O que é tratamento para
dependentes químicos.
O tratamento da Dependência Química é um processo que conta
com várias ações: psicoterapia, medicamento, internação etc.
Entretanto não são todas as pessoas que necessitam de todas
as ações. O tratamento deve ser individualizado, ou seja, ele deve ser
projetado de acordo com as necessidades do paciente e da família. Tratamento do
tipo "pacotes", nos quais todos os pacientes passam pelas mesmas
ações invariavelmente e independente da substância que usam, dos problemas que
têm, ou da gravidade da dependência podem funcionar para um subgrupo de
pessoas, mas não para todas. Não existe um tratamento único que atenda a todos
os dependentes químicos. O terapeuta deve avaliar cuidadosamente cada caso,
discutir com o jovem e com a família o plano de tratamento mais adequado.
Alguns precisarão tomar medicamentos, outros não. A grande maioria não precisa
ser internada, mas alguns precisam. Outros terão como indicação uma
psicoterapia, ou terapia familiar, assim por diante. Só o terapeuta pode
discutir com o cliente qual é a melhor opção para ele. Não se dá alta de
tratamento por atacado e sim por cada caso.
1. Modalidade Ambulatorial:
Na maioria das vezes deve-se começar um tratamento pelo
ambulatório. Como qualquer doença as internações devem ser reservadas para os
casos mais graves. Ninguém começa um tratamento de diabetes internado
diretamente, a menos que apresente uma descompensação, mas aí o quadro clínico
passa a ser grave e a internação se justifica. Devemos ter o mesmo raciocínio
para o tratamento das dependências químicas. Pelo senso comum estabeleceu-se
uma cultura de que tratamento de dependência química é sinônimo de Internação.
Tal atitude deixa muitos jovens com medo de ir ao médico ou psicólogo porque
acham que já vão começar internando. A internação involuntária só pode ser
realizada se houver risco de vida para o paciente ou terceiros. O tratamento
ambulatorial é o tipo mais acessível de tratamento, não só pelo seu menor custo,
como pelas "vantagens" que ele apresenta. Ao contrário do que se
imagina, o tratamento ambulatorial, é mais efetivo do que a internação, pois
procura tratar a pessoa sem tirá-la do ambiente no qual ela vive e nem
afastá-la das tarefas do dia-a-dia. Também é possível desenvolver com o
paciente um tipo de atendimento mais longo que inclua reinserção social,
prevenção de recaída, etc. Quando o paciente é encaminhado para um serviço
ambulatorial, a família deve estar envolvida no tratamento sendo que o paciente
deve ter consciência da sua responsabilidade no processo. O educador deve,
neste momento, orientar a família com relação à importância do problema e
funcionar como retaguarda do aluno, acolhendo-o sempre que necessário.
Internação:
Modalidade reservada aos casos mais graves, que demandam
cuidados intensivos. A internação é feita quando o profissional, que orienta o
atendimento, percebe que a pessoa corre risco de vida, quando a própria pessoa
prefere ser internada para se submeter ao tratamento, quando as tentativas
ambulatoriais falharam, quando o jovem não tem uma rede de apoio familiar e
social que o ajudará a ficar sem droga. A internação pode variar de alguns dias
até 6 meses, dependendo da necessidade do paciente. Internações acima de seis
meses não são mais eficazes que as internações mais curtas. Preferencialmente a
internação deve se restringir ao período de crise e ser o mais breve possível.
Há os recursos das semi-internações que são o Hospital Dia e o Hospital Noite.
No primeiro, o paciente passa o dia no hospital e dorme em casa. No segundo,
dorme no hospital e passa o dia fora. Estas modalidades de tratamento não são
comuns em nosso meio e o Brasil carece de Serviços desta natureza.
Internação Domiciliar:
este é um recurso utilizado pelos terapeutas para evitar a
internação hospitalar. O jovem deve ter um bom suporte social e familiar e
concordar com a internação. Neste período ele fica dentro de sua própria casa,
sem sair. Não vai à escola ou ao trabalho e as tarefas fora do lar devem ser
realizadas por outra pessoa. Não deve ter contato com usuários de drogas.
Divisão Estadual de Narcóticos - DENARC - PR
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