HADDAD AGORA VAI
DEMITIR VICIADO EM CRACK QUE NÃO TRABALHAR.
É MESMO, É? NÃO ME DIGAM!!!
E não é que
o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT, decidiu que os viciados em
crack contratados pela Prefeitura que não comparecerem ao trabalho serão
desligados do programa “Braços Abertos”!? Se bem se lembram, trata-se daquela
literalmente estupefaciente iniciativa que garante a um grupo de viciados
emprego, salário, casa e comida. E sem exigir deles nada em troca! Não são
obrigados a se submeter a tratamento. E, creiam, não se cobrava nem mesmo a
frequência ao trabalho. Como a remuneração é feita por dia — R$ 15 por quatro
horas —, pagam-se as jornadas “trabalhadas” e fim de papo.
Ora,
aconteceu o óbvio: boa parte dos beneficiários não dá as caras e só se
aproveita de uma parte do programa: a que garante casa e comida. A renda que
conseguem, para financiar o vício, deriva de alguns bicos que fazem e de
pequenos delitos. Trabalhar pra quê?
Leitores,
prestem atenção: governantes existem não apenas para corrigir problemas, mas
também e sobretudo para se antecipar a eles. Ou por que precisaríamos manter a
pesada máquina estatal? E eis, então, que se revela um dos principais defeitos
da gestão de Haddad: ele está sempre atrasado em relação ao óbvio. Ou por
outra: o óbvio chega antes, e ele vem depois.
Quando o
petista lançou o tal “Braços Abertos”, escrevi aqui aqui um longo texto apontando suas sete grandes
imposturas:
1: O
programa de emprego para viciados atingia quase 400 viciados, e se estima em 2
mil o número de frequentadores da Cracolândia;
2: o
programa “Braços Abertos” atendia (?) apenas os viciados que resolveram criar
uma favela no meio da rua;
3:
decidiu-se premiar com trabalho, salário, casa e comida quem ocupou o espaço
público na marra para manter o seu vício; os benefícios são superiores aos
pagos pelo Bolsa Família;
4: os
viciados receberiam benefícios, mas não seriam obrigados a se tratar nem a
trabalhar;
5: os
viciados têm renda, oriunda ou do trabalho informal ou de práticas criminosas;
o dinheiro da Prefeitura seria um suplemento que estimularia o consumo de
drogas;
6: se a
Prefeitura fornece casa e comida a drogados que criam favelas no passeio
público, por que não fazer o mesmo com quem não é viciado?;
7: o
Prefeito escolheu o caminho mais fácil e mais barato: financiar o vício em vez
de combatê-lo.
Digam-me:
era ou não evidente que a iniciativa daria com os burros n’água? Como é que um
programa que remunera viciados, sem exigir deles nada em troca, que os sitia
numa área em que a polícia não entra, garantindo-lhes casa e comida, pode
ambicionar ser de “combate ao crack”? Ao contrário: trata-se de um programa que
estimula o consumo.
A última
trapalhada do Prefeito na região se deu com as tais grades. A Prefeitura
decidiu instalá-las para tentar delimitar o espaço ocupado pelos viciados e
pelos traficantes, abrindo caminho, tanto quanto possível, para o cidadão comum
poder transitar por lá, já que existem moradores naquela área da região
central. Não adiantou! Os ongueiros viciados em viciados protestaram; os
líderes — Santo Deus! — dos frequentadores da Cracolândia não gostaram, e as
tais grades foram retiradas pelos próprios consumidores de crack, que se
transformaram no verdadeiro poder público por ali.
Na campanha
eleitoral, Haddad prometeu que daria à Cracolândia uma resposta inovadora. Não
se pode acusá-lo de ter traído esse propósito, não é mesmo?
Por Reinaldo
Azevedo
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