terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
domingo, 23 de fevereiro de 2014
ALCOOLISMO É A PRINCIPAL CAUSA DE AFASTAMENTO DO TRABALHO POR USO DE
DROGAS.
Agência Brasil - Flávia Villela
Entre os segurados do INSS o uso abusivo do álcool teve
aumento de 19% nos últimos quatro anos Marcelo Camargo/Agência Brasil
Dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) apontam
que o alcoolismo é o principal motivo de pedidos de auxílio-doença por
transtornos mentais e comportamentais por uso de substância psicoativa. O
número de pessoas que precisaram parar de trabalhar e pediram o auxílio devido
ao uso abusivo do álcool teve um aumento de 19% nos últimos quatro anos, ao
passar de 12.055, em 2009, para 14.420, em 2013.
Os dados mostram que os auxílios-doença concedidos as
pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas
passaram de 143,4 mil. Cocaína é a segunda droga responsável pelos auxílios
concedidos (8.541), seguido de uso de maconha e haxixe (312) e alucinógenos
(165).
São Paulo teve o maior número de pedidos em 2013 por uso
abusivo do álcool, com 4.375 auxílios-doença concedidos, seguido de Minas
Gerais, com 2.333. Integrante do Conselho Regional de Serviço Social de São
Paulo (Cress-SP), o assistente social Fábio Alexandre Gomes ressalta que o
aumento é extremamente superficial, visto que boa parte da população não contribui
para o INSS e por isso não tem direito a esse benefício.
“O impacto do álcool hoje na vida das pessoas é muito maior.
Muitos casos inclusive de uso abusivo do álcool estão associados com a situação
de desemprego. E a juventude tem iniciado experiências cada vez mais cedo”,
explica ele. “Tenho casos frequentes de crianças fazendo uso abusivo de álcool
a partir dos oito anos. Estou acompanhando um menino que hoje, com dez anos de
idade, usa crack, mas a porta de entrada foi o álcool”, conta o assistente social
ao relatar que por ser uma substância socialmente permitida em casa, acaba
sendo de fácil acesso.
Ele também relata aumento sensível de mulheres que não
aderem ao tratamento, fruto de preconceito social. “Na minha experiência como
assistente, este consumo abusivo está ligado principalmente a relações de
violência, sobretudo, amorosas. E geralmente o consumo é de cachaça”,
ressaltou. Ele criticou a concentração de políticas públicas dirigidas a
substâncias ilícitas, quando o álcool é uma das substâncias lícitas cada vez
mais usadas por adolescentes e mulheres, independentes da classe social. Gomes
ressalta que faltam campanhas que falem do impacto do álcool na gravidez.
“O consumo do álcool durante a gestação é algo que não se
discute muito. Muitas gestantes pensam 'ah está muito calor vou tomar só um
copinho', sem saberem o impacto que isso tem na formação das crianças”, alertou
Alexandre Gomes.
Há 24 anos sem beber uma gota de álcool, o vendedor autônomo
João Souza, 54 anos, morador do Rio de Janeiro, acredita que largar o vício sem
ajuda profissional é “praticamente impossível” e afirma que não existe cura
para a doença. “A família é muito importante, mas sozinha não dá conta se não
houver apoio profissional. A questão não é moral, é bioquímica, de estrutura e
só com muito tratamento”, pondera ele. “Procurei os Alcoólicos Anônimos (AA) e
vou lá até hoje, faço a manutenção, porque preciso” conta ele.
O auxílio-doença é um direito de todo trabalhador segurado
pelo INSS, que não perde o emprego ao se ausentar. Para pedir o auxílio-doença
por uso abusivo de droga, o solicitante deve ter pelo menos 12 meses de
contribuição e comprovar, por meio de perícia médica, a dependência da droga
que o incapacita de exercer o trabalho. A valor do benefício varia de acordo
com o valor recolhido pela Previdência Social.
Segundo a assistente social Andresa Lopes dos Santos, também
integrante do Cress-SP, o benefício é um grande avanço para o trabalhador
brasileiro, pois assegura a manutenção financeira da família, mantém o vínculo
do trabalhador no emprego, que pode se tratar enquanto estiver de licença. “É
importante um trabalho para dar o suporte à família e ao dependente do álcool,
que muitas vezes sustenta a família poderá fazer um tratamento”, salientou ela.
Justiça determina que Estado e Município de BH façam exames em
dependente químico.
Jornal O Estado de Minas.
A irmã do homem entrou com o pedido para a internação
compulsória dele
O Estado de Minas Gerais e o município de Belo Horizonte
terão de providenciar exames em um dependente químico para avaliar qual o
melhor tratamento para ele. Essa é a decisão da Lílian Maciel Santos, da 2ª
Vara de Fazenda Pública Estadual, que acatou o pedido da irmão do homem que
também sofre de transtornos mentais. A decisão cabe recurso.
A mulher entrou com um pedido na Justiça solicitando a
internação compulsória do irmão em uma clínica especializada no combate à
dependência química. Segundo ela, homem apresenta quadro clínico compatível com
transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de múltiplas drogas.
A situação tem provocado nele a perda progressiva do
controle de sua vontade própria, prejudicando o discernimento para a prática
dos atos da vida civil. Ao analisar o processo, a juíza afirmou que a concessão
de medicamentos e/ou tratamentos não padronizados pelo poder público depende de
análise concreta e minuciosa do julgador, que deve levar em conta todos os
argumentos favoráveis e contrários aos direitos sociais.
A magistrada observou que os relatórios médicos juntados ao
processo não evidenciam qual o tratamento mais adequado ao caso. “A dependência
química deixou de ser apenas um problema de saúde pública, mas tornou-se um
problema de cunho social, devendo ser combatida com a mesma seriedade em todos
os aspectos e níveis sociais”, destacou.Sendo assim, a juíza determinou a
realização dos exames para apurar o tratamento adequado para o rapaz.
Realizados os procedimentos, os entes públicos deverão apresentar relatórios
médicos detalhados e circunstanciados, apontando quais medidas terapêuticas
estão sendo adotadas. Essa decisão ainda cabe recurso.
(Com informações do TJMG)
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014
UM BATALHÃO DE JOVENS INTERDITADOS.
Afif Simões Neto
Sou juiz de Direito em uma das Varas de Família e Sucessões de Santa Maria. São duas ao todo. Na que trabalho, devem circular perto de 3 mil processos. Desses, uns 200 são de interdição. Para quem não sabe, alguém é interditado quando, com mais de 18 anos, perdeu a capacidade mental para a prática de atos da vida civil, por qualquer um dos motivos indicados pela lei. Decretada a interdição, será nomeado curador para a proteção da pessoa e dos bens do interdito, que, por exemplo, não pode casar-se, assinar contratos, abrir uma conta bancária, uma sapataria, comprar uma bicicleta nem que seja. Nenhum documento assinado por ele tem validade. Vira uma coisa, pois não tem vontade própria, dependendo exclusivamente do que os outros possam fazer por ele.
Realizo as audiências de interdição em uma quarta-feira do mês, à tarde.
São sempre mais de 12 processos pautados. Pois bem: dois deles, dando de barato, dizem respeito a jovens, com até 30 anos ou um pouco mais. Quando algum laudo médico acompanha a petição inicial, é certo que o CID aponta a esquizofrenia como causa para interditar, e mais certo ainda que todos eles – eu disse todos – confessam ao juiz que passaram a consumir maconha ainda na idade juvenil.
O pontapé inicial da desdita foi dado, invariavelmente, pelo “inofensivo baseado” fumado na saída do colégio ou nas festinhas da turma.
Claro que indivíduos que já sofrem de esquizofrenia e apresentam histórico pessoal de consumo da erva ou outras substâncias demonstram um início mais precoce da doença do que aqueles esquizofrênicos que nunca usaram maconha ou outras drogas. Mas o que quero relatar aqui é que passou a me assustar, analisando os processos de interdição de pessoas jovens, a relação “consumo de maconha – esquizofrenia”.
Pelo que dá para ver, o uso regular da Cannabis sativa apresenta um risco potencial para o desenvolvimento de transtornos esquizofrênicos, e esse risco está diretamente relacionado com a utilização contínua do entorpecente de forma precoce.
Assim, é lógico, é evidente, salta aos olhos, que a redução do uso da maconha entre os jovens poderia colaborar efetivamente na prevenção de futuros casos de esquizofrenia.
Mas aí, o que se vê, ao invés de campanhas nacionais agressivas para alertar dos riscos do consumo, são notáveis de academia – que da missa não sabem a metade – apresentando proposta para alterar o Código Penal, a fim de que a maconha seja legalizada, sob o fundamento de que sua utilização seria reduzida e que eliminaria a ação dos traficantes. Acontece que o traficante também vende crack, cocaína, heroína, ecstasy e outros tipos de drogas.
Além disso, em países como Holanda, que liberaram o “bagulho”, foi comprovado que em nada diminuiu o consumo. A maconha é nociva, sim, e é a porta de entrada para uso de outras drogas, ou vocês conhecem algum craqueiro, já na finaleira da vida, que não tenha sido maconheiro antes? >Pena que as ações em Vara de Família corram em segredo de Justiça. Se não fosse assim, gostaria muito de convidar essa gente liberal, que acha o máximo liberar maconha para adolescentes, para dar uma passadinha, sem compromisso, numa quarta-feira à tarde, na 2ª Vara de Família de Santa Maria. Talvez o desespero de um pai, de uma mãe, pedindo ao juiz, pelo amor de Deus, que interdite o seu filho amado, que mais parece um zumbi fuçado pela maconha, pudesse trazê-los à realidade.
quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
TRATAMENTO DO
ALCOOLISMO EXIGE PARTICIPAÇÃO FAMILIAR.
Diário do
Litoral
Mais da
metade das bebidas alcoólicas comercializadas no país (54%) é consumida por 20%
das pessoas que bebem.
Considerada
uma doença progressiva, incurável e em muitos casos fatal, porém tratável, o
alcoolismo prejudica a vida não somente de quem consome a bebida, mas também
dos que se relacionam com o dependente. Caracterizado pela vontade
incontrolável de beber, o alcoolismo é um fenômeno multifatorial que pode estar
associado à predisposição genética, ansiedade, angústia e insegurança. “Tudo isso
pode deixar a pessoa mais vulnerável à bebida. Além disso, condições culturais,
fácil acesso ao álcool e os valores que cercam o consumo também influenciam a
dependência”, alerta o terapeuta Márcio Belo, do Instituto Persona de Campinas.
O
tratamento, segundo o terapeuta, pode envolver diversos profissionais de saúde
como psiquiatras, psicólogos, terapeutas, educadores físicos, assistentes
sociais e enfermeiros. “O reconhecimento da dependência e a vontade de querer
mudar a situação são necessários para o início do tratamento. É claro que cada
caso é um caso e por isso não existe um tratamento ideal e sim o melhor
procedimento para um determinado caso, ou seja, o tratamento é personalizado”,
explica.
A família,
no entanto, é peça-chave tanto na prevenção do uso nocivo do álcool, como em
casos nos quais o problema já está instalado. Belo conta que não são poucas as
vezes em que o tratamento inicia-se pela família, principalmente porque o
usuário de álcool não aceita seu problema, não reconhece que o uso de bebidas
alcoólicas lhe traz consequências negativas ou está desmotivado para buscar
ajuda profissional.
“Um
acompanhamento personalizado e dirigido aos familiares é importante para que
todos compreendam a doença e seus desdobramentos, com orientações adequadas
sobre qual a melhor forma de ajudar um ente querido e a si mesmo, já que a
família também se torna codependente e começa a se organizar em torno do
dependente”, orienta.
O
tratamento, explica Belo, vai ajudar a acolher e a compreender o estresse
emocional e a desesperança vividos por essa família devido a dependência. “A
terapia ajudará a entender os papéis e o funcionamento dessa família e, através
disso, buscará novas mudanças nessa dinâmica a partir de recursos que ajudarão
a reorganizar e reestruturar o sistema e as relações familiares, com o objetivo
de manter a família segura e menos ameaçada”, diz.
11,7 milhões
de brasileiros são dependentes de álcool
Mais da
metade das bebidas alcoólicas comercializadas no país (54%) é consumida por 20%
das pessoas que bebem. O dado consta do 2° Levantamento Nacional de Álcool e
Drogas (Lenad) divulgado em 2013 pela Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp). Em termos gerais, o estudo estima que 11,7 milhões de brasileiros
são dependentes de álcool.
O
levantamento, que ouviu 4.607 pessoas de 149 municípios do país, constatou um
aumento de 20% na quantidade de brasileiros que consomem álcool uma vez ou mais
por semana. Também houve aumento no número de pessoas que ingerem grandes
quantidades de álcool (quatro unidades para mulheres e cinco para homens) em um
curto período de tempo (duas horas). Entre esses consumidores, essa forma de
beber passou de 45%, em 2006, para 59% no ano passado.
A pesquisa
destaca o aumento do consumo de álcool abusivo entre as mulheres. A proporção
das que passaram a beber uma vez ou mais por semana cresceu 34,5% em seis anos,
passando de 29% para 39%. Outro indicador que demonstra esse comportamento
nocivo é o que avalia o consumo de álcool em relação ao tempo. As que ingerem
quatro doses em até duas horas passaram de 36%, em 2006, para 49% no ano
passado.
Entre os
fatores que podem explicar o crescimento desse modo nocivo de beber, está a
ascensão econômica da população nos últimos anos. Belo alerta também para o
aumento do consumo de bebidas alcoólicas entre as mulheres. Para ele, esse
aumento pode ser justificado por conta da diminuição das diferenças nos papéis
de gênero. “A ascensão feminina no mercado de trabalho fez com que a mulher
ocupasse o mesmo espaço do homem. A independência financeira feminina permitiu
o aumento do consumo, inclusive, de bebidas alcoólicas por parte das mulheres”,
analisa.
ANVISA INCLUI 21 SUBSTÂNCIAS EM LISTA
DE DROGAS PROIBIDAS.
Portal
ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
A Anvisa
aprovou nesta terça-feira (18/02) a inclusão de 21 substâncias na lista de
drogas proibidas no País. Com esta decisão da Diretoria Colegiada da Agência é
feita a atualização da Portaria 344/98, que define as regras para substâncias
de controle especial e substâncias proscritas (proibidas) no Brasil.
Além disto,
a Anvisa aprovou atuar em sintonia com as decisões sobre substâncias ilícitas
adotadas por agências congêneres ou por polícias científicas internacionais,
para agilizar o trâmite desta matéria, e atualizar a lista de substâncias
proscritas à medida que os pedidos cheguem à Agência e não em um único
processo, como acontecia até agora.
A
atualização da lista partiu de solicitações da Junta Internacional de
Fiscalização de Entorpecentes (Jife), ligada à Organização Mundial de Saúde
(ONU), do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.
“As 21
substâncias são drogas novas, criadas para burlar as listas de drogas ilícitas
publicadas no mundo. Nenhuma delas tem utilidade como medicamento, são produtos
que simulam efeitos semelhantes ao de outras drogas ilícitas já conhecidas,
como ópio, heroína e LSD, que agem sobre o sistema nervoso central e podem
provocar alucinações”, explicou o Diretor presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.
De acordo
com o diretor de Regulação Sanitária da Anvisa, Renato Porto, relator do
processo votado nesta terça-feira, as análises começaram a ser feitas no ano
passado e apontaram outras proibições necessárias. “Tivemos dois pedidos feitos
pela polícia e, após análise criteriosa feita pela Agência, esse número foi
aumentado para garantir que formas semelhantes destas drogas também fossem
incluídas”, explicou Porto.
Medicamentos
controlados
A diretoria
da Anvisa também aprovou a inclusão de duas substâncias em uma outra lista, que
é a Lista de Produtos Controlados, também regida pela Portaria 344/98 e que
trata dos medicamentos de controle especial. As substâncias são o Tapentadol e
a Teriflunomida.
Essas duas
substâncias ainda não existem como medicamento no país, mas caso venham a ser
registradas seguirão as regras de controle especial, como ocorre com outros princípios ativos
utilizados em medicamentos controlados. Desde 1999, a Anvisa realizou 37
atualizações da Portaria 344/98.
Outra
mudança na lista foi o remanejamento de um medicamento da lista A3
(psicotrópicas) para a F2 (proscritos), também a pedido da JIFE.
Confira
todas as mudanças na tabela abaixo:
Confira a
lista completa de inclusões na Portaria 344/98
Substância Enquadramento
Tapentadol
Lista A1
(entorpecentes)
Teriflunomida
Lista
C1
4-bromo-2,5-dimetoxifeniletilamina
Lista
F2 (proscrito) – Foi remanejado da lista A3 para F2
25I-NBOMe,
25C-NBOMe,
25D-NBOMe,
25B-NBOMe,
25E-NBOMe,
25N-NBOMe,
25P-NBOMe,
25T2-NBOMe,
25T2-NBOMe,
25T7-NBOMe
25H-NBOMe;
Metilona;
4-cloro-2,5-dimetoxifeniletilamina
(2C-C)
4-metil-2,5-dimetoxifeniletilamina
(2C-D)
4-etil-2,5-dimetoxifeniletilamina
(2C-E)
4-fluor-2,5-dimetoxifeniletilamina
(2C-F)
4-iodo-2,5-dimetoxifeniletilamina
(2C-I)
4-etil-tio-2,5-dimetoxifeniletilamina
(2C-T-2)
2,5-dimetoxi-4-propiltiofeniletilamina
(2C-T-7)
MXE
(metoxetamina)
5IAI
(5-iodo-2-aminoindano)
Lista F2
(proscritos)
domingo, 16 de fevereiro de 2014
Álcool: um alerta para nossas comunidades.
Nos anos 80, o Papa João Paulo II despertou uma questão mundial
que afetava muitas pessoas direta e indiretamente: as drogas. E conclamou:
"Toda a sociedade - pais, escolas, ambiente social, meios de comunicação,
organismos internacionais - deve se empenhar para formar um mundo novo, com o
rosto do homem e a educação para ser homem". Ainda lançou o desafio de
lutar contra os flagelos da dependência química e do alcoolismo.
No dia 13 de fevereiro começa a "Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo" e essas palavras de João Paulo II estão presentes nas vidas dos agentes da Pastoral da Sobriedade, pois acatamos a sua mensagem e lutamos em favor das pessoas acometidas pelo álcool e por outras drogas.
Somos cristãos católicos prestando um serviço ecumênico, pois o álcool e as demais drogas não têm religião, nem bandeiras e nem fronteiras. Somos um povo de Deus, que unidos em um só projeto restauramos vidas num trabalho que envolve o dependente, a família dele, a igreja e toda a sociedade.
Segundo estatísticas da Pastoral da Sobriedade Nacional, em 15 anos de trabalho com dependentes e familiares nos grupos de autoajuda (mais de 900 pelo Brasil), os atendimentos superaram os cinco milhões. Foi verificado que 22% dos atendimentos estavam ligados a usuários de álcool.
Em nossa diocese (Rondonópolis, Jaciara, Juscimeira, Pedra Preta, Campo Verde, São José do Povo, Itiquira e Chapada dos Guimarães), em 15 anos houve mais de 45 mil atendimentos, sendo 28,3% quanto ao álcool, 9,2% à maconha e 5,1% ao crack.
Os acidentes automobilísticos causados por bebidas alcoólicas matam milhares de pessoas no país. O álcool atinge grande parte dos funcionários das empresas, reduzindo em mais de 60% sua força produtiva e elevando a chance de acidentes de trabalho em 3,6 vezes, conforme a especialista em Saúde Pública Eliane Zingare.
Participamos da igreja, lutamos por trabalho honesto, família saudável e respeitamos a Deus. Mas isso é suficiente? Pode até ser, mas às vezes não, porque a omissão nos torna cúmplices deste sistema triste e violento que difunde o álcool e as outras drogas. Temos exemplos maravilhosos em Rondonópolis de cristãos compromissados. Com a graça de Deus, maturidade e perseverança de alguns padres e leigos, três paróquias aboliram o álcool dos eventos da igreja: Bom Pastor, São José Esposo e São Domingos Sávio.
O pároco José Eder, da Bom Pastor, começou a campanha nas festas religiosas em 2008 e em reuniões dos Conselhos Pastorais Paroquiais (CPPs). Numa assembleia em 2010, com 99% dos votos, ficou decidido que a Bom Pastor não teria mais eventos com bebida alcoólica. "A bebida não gera fraternidade, as pessoas não se confraternizam, não se integram. A igreja não pode ser incentivadora da bebida; deve ser testemunho da verdade", afirma o pároco.
O padre Aladim Loureiro, da São Domingos Sávio, lançou em reunião com os paroquianos o desafio de acabar com a bebida alcoólica nas comunidades e conseguiu adesão da maioria. Palavras do padre: "Muitas comunidades ainda têm a mentalidade que a bebida alcoólica gera lucro fácil e não pesam nas vidas ceifadas pelo álcool. Tenho presenciado depois da decisão famílias mais alegres e felizes em nossas festas".
O padre João Paulo, da São José Esposo, diz que enquanto vigário recebia muitos jovens que reclamavam dos pais alcoólatras. "Quando me tornei pároco comecei a trabalhar essa questão e na assembléia de 2009 ficou decidido com adesão de 99% dos membros que não teríamos mais bebidas alcoólicas em nossas confraternizações e festas do padroeiro. Hoje as festas são melhores e realmente limpas".
Temos muito trabalho pela frente, porque enfrentar tradições e costumes não é tarefa fácil. Mas quem conseguiu mudar esse cenário já colhe os frutos. Como ressalta o Papa Francisco, é preciso "enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas, promovendo maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança ao futuro".
No dia 13 de fevereiro começa a "Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo" e essas palavras de João Paulo II estão presentes nas vidas dos agentes da Pastoral da Sobriedade, pois acatamos a sua mensagem e lutamos em favor das pessoas acometidas pelo álcool e por outras drogas.
Somos cristãos católicos prestando um serviço ecumênico, pois o álcool e as demais drogas não têm religião, nem bandeiras e nem fronteiras. Somos um povo de Deus, que unidos em um só projeto restauramos vidas num trabalho que envolve o dependente, a família dele, a igreja e toda a sociedade.
Segundo estatísticas da Pastoral da Sobriedade Nacional, em 15 anos de trabalho com dependentes e familiares nos grupos de autoajuda (mais de 900 pelo Brasil), os atendimentos superaram os cinco milhões. Foi verificado que 22% dos atendimentos estavam ligados a usuários de álcool.
Em nossa diocese (Rondonópolis, Jaciara, Juscimeira, Pedra Preta, Campo Verde, São José do Povo, Itiquira e Chapada dos Guimarães), em 15 anos houve mais de 45 mil atendimentos, sendo 28,3% quanto ao álcool, 9,2% à maconha e 5,1% ao crack.
Os acidentes automobilísticos causados por bebidas alcoólicas matam milhares de pessoas no país. O álcool atinge grande parte dos funcionários das empresas, reduzindo em mais de 60% sua força produtiva e elevando a chance de acidentes de trabalho em 3,6 vezes, conforme a especialista em Saúde Pública Eliane Zingare.
Participamos da igreja, lutamos por trabalho honesto, família saudável e respeitamos a Deus. Mas isso é suficiente? Pode até ser, mas às vezes não, porque a omissão nos torna cúmplices deste sistema triste e violento que difunde o álcool e as outras drogas. Temos exemplos maravilhosos em Rondonópolis de cristãos compromissados. Com a graça de Deus, maturidade e perseverança de alguns padres e leigos, três paróquias aboliram o álcool dos eventos da igreja: Bom Pastor, São José Esposo e São Domingos Sávio.
O pároco José Eder, da Bom Pastor, começou a campanha nas festas religiosas em 2008 e em reuniões dos Conselhos Pastorais Paroquiais (CPPs). Numa assembleia em 2010, com 99% dos votos, ficou decidido que a Bom Pastor não teria mais eventos com bebida alcoólica. "A bebida não gera fraternidade, as pessoas não se confraternizam, não se integram. A igreja não pode ser incentivadora da bebida; deve ser testemunho da verdade", afirma o pároco.
O padre Aladim Loureiro, da São Domingos Sávio, lançou em reunião com os paroquianos o desafio de acabar com a bebida alcoólica nas comunidades e conseguiu adesão da maioria. Palavras do padre: "Muitas comunidades ainda têm a mentalidade que a bebida alcoólica gera lucro fácil e não pesam nas vidas ceifadas pelo álcool. Tenho presenciado depois da decisão famílias mais alegres e felizes em nossas festas".
O padre João Paulo, da São José Esposo, diz que enquanto vigário recebia muitos jovens que reclamavam dos pais alcoólatras. "Quando me tornei pároco comecei a trabalhar essa questão e na assembléia de 2009 ficou decidido com adesão de 99% dos membros que não teríamos mais bebidas alcoólicas em nossas confraternizações e festas do padroeiro. Hoje as festas são melhores e realmente limpas".
Temos muito trabalho pela frente, porque enfrentar tradições e costumes não é tarefa fácil. Mas quem conseguiu mudar esse cenário já colhe os frutos. Como ressalta o Papa Francisco, é preciso "enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas, promovendo maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança ao futuro".
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
NUNCA
DEVEREMOS LIBERAR A MACONHA.
Há muita conversa sobre drogas no mundo, nas ruas, nas escolas, na
internet e na televisão.
Muitas
das ideias que você ouve sobre as drogas realmente vêm daqueles que as vendem.
Os traficantes de drogas, que abandonaram o tráficoconfessaram que eles diriam
qualquer coisa para que outros comprassem drogas.
Maconha
é a palavra usada para descrever as flores secas, sementes e folhas da planta
de cânhamo indiano.
Haxixe
é uma forma relacionada da droga, feito das resinas das plantas de cânhamo
indiano.
“Cannabis”
descreve qualquer uma das diferentes drogas que provêm do cânhamo indiano,
incluindo maconha e haxixe. Esta droga é um alucinógeno, uma substância que
altera a forma como a mente percebe o mundo em que vive.
O
elemento químico na cannabis que cria esta alteração é conhecido como THC.
As
sensações imediatas, são: aumento do ritmo cardíaco , diminuição da coordenação
e equilíbrio e um estado mental irreal e de “sonhador”: alcançam o seu auge
dentro dos primeiros 30 minutos. Estes efeitos, em curto prazo desaparecem
normalmente em duas ou três horas, mas podem permanecer mais tempo, dependendo
da quantidade tomada pelo consumidor, dapotência do THC e da presença de outras
drogas introduzidas na mistura.
Como
o consumidor típico aspira mais fumo e o mantém mais tempo no organismo do que
faria com um cigarro, um cigarro de maconha cria um impacto severo nos pulmões
da pessoa. Além do incômodo, que se associa à dor de garganta e resfriados,
descobriu-se que o consumo de maconha expõe tanto às substâncias produtoras do
câncer como se fumassem cinco cigarros.
As consequências
mentais do uso da maconha são igualmente severas. Os fumantes de maconha têm
memória e aptidão mental mais pobre do que os não fumadores.
Sonhos
dos famosos
Cito
várias pessoas que tiveram sonhos. Cabral – 1500 - sonhou em encontrar o
Oriente e ancorou em Porto Seguro, na Bahia. Padre Anchieta – 1556 – construiu
uma aldeia para os indígenas, a qual se tornou uma das maiores e mais
importantes cidades do mundo: São Paulo. Lula, como sindicalista e metalúrgico,
desejou ser presidente e realizou este sonho. Martin Luther King – 1960 –
destacou seu desejo sempre repetindo: “Eu tenho um sonho”. Por causa desta
ideia, dia 22 de fevereiro é feriado nos Estados Unidos. Para um americano, “o
milagre dos milagres”, politicamente falando, foi o fato de um afro-americano
ser eleito presidente da América do Norte.
Eu
tenho um sonho: um mundo sem drogas.
Haroldo
J. Rahm, SJ
Presidente
de honra
Instituto
Padre Haroldo
Amor
Exigente
MOTORISTAS
EMBRIAGADOS QUE MATAM NO TRÂNSITO DE BH PEGAM CARONA NA IMPUNIDADE.
Jornal o Estado de Minas
Com a morte do entregar do pães, chega a 13 os autuados por
homicídio doloso em BH. Nenhum deles está preso Junia Oliveira / Valquiria Lopes Sob o
impacto de mais uma vida perdida nas ruas de Belo Horizonte relacionada à
associação entre álcool e direção, famílias das vítimas veem cada vez mais
distante a perspectiva de punição rigorosa para os responsáveis. Com a morte do
motorista Leandro Trindade do Nascimento, de 29 anos, atropelado na madrugada
de sábado pelo estudante de economia Germano Pinheiro Stein Pena, de 22 anos,
chega a 13, nos últimos quatro anos, o número de condutores autuados por
homicídio com dolo eventual no trânsito da capital. Nenhum deles está preso,
nem mesmo Germano, que permaneceu menos de 48 horas no Centro de Remanejamento
de Presos (Ceresp) da Gameleira antes de ser liberado por decisão judicial. E o
principal argumento da polícia e de promotores para tentar a condenação mais
pesada nesses casos, considerando que os acusados assumiram o risco de matar,
vem sendo reiteradamente rejeitado no estado.
O
coordenador de Operações Especiais do Departamento Estadual de Trânsito
(Detran), delegado Ramon Sandoli, afirma que as 13 autuações se referem a
crimes diversos, como embriaguez e direção perigosa. Germano foi enquadrado com
base na primeira infração. Ele teria admitido a policiais a ingestão de bebida
alcoólica, embora tenha se recusado a fazer o teste do bafômetro. A morte
ocorreu na Avenida Raja Gabaglia, no Bairro Estoril, Oeste de BH. Detido,
Germano Stein Pena foi solto domingo à noite, por decisão do juiz Guilherme
Queiroz Lacerda, titular do 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette. Leandro,
que trabalhava como entregador de pães pela manhã e em uma agência credenciada
dos Correios à tarde, fazia a segunda entrega do dia. A soltura do condutor
surpreendeu até o delegado. “Foi a Justiça, não fui eu. Eu não permiti nem
fiança”, disse. A mesma avenida foi cenário de outro crime ainda sem
punição. Gustavo Henrique de Oliveira Bittencourt estava alcoolizado e dirigia
na contramão, em fevereiro de 2008, quando atingiu o carro do empresário
Fernando Félix Paganelli, então com 49, que morreu na hora. Ele foi denunciado
por homicídio doloso, mas o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) entendeu
tratar-se caso culposo. O Ministério Público recorreu e a questão tramita no
Superior Tribunal de Justiça. O presidente da Comissão Especial contra a
Violência no Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), Miguel
Marques, explica que decisões desse tipo têm sido tomadas com base em um
entendimento do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fucks, que em 2011
concedeu habeas corpus rejeitando a tese de dolo eventual em crime de trânsito.
“Ele entendeu que, para ser considerado crime com dolo, o motorista tem que
ingerir bebida alcoólica com a intenção de produzir o resultado. É como dizer
que o acusado bebeu com a intenção de matar alguém, quando, na verdade, ele
bebeu e pegou o carro para voltar para casa”, diz. Por isso, segundo o
advogado, defensores têm conseguido em instâncias inferiores usar o precedente
para defender a tese de homicídio culposo, com pena de quatro anos de prisão.
“Nesse caso, o acusado consegue, de fato, uma pena restritiva de direito, como
prestação de serviços”, afirma.
Miguel
Marques acredita que a decisão do STF tem aberto vários precedentes. “Vários
tribunais vão conceder habeas corpus com base nisso, o que é revoltante para as
famílias das vítimas”, ressalta. No caso de Germano Stein, ele acredita que
esse tenha sido o argumento para o relaxamento da prisão: “O delegado não
concede fiança, mas o advogado pede ao juiz ou às instâncias superiores”. O
teor da decisão que liberou o condutor não foi divulgado pela assessoria do
Fórum Lafayette, sob o argumento de que o processo ainda está nas mãos do
juiz.REVOLTA A família de Leandro está revoltada com a soltura do
motorista. Para a irmã, a estudante Ivana Trindade, de 25, a impressão que fica
é de impunidade. “Todos nós estamos indignados, porque no Brasil basta a pessoa
ter dinheiro que pode beber, entrar em um carro, dirigir em alta velocidade,
matar alguém e ainda ficar em liberdade. A lei não funciona”, afirma. Segundo
ela, no dia em que o condutor foi detido, a família chegou a pensar que ele
ficaria realmente preso. “Agora tivemos a certeza de que não tem punição.”Ivana
contou que o patrão de Leandro entrou em contato para dizer que parentes de
Germano querem conversar com os familiares da vítima. “Falaram que não querem
confusão e que vão ajudar a gente no que for preciso. Acredito que devem
oferecer dinheiro. Vamos conversar, mas nós queremos justiça, porque a morte do
meu irmão não foi um acidente, foi um assassinato.”Motos ficam no depósito
A
agilidade com que a defesa do estudante de economia Germano Pinheiro Stein Pena
conseguiu sua liberação não ocorreu no caso de dezenas de motociclistas que
passaram o dia ontem na porta do Departamento Estadual de Trânsito (Detran)
tentando liberar motos apreendidas durante um encontro em Belo Horizonte. Cerca
de 300 pessoas participaram do evento, marcado pelas redes sociais, com o
intuito de percorrer vários bairros de Belo Horizonte. Quando chegou ao Centro,
o grupo foi abordado em uma blitz da Polícia Militar. Ao todo, 38 veículos
foram apreendidos, entre eles uma motocicleta roubada, de acordo com o
coordenador de Operações Especiais do Detran, Ramon Sandoli. Seis estavam em
situação regular e foram entregues aos donos. Outras 31 continuavam retidas até
a tarde de ontem.
O delegado informou que a participação de cada envolvido está sendo analisada e que motociclistas podem responder por crimes como direção perigosa e falta de habilitação. Eles pagaram multa de R$ 197 e terão que arcar com o custo do reboque e da diária do pátio do Detran. As motos ficarão apreendidas entre 10 e 20 dias. A Polícia Civil promete pedir à PM imagens de câmeras do Olho Vivo para identificar outros participantes. Os motoboys dizem que o encontro ocorre há meses. “Foi marcado um passeio de motociclistas. Era um encontro, não o rolezinho, que vem sendo associado a crimes. O pessoal ia parar para tomar um lanche e bater papo”, conta o mecânico e motoboy Bruno Sousa, de 29 anos. O também motoboy Dijon Ricardo de Oliveira, de 29, confirmou que alguns motoqueiros andavam em alta velocidade e até na contramão. “Nós, que paramos, estávamos certos. Achamos que fosse uma blitz normal, mas a polícia mandou todo mundo deitar no chão, ninguém nos ouviu. Quem estava errado fugiu, não está aqui hoje.”
O que
diz a lei
O
Código Penal trata como homicídio doloso os casos em que o responsável tem a
intenção de matar. O crime é hediondo e o artigo 121 prevê pena de seis a 20
anos de prisão. Há situações em que se aplica o chamado dolo eventual, quando o
acusado não quer cometer o crime, mas assume o risco de provocá-lo. Nos casos
de trânsito, por exemplo, uma corrente do direito defende que agravantes como a
embriaguez e a alta velocidade podem ser caracterizados dessa forma. Os
tribunais que acompanham esse entendimento aplicam a mesma pena do homicídio
doloso. Já o homicídio culposo trata da negligência, imprudência e imperícia,
mas pressupõe que o agente não tem a intenção de cometer o crime. A pena,
nesses casos é menor.
“AÇÃO NA CRACOLÂNDIA É BALÃO DE ENSAIO SOCIAL DA PREFEITURA DE SP”.
Blog Jovem Pan
Por Izilda Alves
“ Sem
a desintoxicação no tratamento da dependência de drogas, estamos predispondo
estas pessoas a manterem o uso da droga com os respectivos agravos à sua saúde
física e mental”, alerta o psiquiatra Antonio Carlos Cabral,que tem 20 anos de
experiência no tratamento de dependentes e é diretor do Hospital Lacan,
referência na rede pública de saúde, ao avaliar o programa “De Braços Abertos “
da Prefeitura de São Paulo com 400 dependentes de crack da região da Luz, no
centro de São Paulo. Em artigo para a Campanha, escreve o Dr. Antonio Carlos
Cabral:
“Quando
estamos diante de casos graves, como os vistos na cracolândia, devemos iniciar
o tratamento com a interrupção do uso da droga. A isto se dá o nome de
desintoxicação que dura em torno de 21 dias. Neste período, o paciente será
submetido à avaliação clínica para tratar sua desnutrição, quadro de doenças
infecto-contagiosas como HIV, sífilis e tuberculose além de receber tratamento
para síndrome de abstinência e quadros psiquiátricos associados. Sem esta abordagem
inicial nesta população de dependentes químicos graves, estamos fadados a
manter o uso da droga e a perpetuação deste quadro.O programa da Prefeitura de
São Paulo não contempla esta abordagem o que considero uma deficiência no
tratamento destes pacientes. Opta por mecanismos de reinserção social no
início, o que a meu ver são necessários no seu tempo apropriado.
Trata-se
de uma iniciativa louvável como forma de reinserção social, melhora da
auto-estima, valorização social do dependente químico, mas estamos falando de
dependência química, que consiste numa doença neuro-psico-emocional . Alterando
o funcionamento cerebral, drogas como o crack levam a uma alteração de
comportamento com implicações médicas, sociais e econômicas. Para qualquer
doença faz-se necessário, em primeiro lugar o diagnóstico correto. Para tanto,
além dos sinais e sintomas característicos de uma classificação entre leve,
moderada e grave existe para gerenciar e oferecer as ferramentas corretas para
tratar cada caso. Aqui está a base da rede hierarquizada: casos leves
necessitam de uma atenção diferente dos casos graves.
Não
basta se inspirar em modelos de outros países. Temos que unir esforços
sabidamente reconhecidos como válidos tecnicamente em eficiência e eficácia no
tratamento da Dependência Química em prol dos pacientes. O modelo
integrado de tratamento necessita de desintoxicação em algum momento do
tratamento. Caso contrário, estaremos realizando um balão de ensaio social. O
preço a ser pago é a manutenção destas pessoas incapacitadas em dar um rumo
diferente a suas vidas. E nós profissionais de saúde assistimos a tudo isto com
desalento pois sabemos que podemos fazer mais e melhor. Só precisamos desatar
os nós da incompreensão ideológica e aplicar o conhecimento técnico-científico
que já possuímos nesta população.”
O
HOSPITAL LACAN É PARCEIRO DE JOVEM PAN PELA VIDA, CONTRA AS DROGAS
Izilda
Alves é jornalista e coordenadora da Campanha Jovem Pan pela vida contra as
drogas
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
Oficializar maconha é abrir fábrica de esquizofrênicos, diz psiquiatra.
Se o Brasil seguir a tendência de outros países e oficializar a indústria da maconha, nós teremos "uma fábrica de esquizofrênicos".
A opinião é do psiquiatra Valentim Gentil Filho, professor titular da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), convidado desta segunda-feira (4) do programa Roda Viva, apresentado ao vivo na TV Cultura e reproduzido pelo UOL.
Para o psiquiatra, considerado um dos mais influentes do país, a sociedade tem sido conivente e omissa em relação à droga, e os riscos provocados por ela não têm sido bem divulgados. Gentil Filho contou no programa que, segundo estudos bem fundamentados, a maconha aumenta em 310% o risco de esquizofrenia quando consumida uma vez por semana na adolescência. E trata-se de uma doença incurável: "O esquizofrênico pode ter uma vida praticamente normal, mas sempre há uma sequela".
O psiquiatra sugeriu que, assim como pais permitem que seus filhos consumam álcool em festas, a informação distorcida de que maconha não faz mal fará com que eles deixem os jovens fumarem em casa. E o problema é que, nos adolescentes, que estão em uma fase de "poda" natural do cérebro para a entrada na idade adulta, a droga é especialmente prejudicial.
O professor também fez críticas à chamada luta antimanicomial, que fez o Brasil fechar milhares de leitos psiquiátricos sem proporcionar alternativas. Ele ressaltou que o atual modelo dos Caps (Centros de Atenção Psicossocial) não tem como substituir o atendimento ambulatorial e as internações psiquiátricas. Para Gentil Filho, não se trata de abandonar os pacientes em manicômios, mas garantir o tratamento em fase aguda. Ele reforçou que, atualmente, só um terço dos pacientes psiquiátricos diagnosticados recebe tratamento.
Para o psiquiatra, tanto a luta antimanicomial quanto a vinda de cubanos (pelo programa Mais Médicos) fazem parte de uma visão mais ampla que a medicina, de uma mentalidade que persiste no Ministério da Saúde e tem raízes político-ideológicas. Na prática, segundo ele, o que acontece é que há um número absurdo de pessoas com transtornos graves nas ruas, rejeitadas por hospitais e por outras instituições. "Há uma desassistência fenomenal e nós temos recursos terapêuticos", lamentou.
Depressão e pânico
O convidado do Roda Viva também falou sobre o aumento no diagnóstico de depressão, que para ele é fruto de diversos fatores, como a ampliação dos conceitos sobre a doença e a descoberta de novas moléculas que se mostram mais eficazes que o placebo. Ao falar de outros transtornos que têm sido mais frequentes, ele também mencionou a síndrome do pânico. Entre as possíveis causas desse aumento, de acordo com o especialista, estão o maior consumo de estimulantes, cafeína e medicamentos com ação no sistema nervoso e atitudes como a privação de sono, capazes de deflagrar crises. Mas ele pondera que o estresse não é algo novo na humanidade, assim como os transtornos mentais. "Eu prefiro viver hoje do que nos tempos bíblicos", ironizou.
O programa apresentado pelo jornalista Augusto Nunes e a bancada de entrevistadores contou com Fernanda Bassette (repórter de saúde do jornal O Estado de São Paulo), Ulisses Capozzoli (editor-chefe da Revista Scientific American Brasil), Paulo Saldiva (professor titular da Faculdade de Medicina da USP, especialista em poluição atmosférica), Aureliano Biancarelli (jornalista da área de saúde) e Luciana Saddi (psicanalista, escritora e blogueira da Folha de São Paulo). O Roda Viva ainda teve a participação do cartunista Paulo Caruso.
Fonte: UOL
Fonte: UOL
PROGRAMA RECOMEÇO LEVA ATENDIMENTO A FAMILIARES DE DEPENDENTES QUÍMICOS
À PERIFERIA.
O governador Geraldo
Alckmin esteve (01/02) no primeiro dia da capacitação de psicólogos e
conselheiros que atuarão no “Recomeço Família”, ação do Programa Recomeço que
leva assistência a familiares de dependentes químicos à periferia de São Paulo
e de outros municípios. O atendimento começará na quinta-feira (06.02), nos 11
postos do Centro de Integração da Cidadania (CIC), programa da Secretaria da Justiça
e da Defesa da Cidadania e no Centro de Referência de Álcool Tabaco e outras
Drogas (Cratod).
“O trabalho junto com
a família de dependentes químicos tem bons resultados”, ponderou o governador.
“O CIC, junto com a Saúde e com a organização não governamental Amor Exigente
tem um trabalho bonito pela frente, porém difícil, porque a dependência química
é uma doença crônica e recidivante. A família também adoece e acaba envolvida
com o problema”.
Na ação “Recomeço
Família”, cada um dos 11 postos do Centro de Integração da Cidadania e o Cratod
receberá dois profissionais capacitados, um psicólogo e um conselheiro,
contratados pela Secretaria de Saúde, e ainda um voluntário do grupo Amor
Exigente. O atendimento às famílias estará disponível de terça a sexta-feira,
das 14h às 20h, e aos sábados das 8h às 14h.
Além da presença do
governador, os novos integrantes do Programa Recomeço contaram com
apresentações de representantes da Secretaria da Saúde, com informações
técnicas sobre o novo trabalho que exercerão, do CIC, da Coordenação de
Políticas sobre Drogas, programa também da Secretaria da Justiça, e dos
voluntários do Amor Exigente.
“As famílias precisam
de ajuda, apoio e qualidade de vida. O familiar não dorme, não come, não vive”,
explicou Regina Tortorelli, parente de dependente químico e voluntária do Amor
Exigente. “A família se desestrutura com o problema da drogadição, por isso
vocês vão enfrentar inicialmente uma barra. Pais e mães são tão doentes quanto
o dependente químico”.
Um dos objetivos da
ação “Recomeço Família” nos CICs é a aproximação do ambiente de atendimento às
famílias com suas casas, localizadas, algumas vezes, em regiões afastadas da
capital. “Nas cracolândias, encontramos pessoas bastante vulneráveis, carentes
de todo tipo de atenção, como saúde, educacional e familiar, muitas vieram de
regiões afastadas”, exemplificou o coordenador de Políticas sobre Drogas, da
Secretaria da Justiça, Mário Sérgio Sobrinho. “É para essas regiões que vocês
vão, onde, geralmente, um número expressivo de pessoas se desvencilha da
família”.
O fortalecimento de
familiares de dependentes químicos contribui de forma essencial ao tratamento.
“Pensamos que colocar nos CICs pessoas com visão social, psicológica e
comunitária, que focassem exatamente a drogadição, seria uma boa alternativa
para dar estrutura, informação e meios para as famílias se posicionarem melhor
em relação à dependência química”, explicou o coordenador para os participantes
da capacitação. “Com o trabalho de vocês, muitos dependentes químicos serão
assistidos por meio das famílias, que serão fortalecidas, e estarão juntos
deles”.
Para Sobrinho, a
finalidade do Recomeço Família vai além de um trabalho remunerado. “É uma
atividade de contribuição para que haja encaminhamentos necessários na questão
da dependência química, não é algo fácil, envolve a vida do paciente e exige
esforço”. Geraldo Alckmin endossou o incentivo. “Vocês vão ajudar muita gente e
muitas famílias que adoecem, poderão mudar muitas vidas para melhor”.
O “Recomeço Família”,
que trabalha junto com a família, é mais uma ação do Programa Recomeço, lançado
pelo Governo do Estado de São Paulo, em maio de 2013. O programa tem longa
duração e depende das peculiaridades de cada caso. Primeiramente, a pessoa
passa por avaliação médica para diagnosticar seu estado de saúde. Em alguns
casos, existe a necessidade de internação para tratar de comorbidades.
Criado em 2013, o
Plantão Judiciário no Cratod, que integra órgãos de Justiça com a Saúde,
proporciona agilidade nos encaminhamentos médicos e de internações, quando
necessários. A atuação dos advogados da OAB-SP, defensores públicos, promotores
de Justiça e juízes tem auxiliado famílias e pessoas que procuram ajuda.
O tempo de internação
em hospitais e clínicas conveniados com o Estado varia de 15 dias a três meses.
Após alta médica, o dependente químico pode ser encaminhado para abrigos e
compor a Frente de Trabalho, idealizada no Recomeço para reinserção social e no
mercado de trabalho.
A pessoa também pode
ser encaminhada a uma das comunidades terapêuticas conveniadas no programa por
meio das Secretarias de Justiça e Defesa da Cidadania, Saúde e Assistência
Social. Nesta etapa, o Governo do Estado paga até R$ 1.350 por mês para a
entidade acolher o dependente químico durante até seis meses prorrogáveis.
“O paciente pode
ficar até seis meses para fazer um novo plano de vida, arrumar um emprego e se
qualificar profissionalmente”, ressaltou o governador de São Paulo, ao citar a
etapa do programa em que também se inicia a reinserção social e entrada na
Frente de Trabalho.
Fabiana Campos
Assessora de Comunicação
Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania
Governo do Estado de São Paulo
Assessora de Comunicação
Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania
Governo do Estado de São Paulo
quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
Dois estudos mostram os artifícios da indústria para tornar os cigarros
mais viciantes.
O Globo
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Flávia Milhorance
Flávia Milhorance
O ator americano Eric Lawson morreu recentemente, aos 72 anos.
Era jovem, atraente, trazia um aspecto viril e seguro quando, como um caubói,
fumava tranquilamente o seu cigarro em anúncios da indústria de tabaco dos anos
70. Difícil resistir ao apelo. Mas anos depois, Lawson foi diagnosticado com
uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPCO), ocasionada provavelmente por
este hábito que, no passado, agregava tantos adjetivos ao seu usuário.
Propagandas deste tipo hoje são proibidas, seus riscos à saúde se tornaram
inquestionáveis. E mais uma coisa mudou desde este período: os cigarros atuais
aumentam as chances de câncer de pulmão, DPCO e outras doenças, além de serem
mais viciantes, segundo dois novos estudos americanos.
Um destes é o relatório do “Office of the Surgeon General”,
órgão do governo americano, que traz uma revisão de sua primeira edição, de
1964, quando os efeitos nocivos do fumo estavam começando a ser revelados.
Cinquenta anos depois, além de associar o hábito a uma série de doenças, ele acrescenta
que os cigarros hoje são mais viciantes do que os das décadas anteriores. Não
porque tenham mais nicotina, mas porque o seu design vem sendo aperfeiçoado com
o objetivo de levar mais desta substância aos pulmões.
A nicotina é o principal agente do cigarro e é considerada pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) uma droga psicoativa que causa dependência.
Ao ser inalada, chega em poucos segundos ao cérebro e age no sistema nervoso
central. O relatório se baseou em documentos da indústria apresentados num
tribunal de 2006 mostrando como os cigarros foram projetados para este fim. As
táticas incluem projetar filtros mais eficientes, selecionar papéis para
maximizar a ingestão de nicotina e adicionar produtos químicos para tornar o
fumo menos pesado e mais fácil de inalar. Outro estudo recente da Universidade
de Massachusetts, publicado na revista “Nicotine and Tobacco Research” analisou
marcas vendidas nos Estados Unidos entre 1998 e 2012. Ele mostrou que embora a
quantidade de nicotina tenha se estabilizado neste período, a capacidade do
cigarro de levar a substância aos pulmões do fumante aumentou em até 15%. O
menor nível foi de 1,65 miligrama por cigarro em 1999, e o mais alto, de 1,89
miligrama, em 2011.
- Pelo menos com relação à recepção de nicotina, nossos
resultados vão contra o argumento das indústrias de cigarro, que dizem estar
estudando formas de garantir um cigarro menos prejudicial - observou, em
entrevista ao GLOBO por e-mail, Wenjun Li, professor do setor de Medicina
Preventiva e Comportamental da universidade e autor do estudo. A Souza Cruz,
empresa brasileira de cigarro, ressalta que o estudo extrapola a realidade do
país, uma vez que marcas e metodologias são distintas.
Disse ainda que há mais de dez anos a Anvisa exige que
fabricantes informem os valores de nicotina, além das características físicas
dos papéis e do filtro dos cigarros, tais como composição, permeabilidade e
gramatura dos papéis, ventilação do filtro e etc. Cigarro ‘aperfeiçoado’ pela
indústria Não é a primeira vez, no entanto, que este debate é suscitado.
Uma pesquisa de uma década atrás feita pela Escola de Medicina
de Harvard mostrou que o avanço no mecanismo do cigarro havia levado ao aumento
da inalação da substância em 11% em produtos fabricados entre 1997 e 2005, uma média
de 1,6% ao ano. - O investimento que se faz na tecnologia do produto é muito
grande e ocorre há muito tempo. O cigarro parece apenas uma porção de tabaco
enrolado em papel, mas é mais sofisticado do que uma Ferrari - comenta Paula
Johns, diretora-executiva da ONG Aliança de Controle do Tabagismo (ACT).
- Inclusive quando houve a primeira inciativa da FDA (agência
reguladora de remédios dos EUA) de limitar as emissões de alcatrão, nicotina e
outros aditivos, mais tarde foi descoberto que isto não significava nada,
porque havia outras formas de otimizar a liberação de nicotina. Segundo Paula,
“não existe um cigarro menos perigoso”. Ela cita estatísticas de que nove em
cada dez pessoas que fumam se tornam dependentes, uma proporção inversa ao
álcool, e o maior índice de vício entre todas as drogas. Uma história que se
tornou famosa, aliás, e rendeu até o prêmio Pulitzer de Jornalismo de 1996 ao
“Wall Street Journal”, é a de que os produtores evitavam elevar o conteúdo de
nicotina nos cigarros, mas usavam produtos químicos, em especial a amônia, para
aumentar a potência da substância inalada.
Cigarros com amônia, desta forma, liberavam mais nicotina, mas
tinham a mesma quantidade química que outros produtos sem o aditivo.
Interferência parecida com a que foi apontada nos estudos recém-divulgados, e
que, na verdade, vêm ocorrendo desde o início da industrialização do tabaco,
segundo Ronaldo Laranjeira, professor de Psiquiatria da Universidade Federal de
São Paulo (Unifesp).
- Há mais de um século, o tabaco era mascado ou fumado na forma
de cigarro de palha. O consumo era pequeno e o impacto, restrito. O grande
avanço veio com a industrialização do cigarro, quando a absorção ficou mais
eficiente. E a indústria vem aperfeiçoando no ultimo século o produto no sentido
de causar mais dependência - alerta. Debate sobre maior controle do cigarro Nos
EUA, estas notícias levantaram a discussão sobre uma maior regulação da
indústria por parte do governo. Mas, para Laranjeira, focar no controle do
tabagismo pode trazer melhores resultados:
- O governo não consegue controlar o mercado lícito, nem
ilícito. Intensificar políticas para reduzir o fumo seria uma ação mais
sensata.
Já Paula defende a adoção de medidas de controle, como a
proibição de aditivos dos cigarros (cuja resolução da Anvisa entrou ano passado
em vigor) e restrições à propaganda e ao uso.
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