segunda-feira, 14 de abril de 2014


 


Para garantir uma infância e adolescência saudável.


Há pouco dias comemorou-se o Dia Mundial da Infância, e a pergunta que ficou no ar foi “Como fazer cumprir um dos princípios mais essenciais da Humanidade, que é garantir o direito de viver a Infância em ambientes familiar, social e natural saudáveis, reconhecedores da riqueza na diversidade humana, e facilitadores permanentes do desenvolvimento das aptidões físicas, intelectuais e do espírito”, sem uma política de drogas moderna”?

Todos concordam que são esses os seres mais vulneráveis na sociedade e, portanto, dignos de proteção absoluta e atenção especial. Como segmentos mais vulneráveis, crianças e adolescentes são as primeiras vítimas de toda forma de desestruturação, familiar, social ou climática e, infelizmente, do impacto direto e indireto de todos os tipos de drogas.

E é “esta vulnerabilidade”, que vai encontrar na droga um dos seus mais intensos momentos de viver a ambivalência humana: um “flash de fama interna, e sua total cisão”. Viver esta interface sem a proteção necessária, isto é, em uma fase do desenvolvimento humano tão único, pode oferecer “emoção” sim, rápida e na maior parte das vezes, eficaz, mas pode também, ser fatal.

Depois da Infância, chegar na Adolescência, o período da vida de maior vigor, imerso em um cenário com múltiplos fatores de risco, pode levar o infante, agora adolescente, a fazer parte da mais cruel das estatísticas: o período do desenvolvimento humano onde se encontra a maior taxa de mortalidade, uma parte significativa relacionada às drogas. Droga, seja ela de experimentação, como o álcool, tabaco e a maconha, ou seja ela agregada em uma fase mais tardia da “carreira” de usuário, como a cocaína, fenômeno capaz de alterar o curso da vida, prejudicando sua qualidade, distorcendo aptidões e talentos.

O perfil do adolescente brasileiro usuário de drogas, segundo levantamento nacional (LENAD II, 2012), aponta para especificidades como: as meninas estão iniciando a experimentação e consumindo bebida alcoólica e tabaco com o mesmo padrão que os meninos, isto é, abusando semanalmente. As meninas, quando comparadas aos meninos,  também estão usando menos preservativos e usando mais cocaína do que maconha , um padrão que difere da maioria dos países. E a família brasileira? Estudos mostram que este fator é altamente relevante no modelo de proteção. Estamos preparando o tão necessário modelo de proteção? Que tal começar a receita com o ingrediente mais importante, ou seja,  fazer valer os direitos de nossas  crianças, e neste caso específico,  o direito de viver em um país cujo “capítulo primeiro” de sua política seja a prevenção de drogas!



Ana Cecilia Petta Roselli Marques

Presidente da ABEAD

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