovens com medo de ir ao médico ou psicólogo porque acham que já vão começar internando. A internação involuntária só pode ser realizada se houver risco de vida para o paciente ou terceiros. O tratamento ambulatorial é o tipo mais acessível de tratamento, não só pelo seu menor custo, como pelas "vantagens" que ele apresenta. Ao contrário do que se imagina, o tratamento ambulatorial, é mais efetivo do que a internação, pois procura tratar a pessoa sem tirá-la do ambiente no qual ela vive e nem afastá-la das tarefas do dia-a-dia. Também é possível desenvolver com o paciente um tipo de atendimento mais longo que inclua reinserção social, prevenção de recaída, etc. Quando o paciente é encaminhado para um serviço ambulatorial, a família deve estar envolvida no tratamento sendo que o paciente deve ter consciência da sua responsabilidade no processo. O educador deve, neste momento, orientar a família com relação à importância do problema e funcionar como retaguarda do aluno, acolhendo-o sempre que necessário. 


Internação:
Modalidade reservada aos casos mais graves, que demandam cuidados intensivos. A internação é feita quando o profissional, que orienta o atendimento, percebe que a pessoa corre risco de vida, quando a própria pessoa prefere ser internada para se submeter ao tratamento, quando as tentativas ambulatoriais falharam, quando o jovem não tem uma rede de apoio familiar e social que o ajudará a ficar sem droga. A internação pode variar de alguns dias até 6 meses, dependendo da necessidade do paciente. Internações acima de seis meses não são mais eficazes que as internações mais curtas. Preferencialmente a internação deve se restringir ao período de crise e ser o mais breve possível. Há os recursos das semi-internações que são o Hospital Dia e o Hospital Noite. No primeiro, o paciente passa o dia no hospital e dorme em casa. No segundo, dorme no hospital e passa o dia fora. Estas modalidades de tratamento não são comuns em nosso meio e o Brasil carece de Serviços desta natureza. 
Internação Domiciliar:
este é um recurso utilizado pelos terapeutas para evitar a internação hospitalar. O jovem deve ter um bom suporte social e familiar e concordar com a internação. Neste período ele fica dentro de sua própria casa, sem sair. Não vai à escola ou ao trabalho e as tarefas fora do lar devem ser realizadas por outra pessoa. Não deve ter contato com usuários de drogas.  

Divisão Estadual de Narcóticos - DENARC - PR

terça-feira, 15 de abril de 2014



CALMANTE É O REMÉDIO MAIS PRESCRITO POR MÉDICOS NO PAÍS

 Rivotril ultrapassa fármacos para hipertensão e diabetes em número de receitas

O Dia

O calmante Rivotril é o medicamento mais receitado no Brasil, e ultrapassa fármacos para tratar hipertensão e diabetes em número de prescrições. Além disso, no ranking dos 20 medicamentos mais indicados por médicos, há outros três relacionados à saúde mental. Especialistas alertam que o uso indiscriminado de ansiolíticos pode causar dependência e trazer efeitos colaterais ao paciente.
Os números são de pesquisa inédita da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos). Os remédios que constam no levantamento foram prescritos entre fevereiro de 2013 e o mesmo mês deste ano. Foram 1,38 milhão de prescrições do Rivotril. Atrás dele, estão Losartana Potássica, usada para hipertensão arterial (1,37 milhão), e o Glifage, utilizado para tratamento de diabetes (1,13 milhão).
Segundo especialistas, ocorre no Brasil prescrição excessiva e, em alguns casos, sem necessidade
Para a psiquiatra da Associação Brasileira de Psiquiatria Katia Mecler, ocorre, no país, prescrição excessiva e, em alguns casos, sem necessidade. Ela alerta que o Rivotril pertence a uma classe de medicamentos que pode causar dependência física e até crise de abstinência quando o uso é interrompido. “A pessoa pode desenvolver tolerância, igual ao álcool, e precisar de doses cada vez maiores”, explica. “Eu prescrevo Rivotril, mas é preciso critério”.
Segundo Katia, o fármaco é indicado a pacientes com casos acentuados de ansiedade, normalmente associados a sinais como sudorese, medo, angústia e tontura. Entre os efeitos colaterais, estão sonolência ao longo do dia. “Somente o médico pode prescrever. Não se deve aceitar ‘recomendação’ de amigos”, disse. Os outros medicamentos para tratar ansiedade ou depressão foram: Alprazolam, Clinazepam e Sertralina.

segunda-feira, 14 de abril de 2014


 


Para garantir uma infância e adolescência saudável.


Há pouco dias comemorou-se o Dia Mundial da Infância, e a pergunta que ficou no ar foi “Como fazer cumprir um dos princípios mais essenciais da Humanidade, que é garantir o direito de viver a Infância em ambientes familiar, social e natural saudáveis, reconhecedores da riqueza na diversidade humana, e facilitadores permanentes do desenvolvimento das aptidões físicas, intelectuais e do espírito”, sem uma política de drogas moderna”?

Todos concordam que são esses os seres mais vulneráveis na sociedade e, portanto, dignos de proteção absoluta e atenção especial. Como segmentos mais vulneráveis, crianças e adolescentes são as primeiras vítimas de toda forma de desestruturação, familiar, social ou climática e, infelizmente, do impacto direto e indireto de todos os tipos de drogas.

E é “esta vulnerabilidade”, que vai encontrar na droga um dos seus mais intensos momentos de viver a ambivalência humana: um “flash de fama interna, e sua total cisão”. Viver esta interface sem a proteção necessária, isto é, em uma fase do desenvolvimento humano tão único, pode oferecer “emoção” sim, rápida e na maior parte das vezes, eficaz, mas pode também, ser fatal.

Depois da Infância, chegar na Adolescência, o período da vida de maior vigor, imerso em um cenário com múltiplos fatores de risco, pode levar o infante, agora adolescente, a fazer parte da mais cruel das estatísticas: o período do desenvolvimento humano onde se encontra a maior taxa de mortalidade, uma parte significativa relacionada às drogas. Droga, seja ela de experimentação, como o álcool, tabaco e a maconha, ou seja ela agregada em uma fase mais tardia da “carreira” de usuário, como a cocaína, fenômeno capaz de alterar o curso da vida, prejudicando sua qualidade, distorcendo aptidões e talentos.

O perfil do adolescente brasileiro usuário de drogas, segundo levantamento nacional (LENAD II, 2012), aponta para especificidades como: as meninas estão iniciando a experimentação e consumindo bebida alcoólica e tabaco com o mesmo padrão que os meninos, isto é, abusando semanalmente. As meninas, quando comparadas aos meninos,  também estão usando menos preservativos e usando mais cocaína do que maconha , um padrão que difere da maioria dos países. E a família brasileira? Estudos mostram que este fator é altamente relevante no modelo de proteção. Estamos preparando o tão necessário modelo de proteção? Que tal começar a receita com o ingrediente mais importante, ou seja,  fazer valer os direitos de nossas  crianças, e neste caso específico,  o direito de viver em um país cujo “capítulo primeiro” de sua política seja a prevenção de drogas!



Ana Cecilia Petta Roselli Marques

Presidente da ABEAD

sábado, 12 de abril de 2014



Clínicas de Tratamento

Dependência química: tratamento profissional ou terreno para charlatães?

Violência, marginalidade, vício, tráfico. Estes são estereótipos comumente associados ao usuário de substâncias psicoativas. Esta visão distorcida se agrava quando reportagens sobre entidades que “tratam” aqueles a quem os jornais se referem  como “viciados” são veiculadas. Agressões, choque elétrico, trabalho forçado são manchetes convidativas para TV e companhia. O problema é que esta situação, verdadeira em certos casos, não reflete a realidade do segmento como um todo.

Em primeiro lugar, é preciso ressaltar que as drogas já deixaram de ser marginais há muito tempo. Apesar de se insistir, por meio de reportagens sensacionalistas, em associar drogas apenas com Cracolandia, hoje elas também estão presentes nos lares do cidadão comum, do trabalhador honesto, do homem ou mulher de bem.

E a hipótese de que as drogas entram na vida das pessoas por meio de marginais, estranhos, traficantes, é puro mito, segundo especialistas. “Geralmente quem oferece é quem está mais próximo, um colega de escola ou trabalho, companheiro de ‘balada’ e, talvez, o melhor amigo”, diz a psicóloga especialista em Dependência Química Cláudia de Oliveira Soares, diretora terapêutica da Clínica Médica Especializada Viva. Ela também faz um alerta: “O pai que bebe na frente dos filhos pode, sem saber, ser o introdutor da droga na vida dessas crianças e jovens”, complementa.

Por outro lado, há mais drogas lícitas (cigarro e álcool), prescritas sob orientação médica (antidepressivos, controladores de ansiedade e inibidores do apetite) sendo consumidas e que causam dependência, que propriamente as drogas ilícitas, como maconha, cocaína e crack.

A dependência química é uma doença, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde em sua Classificação Internacional de Doenças (CID – 10). Está descrita entre os capítulos F-10 e F-19, que tratam de Transtornos Mentais e Comportamentais devidos ao uso de substância psicoativa.

“Por se tratar de assunto de saúde pública, a dependência química necessita de profissionais qualificados, entre médicos, psiquiatras, psicólogos; com programas terapêuticos definidos, para que sejam obtidos resultados efetivos no tratamento da doença”, comenta Cláudia Soares.

A questão é que, por falta de fiscalização de órgãos públicos competentes, o segmento de tratamento para dependentes químicos virou terreno fértil para pessoas que, por falta de informação - às vezes até com boas intenções -, ou simplesmente por oportunismo, enxergam uma oportunidade de negócio facilmente rentável. E as famílias, no auge da questão “internar ou não um parente” e sensíveis pela necessidade da decisão com urgência, acabam caindo em verdadeiras ciladas.

Na contramão do oportunismo, há clínicas sérias, que entendem a complexidade da doença, capacitadas e gabaritadas para o tratamento, e que investem em pesquisa e conhecimento para compreender cada vez mais o que é a dependência química. Tais instituições baseiam seu trabalho em estudos aprofundados a cada dia, para se obterem resultados cada vez mais efetivos, como a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).

Estas clínicas atuam dentro da lei, respeitando normas referentes ao tratamento, à questão sanitária, à segurança, e atendendo a outras exigências legais. “Por isso aconselhamos as pessoas para que, antes de internarem seus familiares em uma entidade que diz tratar a dependência química, que verifiquem seus registros, conheçam o método de tratamento, comprovem a idoneidade da equipe profissional e busquem informações sobre a eficácia do tratamento”, finaliza Cláudia Soares.

Fonte: Assessoria de Imprensa Grupo Viva (www.ctviva.com.br)

sexta-feira, 11 de abril de 2014



O que é beber em binge? Quem são os brasileiros que costumam beber nesse padrão?

Nesta semana participei da banca de defesa de doutorado do Dr. Daniel Socrates aqui na UNIFESP, que estudou o padrão de “beber pesado episódico” (em binge) no Brasil. Muito se fala em crack atualmente, mas o álcool continua sendo a principal droga consumida no mundo, daí a importância desse estudo.

Mais de 2 bilhões de pessoas consomem bebida alcoólica no planeta, já que é uma droga lícita na maioria dos países. Cerca de 4% de todas as mortes no mundo têm relação com o uso de álcool, alcançando um número de 2,5 milhões de mortes ao ano.

O uso crônico do álcool causa ou agrava cerca de 60 tipos de doenças clínicas, afetando todos os tecidos do nosso organismo: o tecido cardíaco, provocando, por exemplo, uma doença chamada miocardiopatia dilatada; o tecido cerebral, provocando demência de vários tipos; a pele, provocando lesões por deficiência de vitamina, a pelagra; o tecido nervoso periférico, provocando neuropatia periférica, que diminui a sensibilidade e causa impotência sexual, entre outros sintomas; o sistema digestivo, provocando gastrite, enterites, síndrome de má absorção, e por aí vai.

O uso episódico está menos ligado aos problemas crônicos, mencionados acima; entretanto, vários estudos já relacionaram o volume de álcool consumido e a concentração sanguínea do álcool com diversos problemas sociais, familiares e clínicos. O uso pesado episódico, ou uso em binge, causa outros tipos de problemas não menos importantes: sexo desprotegido e todas as suas consequências, como gravidez indesejada e doença sexualmente transmissível; violência de todos os tipos (brigas em bares, homicídio, violência doméstica, acidente de trânsito, crise hipertensiva ou descontrole de diabetes ou doenças crônicas), entre outros.

O uso pesado episódico pode ser definido como o consumo de cinco ou mais drinques de bebida alcoólica em uma única ocasião para homens e de quatro ou mais drinques para mulheres. Um drinque é o equivalente a uma lata de cerveja (350 mililitros) ou a uma taça de vinho (150 ml) ou a uma dose de destilado (50 ml).

Conhecer quem são as pessoas mais suscetíveis a beber dessa forma e quais problemas têm mais correlação com esse consumo pode contribuir para o desenho de políticas públicas eficazes que previnam o problema, evitem sofrimento e, ainda, economizem recursos de saúde pública.

A pesquisa realizada pelo Dr. Daniel Socrates é parte de um grande levantamento epidemiológico realizado em todo o território nacional. A metodologia utilizada (amostragem probabilística) permite dizer que os resultados são representativos do que ocorre no Brasil como um todo. Os principais achados do estudo são os seguintes:

(1) os homens tiveram 2,9 vezes mais chance de beber em binge do que as mulheres;

(2) os participantes com idade entre 18 e 44 anos tiveram quatro vezes mais chance de beber em binge do que adolescentes e idosos;

(3) aqueles que ganhavam mais do que R$ 2.500,00 tiveram 2,3 vezes mais chance de se engajarem no comportamento de beber em binge do que aqueles com renda até R$ 450,00;

(4) indivíduos solteiros tiveram 50% mais probabilidade de beber em binge do que os casados.

(5) protestantes e evangélicos tiveram 70% menos probabilidade de beber em binge do que os católicos ou os sem religião.

(6) a chance de ter problemas sociais, familiares financeiros e no trabalho foi de 2,7 a 3,8 vezes maior entre os que beberam em binge;

(7) a chance de se machucar em acidente de qualquer natureza foi 17 vezes maior entre os bebedores em binge;

 (8) a chance de perder o emprego foi 5,2 vezes maior entre os bebedores em binge.

A conclusão é simples: homens, solteiros, com renda média boa, sem religião ou católicos são os mais prováveis a se engajar no uso em binge, e aqueles que o fazem se acidentam mais e têm mais chance de perder o emprego, além de enfrentar problemas sociais e familiares.

A questão mais difícil de responder é por que os governos ignoram esses dados e se rendem à pressão do mercado para que cada vez mais incentivos ao uso, justamente desse público mais vulnerável, sejam veiculados sistematicamente na mídia…

Dr. Cláudio Jerônimo da Silva – psiquiatra e Diretor Técnico do UNAD


Estou indignado pelo que acontece em nossa cidade e região.

“É reconhecido que o consumo, abuso e vício de substâncias psicoativas, lícitas ou ilícitas, é um assunto de saúde pública e bem-estar da família, da comunidade e dos indivíduos”.

Hoje, o maior problema enfrentado pelas cidades brasileiras, é o que se ouve diariamente nos noticiários: o consumo do crack. Uma consequência direta da proliferação da rede de comércio de drogas nos últimos 10 anos e que, por sua vez, também se desenvolveu pelo aumento do uso de drogas. Um círculo vicioso sem fim que cresce também em função do surgimento de novas drogas, mais fortes e viciantes.

Em um segundo momento também pode apontar como causa do problema as ações tímidas, desorganizadas e desarticuladas de nossa saúde pública. Ações, em muitos casos, causadas por uma resistência ideológica e política dos responsáveis, que acabam por exigir do DQ uma mudança de comportamento sem o expor a um tratamento eficaz.

Para que um tratamento seja realmente eficaz é preciso que seja trabalhado com evidências e bases científicas, com modelos eficientes que recuperem o usuário para o convívio em sociedade, e não com opiniões e ideias individuais sem nenhum resultado.

É possível? Sim, com certeza. Bastam lembrarmos como a medicina evoluiu no tratamento de outras doenças nos últimos 10 anos, como no tratamento do câncer. Mas para isso, foram feitos investimentos em tecnologia, médicos foram cada vez mais capacitados e especializados. Precisamos o mesmo cuidado, a mesma evolução para lidarmos com o tratamento de dependentes. Os dependentes sofrem igualmente de uma doença e têm o direito de receber uma “atenção integral por parte do Município”. E não é o que vem acontecendo. Até agora, muitas vezes os usuários só podem obter ajuda, tanto para a reabilitação quanto para o tratamento terapêutico, através de ações de tutela.

O alto índice de violência, evasão de menores das escolas, aumento do tráfico e da prostituição infantil em nossos municípios ocorre em razão de não termos políticas claras. Políticas que repetem incessantemente modelos falidos e ineficientes, que não apresentam nenhum resultado. Precisamos de algo novo. Por isso, a importância da realização de seminários em nossa região, para realizarmos este intercâmbio com profissionais, pesquisadores que trabalham em cima de evidências científicas e buscam insistentemente a recuperação do usuário de drogas através de modelos mais eficazes...

Formar profissionais e gestores especializados para atender a saúde física e mental dos usuários de drogas, assim como dar condições de funcionamento eficiente aos centros de saúde onde estes serviços são oferecidos, são ações que fazem parte da tarefa de desenvolver políticas públicas eficazes.

Este desabafo é em razão de eu atender familiares aflitos em busca de orientações sobre como encaminhar e tratar envolvidos com drogas e o que eu notei é o abandono a que estão relegados não apenas os adultos, mas jovens e até crianças que, cada vez mais cedo, indicam as pesquisas, têm contato com o álcool e outras drogas.

Tadeu Assis.

quinta-feira, 10 de abril de 2014



MAS QUE DROGA, SENADOR CRISTOVAM BUARQUE!


"Fui indicado pela presidência da CDH - Comissão de Direitos Humanos, para relatar proposta de iniciativa popular que visa legalizar o uso de maconha. Embora seja um tema no qual sou leigo, não vou fugir da indicação, temendo a polêmica em torno dela. Vou aprofundar o assunto através de audiências públicas e debates, inclusive aqui. Só me recusaria se o tema fosse irrelevante, mas ele é relevante. Quero analisar em primeiro lugar o risco de que a legalização possa ampliar o consumo; depois, se há realmente vantagem científica e medicinal; ainda mais, o impacto da legalização na redução de violência; também quero saber se o sentimento nacional deseja está legalização ou ainda não estaria preparado. Gostaria de ouvir sua opinião". 
Cristovam Buarque.
 Senador: conheço o senhor do MEC e respeito o seu trabalho como educador, e como político honesto; mas ninguém deveria aceitar –e menos ainda o senhor!– uma responsabilidade tamanha sem ter conhecimento e opinião formada. Vou lhe dar a minha opinião, já que pediu:
 Os argumentos hoje para legalizar a maconha são:
a) uso medicinal, b) acabar com o tráfico, c) arrecadar impostos para a saúde e educação.
 Sobre o primeiro (a) acho simples de responder: ninguém se preocupa com o uso medicinal do ópio (já houve uma guerra na China porque a Inglaterra queria impor a venda desta droga a toda a nação chinesa) que, já sabemos, é aplicada na morfina. Ninguém se opõe ao uso medicinal de qualquer planta, incluindo aí a maconha. O princípio ativo precisa ser sintetizado para o uso medicinal. O fumo não é o uso da síntese.
 Sobre o argumento (b) de "acabar com o tráfico ilegal" (fazendo-o legal), vamos ver se entendi: uma vez legalizada a maconha, o traficante troca a Uzi e os chinelos por um terno bem cortado, uma gravata azul, um Audi, e vai morar no Morumbi; entendi. 
Ou será que o traficante continua a traficar as outras drogas ilegais? e aí vem a campanha para legalizar todas as drogas e o problema fica resolvido: os traficantes se aposentam, os lucros passam a ter CNPJ e a emitir NF e pagar impostos. 
 Ok, e os dependentes químicos? os que começam com álcool-maconha e seguem com cocaína e crack (sem por isto deixar o cannabis e a pinga, claro), quando acaba a cota "farmacêutica" com receita...o que fazem? esperam girar o mês para pegar outra receita de ...40 gramas? ou será que quem é viciado não vai achar pouco? será que não vai querer ir para um mercado paralelo para aqueles que estouraram a cota "medicinal" e/ou "recreativa"? 
Opa, juntando as pontas: não será que os traficantes de hoje, ciumentos dos homens de terno e gravatinha cor de rosa, não vão decidir vender essa droga que vai faltar todo mês ao viciado? será que eles não vão explorar esse "paralelo"?
 Por último: sabia, senador, que só no estado de São Paulo, há 600 grupos com mais de 100 famílias cada um, em média, que vivem o drama diário de ter um dependente químico em casa (ou nas ruas)? 
Sabia que 18% a 22% dos que experimentam qualquer psicotrópico acabam viciados? Claro: os que querem a maconha "recreativa" em geral pertencem a uma classe média "intelectual" que pensam que nenhum entre eles vai parar nas cracolândias da vida só por causa de um par de baseados na sexta à noite e outros quatro ou seis entre sábado e domingo. Mas...sabia que na cracolândia –só conheço bem a de SPaulo– há muitos dependentes que vieram da classe média? Há muito ex-homem de negócios que troca de a pedaços a sua Hilux por pedras de crack? 
E sabia que muitos, quase todos eles, começaram pela maconha? Bom, mas quem quer "recreação" não está nem aí com esses detalhes. 
 Mas eu sou chato e insisto: sabia que de 20 a 30% dos dependentes compartilham alguma comorbidade? Isto é, dito de um  odo mais simples, são bipolares, depressivos, esquizofrênicos ou border-lines? Esses distúrbios mentais são controláveis, sim; mas quando se somam à droga (psicotrópicos vários, entre os quais a cannabis) os resultados são catastróficos? vide os noticiários de cada semana desde sempre: cineasta morto a facadas pelo filho, esquizofrênico e usuário de drogas....Isto se resolve "liberando" a maconha? 
 Mas se a maconha, a cocaína e o crack estão já liberados faz tempo, senador! Passe à tardinha pelas ruas Augusta, avenida Paulista ou na Frei Caneca, e verá que ninguém inibe a venda e o consumo in situ de qualquer droga. Mais ainda: convido o senhor a visitar a Cracolândia de São Paulo –onde dois grupos de jovens trabalham com a PMSP e a secretaria da saúde do estado, e onde pessoalmente trabalho com os familiares dos usuários de crack– e perguntar a esses pobres seres humanos o que acham de liberar a maconha. Convido a ler os relatórios dos jovens que abordam os dependentes sem teto e sabem que a maconha é, junto com o cigarro e o álcool (legais ambos) a porta de entrada desse longo caminho sem volta da cocaína e o crack. Convido ainda a visitar e trocar ideias com alguma das várias irmandades atrás de siglas como os A.A, N.A, Amor Exigente e outras que apoiam as famílias e ao dependente em recuperação para se livrar do flagelo das drogas.
 Isto não é moral nem menos ainda moralina: não critico os costumes, mas também não sou a favor do "quem quiser que use e faça do seu cérebro o que bem entender". Por isso tenho certeza que um político como o senhor, honesto, que não é liberal, que não advoga pelo egoísmo do nosso capitalismo selvagem, vai pensar melhor no assunto.
 E permita-me, já sobre o final, uma ironia com quem acha que a liberação da maconha vai resolver tudo o que hoje está errado: será que, se aprovada a lei, o PCC vai recolher as Uzis e entregar pijamas para os seus soldados ficarem assistindo a Globo? será que os grandes traficantes vão fazer biquinho porque a aliança de Soros-FHC-Philips Morris tirou os lucros deles e vão entrar todos na Assembleia de Deus, ou vão virar Hare Krishna? Será que os dependentes químicos que fumam entre 10 e 20 baseados por dia, vão ficar quietos assim que ultrapassarem a sua cota farmacêutica de 40 gramas, e ninguém vai oferecer nada "por fora" a eles? Os impostos e taxas que são mal aplicados hoje, vão passar a ser "dinamarquesamente" aplicados em saúde e educação? As cracolândias vão desaparecer pelos efeitos medicinais do cannabis? As PMs vão se autodissolver e deixar de reprimir bêbados que se embriagam legalmente e vão passar a ajudar as velhinhas a travessar o farol? Onde fica a entrada desse espelho, Alice?
 A entrada que não é espelho no país das maravilhas é o que o senhor, senador Buarque, vem preconizando há décadas: na educação em geral e na educação no combate às drogas, especificamente; na saúde pública para o dependente químico, entendendo a droga como um desencadeante de múltiplas doenças, físicas e mentais.
Nem mais repressão, nem liberação: mudança de foco; centrar no que interessa: educar o soberano, como dizia o velho liberal argentino, Sarmiento, quando o liberalismo ainda era progressista.
Um abraço,
 Javier Villanueva, São Paulo, 18 de fevereiro de 2014.
IN - Informe abr-2014 02
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O CRACK E O GELO.

Agora que alguns meses já nos separam das manifestações de junho de 2013, é possível vermos os fatos com um pouco mais de clareza e observar que a única atitude concreta do Governo Dilma Rousseff em resposta às reivindicações do povo foi o programa Mais Médicos. E qual o balanço atual da iniciativa? O recente apelo por asilo e a desistência de dezenas de médicos do programa, antes mesmo de completar um ano de existência.

São profissionais que podem ser chamados de médicos em Cuba, mas não no Brasil, já que seus diplomas não foram reconhecidos, em mais uma artimanha promovida pelo governo com a finalidade de viabilizar seu projeto.

Será que é isso que a nação esperava quando centenas de milhares de pessoas ganharam as ruas das maiores cidades do país? E a qualidade do atendimento nas cidades “beneficiadas” pelo programa? O Mais Médicos é um bom exemplo da política de saúde federal: um programa confuso, ineficiente, desastroso, em suma, natimorto.

Enquanto as autoridades importam médicos, uma verdadeira tragédia social se agiganta a cada dia debaixo do nariz do Governo: o uso do crack cresce diariamente. O que antes era restrito às grandes cidades, espalha-se para os municípios de médio e pequeno portes. Pesquisa recente da Universidade Federal de São Paulo calcula em 2,8 milhões de usuários de crack em todo o Brasil. Este número dobra a cada dois anos.

O ministro José Eduardo Cardozo afirmou que o programa foi o segundo em verbas destinadas pelo Ministério da Justiça. No mínimo, esta declaração é constrangedora quando sabe-se que, dos R$ 4 bilhões prometidos para a luta contra o crack, insuficientes R$ 368 milhões foram de fato empregados.

O site do ministério orgulha-se ao afirmar que cabe aos municípios apresentar um plano de ação local, via internet, entre outras etapas burocráticas para contar com apoio federal. Será que é isso que impedirá que novos três milhões de usuários de crack ganhem as ruas brasileiras até 2016? Ainda que a autoridade municipal ultrapasse estas barreiras, quem a orientará? Que formação têm os bem intencionados funcionários municipais para sugerirem tais ações?

Preocupada com o apagão de energia elétrica, a política míope da presidente não lhe permite enxergar o grave apagão da saúde, especialmente a psiquiátrica. Não há sistema ambulatorial que ofereça consultas, não há medicamentos, não há nada. Em vez de fechar hospitais psiquiátricos, o governo deveria qualificá-los e readequá-los.

A Associação Brasileira de Psiquiatria defende um sistema em rede, com atendimento primário, secundário e terciário, como prevê, no papel, a atual política de saúde mental do Ministério da Saúde. A associação já se prontificou a ajudar o governo federal, oferecendo consultoria gratuita. Até agora, nada. As autoridades devem saber o que estão fazendo. A única conclusão possível é que o Brasil continua enxugando gelo quando o assunto é o combate ao crack e a assistência aos seus dependentes.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/opiniao/o-crack-o-gelo-12100055#ixzz2yFVhGDdz

quarta-feira, 2 de abril de 2014


Pais podem transmitir maus hábitos relacionados a uso de drogas aos filhos.

O estudo “Continuidade Intergeracional de Uso de Substâncias” descobriu que, quando comparados com pais que não usam substâncias, os pais que usaram álcool, maconha e outras drogas ilícitas tinham significativamente mais chances de terem filhos que venham a usar essas mesmas drogas.

Mais especificamente, as chances de uso de álcool por crianças foram cinco vezes maiores se os pais haviam usado álcool, as chances de uso de maconha para crianças eram duas vezes maiores se os pais haviam usado maconha, e as chances de as crianças usarem outras drogas eram duas vezes maiores se os seus pais haviam usado outras drogas. Idade e outros fatores demográficos também foram importantes indicadores do uso de substâncias.

"O estudo é diferente, pois avalia o grau em que o uso da substância dos pais ajuda a prever o uso por seus filhos em idades e em estágios de desenvolvimento da vida equivalentes", disse a Dra. Kelly Knight, do Departamento de Justiça Criminal e Criminologia Colégio de Justiça Criminal da Universidade.

 "Se um pai usa drogas, seus filhos vão crescer e usar drogas? Quando é que o pai fez uso e quando é que os seus filhos vão fazer? Parece haver uma relação entre as gerações. O efeito não é tão forte como se poderia acreditar a partir do conhecimento popular, mas quando medido por estágio de desenvolvimento, pode fornecer informações importantes sobre o seu impacto na adolescência e no início da idade adulta, mais especificamente”.

O estudo examinou os padrões de uso de substâncias por famílias durante um período de 27 anos.

Ele documenta o uso da substância ao longo do tempo, dando uma compreensão mais completa de quando o uso da substância ocorre, quando declina, e a influência dos pais no processo.De acordo com a Pesquisa Nacional sobre Uso de Drogas e Saúde dos Estados Unidos, de 2011, cerca de 22,6 milhões de americanos de 12 anos ou mais disseram ter usado drogas ilícitas no último mês.

Outros estudos mostram que o uso de drogas está associado a baixo desempenho escolar, taxas de emprego mais baixas, saúde precária, dependência da assistência pública, desorganização do bairro em que mora, aumento na probabilidade de envolvimento no crime e prisão. O custo do uso de drogas nos Estados Unidos relacionado à perda de produtividade, à saúde e à justiça criminal é de quase US $ 600 bilhões. Ao traçar o uso de substância no seio das famílias ao longo da vida, o estudo pode ser uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento de programas de intervenção. O estudo sugere que, se o uso da substância for reduzido na adolescência, isso pode ajudar a reduzir a sua prevalência em gerações futuras.

O estudo também ajuda a identificar o uso de diferentes substâncias ilícitas ao longo de toda a vida, incluindo a sua emergência na adolescência, e quando esse uso pode diminuir. Por exemplo, a maconha e outras drogas são mais prevalentes na adolescência, e seu uso geralmente declina antes ou aos 24 anos. O uso do álcool continua a aumentar ao longo da adolescência e início da vida adulta, e depois se mantém relativamente estável ao longo da vida.Essas descobertas vêm do estudo sobre famílias “Pesquisa sobre a Juventude Nacional”, que coletou dados de três gerações ao longo de um período de 27 anos. A análise é baseada em 655 pais e 1.227 filhos, de 1977 a 2004.


Fonte: Traduzido e adaptado de Medical News Today