terça-feira, 16 de abril de 2013

 

Nova droga sintética chega às baladas do Vale.

Agência O Vale
Delegado alerta: antes restrita à capital, metanfetamina já é achada em casas noturnas da região. 

Globos espelhados, luzes coloridas e pista de dança lotada. A euforia toma conta das casas noturnas frequentadas pela nata da sociedade. Mas a festa das classes A e B foi invadida por uma nova droga, com um altíssimo poder de destruição: a metanfetamina.
A substância, tão ou mais devastadora do que o crack, já circula em boates do Vale do Paraíba. O delegado do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos), Reinaldo Correa, explica que a novidade chegou este ano à região. Antes, ficava restrita às baladas da capital paulista.
O alto custo da droga -- que varia entre R$ 70 e R$ 200, deixa o produto restrito aos jovens de alto poder aquisitivo. Vendida em formato de comprimido, pó ou até mesmo pedra, ela apresenta um grande potencial de dependência química.
Euforia/ O efeito provocado pela metanfetamina chega a durar 20 horas no usuário.
"A droga causa a mesma sensação do ecstasy, que é uma droga sintética. Quem experimenta a metanfetamina fica eufórico, sem cansaço, com a autoestima lá em cima e com muito apetite sexual. Depois que o efeito passa, vem um grande sentimento de depressão", disse o delegado.
Segundo ele, o uso crônico nova droga torna o usuário mais violento, principalmente quando têm delírios, semelhantes às paranóias apresentadas pelos usuários de crack.
A metanfetamina era usada para tratar problemas de déficit de atenção até julho do ano passado, quando se tornou proibida pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Fruto do seu mau uso na noite paulistana.
O médico Marcelo Ribeiro, especialista em dependência química, explica que o consumo pode levar ao suicídio em casos extremos. Ele desenvolveu um estudo sobre esse tipo de anfetamina.
Social/ "Pessoas que querem melhorar o desempenho social usam anfetaminas", disse. "A tentativa de abandonar ou diminuir o uso resulta em depressão. O uso crônico torna a pessoa distante da realidade. Pode haver suicídio decorrente do uso ou da depressão."
 
Traficante é rico, jovem e popular
Jovem, rico e popular entre os frequentadores de balada. Este é o perfil do traficante de metanfetamina, segundo o delegado do Denarc, Reinado Correa. De acordo com ele, o vendedor da droga costuma ser 'playboy' --gíria usada para o rapaz que tem dinheiro e anda com roupas da moda.
O delegado ainda destaca que prendê-lo nem sempre é uma tarefa fácil para a polícia.
"Essas drogas são vendidas no interior da balada, que é um lugar muito escuro e de difícil acesso. Para conseguir encontrar metanfetamina, os policiais precisariam entrar na casa noturna, pedir para acender as luzes e ir procurando. Quem vai permitir que isso aconteça?", perguntou o delegado.

Por conta dessas dificuldades, a polícia não registrou apreensões da droga na região nos últimos meses.
Polícia/ Houve apenas apreensão de ecstasy, uma droga parecida. Em outubro do ano passado, por exemplo, a Polícia Militar fechou um laboratório do tráfico no Residencial Righi, zona leste de São José dos Campos. No local havia 310 comprimidos de ecstasy.

EFEITOS DA DROGA
Depressão
A droga, que no início causa euforia, provoca depressão no usuário logo após o efeito da substância química passar.
Violência
O uso crônico torna o usuário mais violento, principalmente quando têm delírios, semelhantes às paranoias apresentadas pelos usuários de crack.
Aparência
O uso crônico torna a pessoa distante da realidade, irritada e impulsiva, descuidada da aparência es compromissos.
Corpo
Feridas e cicatrizes começam a aparecer. A droga tira o apetite, o que leva o viciado à desnutrição. O dente perde o esmalte e a gengiva fica destruída
 

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