BRASIL É O 3º PAÍS EM CONSUMO DE ÁLCOOL POR ADOLESCENTES NO MUNDO.
O alcoolismo na juventude tem
preocupado entidades e órgãos de saúde brasileiros. Recente estudo publicado
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que o país ocupa o terceiro
lugar no ranking mundial em consumo de álcool entre os adolescentes. Quase
metade dos jovens entrevistados relata ter experimentado o álcool pela primeira
vez em casa. Especialistas alertam que quanto mais cedo se iniciar o
consumo de bebidas alcoólicas, maior a possibilidade dos jovens se tornarem
dependente.
Outra
recente pesquisa aponta que 70% dos brasileiros consumiram bebidas nos últimos
30 dias.Para o jovem Eduardo Cavalcante, 19 anos, o incentivo por parte dos
pais e tios para o consumo de álcool sempre foi muito presente. Porém, ele diz
evitar a bebida. “Nunca consegui beber um gole de cerveja ou qualquer outra
bebida. Meu pai é o maior incentivador, já me ofereceu, mas nunca quis o
acompanhar bebendo nas mesas das festas de família”, relata o adolescente.
Eduardo
Cavalcante faz parte de uma minoria apontada pela pesquisa, que revelou que o
primeiro gole costuma ser precoce ainda na adolescência e em casa, como afirma
a OMS.Especialistas responsáveis pelo estudo afirmam que é importante que os
pais se imponham, ao informar sobre os possíveis efeitos da bebida alcóolica, mas
que não devem se impor de forma agressiva, mas orientar os filhos e criar um
canal aberto para conversa.
Para
o psiquiatra Ralph Trajano, que atua no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e
Drogas (Caps AD), no bairro Macaúba, zona Sul de Teresina, a problemática do
consumo excessivo e de dependência do álcool em adolescentes, parte
inicialmente do descumprimento da lei que restringe a venda do produto a
maiores de 18 anos. O especialista aponta outro agravante: “No Brasil, temos os
carnavais que são regados e patrocinados pelo álcool, fica quase que impossível
que as pessoas não criem e aprendam hábito de beber.
A
sociedade precisa deixar de ser hipócrita e parar de querer segregar e tratar
as pessoas como doentes, se ela mesma é a causadora disso”, explica o
especialista que também é presidente da Associação Piauiense de Psiquiatria.
Repórter: Beto
Marques - Jornal O DIA
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