Brasil se mantém como 2º maior
consumidor de cocaína do mundo
Uol
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O
Brasil permanece como o segundo país que mais consume cocaína no mundo,
enquanto Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai ainda são passagem de drogas de
outras partes da América do Sul rumo à Europa e América do Norte, segundo dados
divulgados nesta quarta-feira pelo governo dos Estados Unidos.
O
Departamento de Estado americano divulgou nesta quarta-feira o relatório anual
"Estratégia para o Controle Internacional de Narcóticos", documento
que avalia a colaboração de outros países na luta dos EUA contra o tráfico de
drogas.
ARGENTINA
A
Argentina continua sendo uma passagem crucial para a cocaína produzida na
região da Cordilheira dos Andes e, embora o recém-criado Ministério de
Segurança tenha trabalhado para melhorar o controle de narcóticos, o
"lento processo" de execução somado à queda da cooperação com os EUA
reduziu a capacidade de interdição.
As
autoridades americanas consideram que os esforços antinarcóticos no México e na
Colômbia obrigaram os traficantes a utilizar outras rotas no mercado. A redução
das capacidades de interdição de drogas na Bolívia também "contribui de
maneira significativa" ao aumento do trânsito de cocaína através da
Argentina.
A
droga mais consumida continua sendo a maconha, importada do Paraguai, mas o uso
da cocaína cresceu e a Argentina se transformou no segundo maior mercado
interno desta droga na América Latina, após o Brasil.
BRASIL
O
Brasil é o segundo maior consumidor de cocaína do mundo, após os Estados
Unidos, e registra altas taxas de consumo de maconha. Além disso, é o principal
país de trânsito para a cocaína com destino aos mercados internacionais,
principalmente à Europa.
Os
EUA reconhecem os esforços do Brasil na luta antinarcóticos suas forças de
segurança são "muito profissionais e comprometidas" na luta
antinarcóticos, mas os 16 mil quilômetros de fronteira que mais da metade são
compartilhados com os principais países produtores de maconha e cocaína o
tornam um país vulnerável.
O
relatório indica que a indústria química do Brasil cresceu nos últimos anos,
relacionada a setores lícitos da economia, mas também a compostos precursores
para a produção de cocaína. Por isso, os controles da substância representam um
desafio para o país.
"Como
um dos dez maiores fabricantes de produtos químicos do mundo, líder na América
Latina e o único país que faz fronteira com os três países andinos produtores
de cocaína, os controles químicos representam um desafio particular".
Washington
também destaca o Brasil por seu papel "pró-ativo" na identificação de
ameaças de droga emergentes.
CHILE
O
Departamento de Estado reconhece que o Chile "não é um grande produtor de
drogas orgânicas ou sintéticas", mas ressalta que se trata de um país
"significativo" para o trânsito de cocaína com destino a outros
lugares, em particular à Europa.
Os
EUA reconhecem que, devido a sua longa fronteira com Peru, Bolívia e Argentina,
"difícil de vigiar", enfrenta uma dificulta maior para combater o
tráfico de drogas.
Além
disso, as restrições derivadas do tratado de paz resultante da Guerra do
Pacífico (1879-1883) estabelecem que as autoridades chilenas devem solicitar
permissão ao governo da Bolívia para inspecionar qualquer carga que transite
pelo país.
"Essas
restrições para inspecionar impedem os esforços de interdição de cargas de narcóticos
ilegais, permitindo que alguns cargueiros passem pelos portos chilenos sem
inspeção", lamentou o Departamento de Estado.
O
Chile, da mesma forma que o Brasil, é fonte de químicos precursores utilizados
na produção de cocaína no Peru e Bolívia, assim como de efedrina, um composto
que costumam ser utilizado sobretudo pelos traficantes mexicanos para a
fabricação de metanfetamina.
Os
EUA lembram que, segundo o relatório anual de drogas da ONU, o Chile é o maior
consumidor de maconha e cocaína per capita na América do Sul.
O
relatório valoriza os planos do governo de Sebastián Piñera para tratar
"todas as fases dos esforços do controle de drogas", inclusive o
consumo interno, recomenda o aumento das unidades especializadas antinarcóticos
e reitera seu apoio para "continuar sua parceria" contra o
narcotráfico.
PARAGUAI
"O
Paraguai enfrenta grandes desafios para lutar com eficácia contra o
narcotráfico e a produção: sua localização e os desafios institucionais enfrentados
pelos organismos de aplicação da lei e pelos tribunais continuam dificultando
os esforços contra o narcotráfico".
O
país é um dos principais produtores de maconha no Hemisfério Ocidental, droga
que segue com destino ao Brasil e Argentina. Também é uma nação de passagem
para a cocaína andina, a maior parte da qual se destina à Europa, África e
Oriente Médio, além dos países vizinhos e, em quantidades menores, aos EUA.
O
relatório assinala que, apesar de a demanda interna de drogas ilegais continuar
baixa, "o consumo de crack aumenta".
Os
EUA enfatizam a necessidade de o Paraguai melhorar os esforços antinarcóticos,
assim como aprofundar a colaboração com a polícia brasileira, e pedem que
Assunção continue tomando medidas contra a corrupção.
Por
outro lado, "o tráfico de armas, lavagem de dinheiro, falsificação e
outras atividades ilegais relacionadas ao tráfico de drogas também são
frequentes".
URUGUAI
O
Uruguai também não é país produtor, mas os narcotraficantes estrangeiros são
cada vez atraídos pela localização estratégica marítima e pelas "porosas
fronteiras" do país com Brasil e Argentina, o que facilita o trânsito
ilegal de substâncias.
O
consumo local da pasta base de cocaína "continua sendo um problema",
indica o relatório, que assinala que os esforços para combater o tráfico e o
consumo interno "são relativamente eficazes, apesar dos limitados recursos
disponíveis" para os organismos policiais.
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