A educação e as
drogas.
As drogas são
problemas que integram praticamente todas as sociedades contemporâneas,
resultado negativo de alguma desordem social, econômica e educacional. Social,
pois desestrutura a família e econômico por gerar diversos custos para o
governo que na, maioria das vezes, mantém o tratamento.
E educacional para
aumentar a capacidade de entendimento sobre maneiras de conseguir prazer,
relaxamento, lazer, convivência em grupo e conhecimento dos limites da mente e
do corpo humano.
As drogas também
financiam a violência e o crime. Grande parte dos usuários é jovem, muitos
começam a usar na escola e em idade cada vez mais prematura. Notícias
constantemente publicadas pelo BOM DIA mostram menores traficando e são,
infelizmente, mais comuns do que a sociedade gostaria.
Por isso tudo
soluções precisam ser pensadas. Uma das bases para o não ingresso dos jovens
neste mundo quase sempre sem volta está na família e na escola. A primeira deve
dialogar, conhecer as amizades, esclarecer sobre o perigo das drogas e ensinar
valores humanos e a valorização da saúde e da vida. A segunda deve promover
palestras, depoimentos, visitas de policiais, médicos, entre outros
profissionais que estão diretamente envolvidos no processo de prevenção das
drogas e tratamentos.
No entanto, quem
mais tem contato com o aluno são os professores. Desse modo cabe a ele sempre
que possível abrir momentos para discussões acerca do assunto. O tema não é de
incumbência somente de determinadas disciplinas, mais sim de todas. O professor
desenvolve um grande poder de influência, além de ser um formador de opinião e
é justamente nesse contexto que insere o seu papel.
Diante desse fator
o educador pode implantar atividades vinculadas ao tema. Muitos professores e
também grande parte das direções pensam ou indagam sobre o conteúdo
programático e o tempo gasto para concluí-los e que as pausas para as
discussões sobre o tema podem prejudicar, esquecem que a palavra “educação” é
bem mais abrangente, trata-se da formação do indivíduo como um todo de maneira
que possa integrar a sociedade pronto para a vida. Se a função da escola é
educar, por que não ensinar as nossas crianças, adolescentes e jovens sobre o
risco que correm no uso de drogas?
Em suma, o problema
é bastante complexo e requer a participação efetiva dos pais e dos professores
com respaldo dos donos de escola, no caso particular, e do poder público nas
instituições públicas, uma coisa é certa, a base para o problema pode estar na
educação.
Quem sabe “drogas”
não possa virar uma disciplina a ser estudada e conhecida, como matemática ou
ciências e saúde e com essa capacidade de informar – fazendo isso bem, com
professores bem preparados e remunerados e ótimos estabelecimentos de ensino,
não se possa começar a mudar a triste realidade.
Fonte: Jornal
Diário de S. Paulo
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