Para garantir
uma infância e adolescência saudável.
Há pouco dias comemorou-se o Dia Mundial da Infância, e a
pergunta que ficou no ar foi “Como fazer cumprir um dos princípios mais
essenciais da Humanidade, que é garantir o direito de viver a Infância em
ambientes familiar, social e natural saudáveis, reconhecedores da riqueza na
diversidade humana, e facilitadores permanentes do desenvolvimento das aptidões
físicas, intelectuais e do espírito”, sem uma política de drogas moderna”?
Todos concordam que são esses os seres mais vulneráveis na
sociedade e, portanto, dignos de proteção absoluta e atenção especial. Como
segmentos mais vulneráveis, crianças e adolescentes são as primeiras vítimas de
toda forma de desestruturação, familiar, social ou climática e, infelizmente,
do impacto direto e indireto de todos os tipos de drogas.
E é “esta vulnerabilidade”, que vai encontrar na droga um
dos seus mais intensos momentos de viver a ambivalência humana: um “flash de
fama interna, e sua total cisão”. Viver esta interface sem a proteção
necessária, isto é, em uma fase do desenvolvimento humano tão único, pode
oferecer “emoção” sim, rápida e na maior parte das vezes, eficaz, mas pode
também, ser fatal.
Depois da Infância, chegar na Adolescência, o período da
vida de maior vigor, imerso em um cenário com múltiplos fatores de risco, pode
levar o infante, agora adolescente, a fazer parte da mais cruel das
estatísticas: o período do desenvolvimento humano onde se encontra a maior taxa
de mortalidade, uma parte significativa relacionada às drogas. Droga, seja ela
de experimentação, como o álcool, tabaco e a maconha, ou seja ela agregada em
uma fase mais tardia da “carreira” de usuário, como a cocaína, fenômeno capaz
de alterar o curso da vida, prejudicando sua qualidade, distorcendo aptidões e
talentos.
O perfil do adolescente brasileiro usuário de drogas,
segundo levantamento nacional (LENAD II, 2012), aponta para especificidades
como: as meninas estão iniciando a experimentação e consumindo bebida alcoólica
e tabaco com o mesmo padrão que os meninos, isto é, abusando semanalmente. As
meninas, quando comparadas aos meninos,
também estão usando menos preservativos e usando mais cocaína do que
maconha , um padrão que difere da maioria dos países. E a família brasileira?
Estudos mostram que este fator é altamente relevante no modelo de proteção.
Estamos preparando o tão necessário modelo de proteção? Que tal começar a
receita com o ingrediente mais importante, ou seja, fazer valer os direitos de nossas crianças, e neste caso específico, o direito de viver em um país cujo “capítulo
primeiro” de sua política seja a prevenção de drogas!
Ana Cecilia Petta Roselli Marques
Presidente da ABEAD
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