Médicos
americanos pedem redução da cafeína em energéticos.
Folha de São Paulo - DO "NEW YORK TIMES"
Um grupo de 18 médicos, pesquisadores e especialistas em saúde pública estão
pedindo à FDA (vigilância sanitária dos EUA) para agir contra os riscos da ingestão
de altos teores de cafeína em energéticos para crianças e adolescentes.
"Há evidências na literatura científica de que os níveis de cafeína em
energéticos traz riscos sérios à saúde", afirma o grupo.
Em carta à comissária da FDA, Margaret Hamburg, os médicos argumentam que os
fabricantes não conseguiram seguir as exigências de segurança requeridas,
especialmente no que toca a crianças e jovens. O grupo pede que a agência
reguladora restrinja o conteúdo de cafeína nos produtos e exija que a embalagem
dos produtos tenha o conteúdo da substância.
Os fabricantes insistem que seus produtos são seguros e que os níveis de
cafeína, um estimulante, são equivalentes aos de outras bebidas muito
consumidas, como o próprio café.
A FDA afirma que é seguro o consumo de cerca de 400 mg de cafeína por dia,
ainda que muitos especialistas afirmam que a maioria dos adultos pode
consumidor 600 mg ou mais sem prejuízos. Uma xícara de café Starbucks com 470
ml tem 330 mg de cafeína, quase o dobro de energéticos com o mesmo volume.
Mas ainda não se tem certeza do nível seguro de cafeína para adolescentes,
dizem os especialistas. Em geral, considera-se que o consumo máximo seguro por
dia deve ser menor do que para um adulto.
Na carta à FDA, o grupo de pesquisadores também destacou que os fabricantes
anunciam os produtos de forma agressiva aos jovens.
Nos últimos anos, o número de visitas a hospitais ligadas ao consumo de
energéticos cresceu muito nos EUA. Em 2011, houve 20.783 visitas à emergência
hospitalar nas quais o energético era a causa do problema de saúde ou fator
contribuinte. Em 2007, foram 10.068. Os problemas tipicamente ligados ao
excesso de consumo de cafeína incluem ansiedade, dores de cabeça, batimentos
cardíacos irregulares e infartos.
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