sexta-feira, 11 de abril de 2014



Estou indignado pelo que acontece em nossa cidade e região.

“É reconhecido que o consumo, abuso e vício de substâncias psicoativas, lícitas ou ilícitas, é um assunto de saúde pública e bem-estar da família, da comunidade e dos indivíduos”.

Hoje, o maior problema enfrentado pelas cidades brasileiras, é o que se ouve diariamente nos noticiários: o consumo do crack. Uma consequência direta da proliferação da rede de comércio de drogas nos últimos 10 anos e que, por sua vez, também se desenvolveu pelo aumento do uso de drogas. Um círculo vicioso sem fim que cresce também em função do surgimento de novas drogas, mais fortes e viciantes.

Em um segundo momento também pode apontar como causa do problema as ações tímidas, desorganizadas e desarticuladas de nossa saúde pública. Ações, em muitos casos, causadas por uma resistência ideológica e política dos responsáveis, que acabam por exigir do DQ uma mudança de comportamento sem o expor a um tratamento eficaz.

Para que um tratamento seja realmente eficaz é preciso que seja trabalhado com evidências e bases científicas, com modelos eficientes que recuperem o usuário para o convívio em sociedade, e não com opiniões e ideias individuais sem nenhum resultado.

É possível? Sim, com certeza. Bastam lembrarmos como a medicina evoluiu no tratamento de outras doenças nos últimos 10 anos, como no tratamento do câncer. Mas para isso, foram feitos investimentos em tecnologia, médicos foram cada vez mais capacitados e especializados. Precisamos o mesmo cuidado, a mesma evolução para lidarmos com o tratamento de dependentes. Os dependentes sofrem igualmente de uma doença e têm o direito de receber uma “atenção integral por parte do Município”. E não é o que vem acontecendo. Até agora, muitas vezes os usuários só podem obter ajuda, tanto para a reabilitação quanto para o tratamento terapêutico, através de ações de tutela.

O alto índice de violência, evasão de menores das escolas, aumento do tráfico e da prostituição infantil em nossos municípios ocorre em razão de não termos políticas claras. Políticas que repetem incessantemente modelos falidos e ineficientes, que não apresentam nenhum resultado. Precisamos de algo novo. Por isso, a importância da realização de seminários em nossa região, para realizarmos este intercâmbio com profissionais, pesquisadores que trabalham em cima de evidências científicas e buscam insistentemente a recuperação do usuário de drogas através de modelos mais eficazes...

Formar profissionais e gestores especializados para atender a saúde física e mental dos usuários de drogas, assim como dar condições de funcionamento eficiente aos centros de saúde onde estes serviços são oferecidos, são ações que fazem parte da tarefa de desenvolver políticas públicas eficazes.

Este desabafo é em razão de eu atender familiares aflitos em busca de orientações sobre como encaminhar e tratar envolvidos com drogas e o que eu notei é o abandono a que estão relegados não apenas os adultos, mas jovens e até crianças que, cada vez mais cedo, indicam as pesquisas, têm contato com o álcool e outras drogas.

Tadeu Assis.

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