sexta-feira, 31 de janeiro de 2014


ONG estima baixa de 25% em programa para usuários de crack.

Jornal Folha de S. Paulo
ARETHA YARAK DE SÃO PAULO
Um quarto dos 386 viciados que moram na cracolândia e estão cadastrados em programa da Prefeitura de São Paulo não aderiram completamente ao programa de trabalho e tiveram frequência baixa. Por isso, não devem receber o pagamento hoje.
A estimativa é da ONG União Social Brasil Gigante, que tem um convênio com a prefeitura para a gestão do projeto e é responsável pela remuneração dos usuários.
Intitulada Braços Abertos, a ação iniciada no dia 16 busca recuperar dependentes de drogas da região oferecendo tratamento, abrigo e trabalho.
A maior parte dos usuários cadastrados foi colocada no serviço de varrição de ruas e praças. Para cada dia trabalhado, eles recebem R$ 15.
"Esse grupo de 25% aparece de vez em quando, some e depois volta. Não há um interesse", diz Carlos Alberto de Souza, diretor financeiro da entidade e responsável pelas ações na cracolândia.
No primeiro pagamento, na semana passada, todos os participantes receberam pela semana cheia, independentemente da presença.
A partir de hoje, o programa entregará o valor apenas dos dias trabalhados. Usuários que faltaram, mas comprovaram a ausência com um atestado médico também vão receber o dinheiro.
De acordo com a organização, os usuários foram avisados da mudança.
Apesar de não trabalharem nos finais de semana, todos receberão por esses dois dias.
Isso acontece porque a ação prevê a remuneração pela presença em atividades culturais agendadas para os fins de semana, mas que ainda não tiveram início.
"Nossa tenda estará pronta apenas no segundo fim de semana de fevereiro. Lá, eles poderão fazer teatro ou ver filmes", diz Souza.
LISTA DE PRESENÇA
Para receber pelo dia trabalhado, o usuário precisa assinar a lista de presença duas vezes. A primeira às 9h, quando sai com o grupo, e novamente por volta das 12h, quando a jornada termina.
"Tem um pessoal que aparece uniformizado, assina a lista pela manhã, mas depois não volta. Se tiver apenas uma assinatura, não é considerado", explica Souza.
De acordo com ele, um próximo passo é abrir o diálogo com os médicos de postos de saúde da região.
"Os usuários têm apresentado um volume muito grande de atestados. Vamos alertar esses médicos do que vem acontecendo", diz.
Procurada ontem, a prefeitura não se manifestou.

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