terça-feira, 20 de agosto de 2013

 


Análise: Com drogas nas ruas, sociedade pede respostas do poder público.
Há na atualidade uma intensa mobilização da sociedade em relação ao tratamento de usuários de drogas.
Esse debate tem sido provocado pelo mal-estar que o consumo abusivo de drogas promove na vida nas cidades, onde as pessoas passam a conviver rotineiramente com vidas degradadas, especialmente na "era do crack". Tal situação tem levado à exigência de respostas do Estado.
A questão gira em torno da recuperação, da reabilitação ou do tratamento do dependente químico, pautada pelo ideal de superação do uso de drogas na sociedade e pela busca de uma vida saudável sem o uso de entorpecentes.
É sabido que o uso de drogas ultrapassa culturas e acompanha o ser humano ao longo da sua história.
Mas não podemos recuar diante da necessidade de tratamento para alguns casos.
Experiências internacionais apontam duas tendências: um modelo de tratamento que busca remodelar o comportamento dos usuários pela via da abstinência, do isolamento e da tutela e outra abordagem que busca saídas possíveis construídas por cada sujeito em liberdade.
Há um tensionamento entre as demandas da sociedade, os direitos de cidadania e os sujeitos.
Políticas públicas precisam ser construídas para dar respostas à sociedade. No entanto, nenhum tratamento é possível sem levar em consideração cada sujeito em sua singularidade, sua história e seus laços sociais.
APARECIDA ROSÂNGELA SILVEIRA é psicóloga e coordenadora do grupo de pesquisa em Saúde Mental, Álcool, Crack e Outras Drogas da Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros).
 

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