segunda-feira, 27 de agosto de 2012



Movidos a álcool.

Jornal Diário de S. Paulo
Faz parte da “cultura” de muitos motoristas brasileiros parar em postos de combustíveis ou restaurantes às margens de rodovias durante viagens para tomar uma cervejinha ou, pior, cachaça mesmo, e sair dirigindo.
Matéria publicada na edição de hoje do BOM DIA mostra que o número de pessoas detidas por embriaguez ao volante saltou de 58 no primeiro semestre do ano passado para 432 no mesmo período de 2012. Um aumento percentual de 744%.
A polícia afirma que o assustador crescimento é fruto de fiscalizações mais intensas e organizadas. Realmente, é perceptível que há mais policiais atuando nas estradas na tentativa de autuar os inconsequentes infratores. No entanto, a polícia fica apenas enxugando gelo, porque o motorista que bebe regularmente não se inibe com uma mera autuação. Com isso, vemos diariamente pessoas que inclusive já mataram ao volante (ainda que de maneira culposa - sem intenção) dirigindo normalmente, pagando uma multinha aqui e outra ali.
A sanção leve encoraja o motorista a continuar dirigindo com a cachoça cheia de pinga e ainda desestimula os policiais que lutam para coibir essas infrações.
Primeiramente, aliada à ação policial, é fundamental que haja fiscalização intensa e constante em postos de combustíveis e restaurantes que vendem bebidas alcoólicas às margens de rodovias e, claro, que sejam multados e, quando reincidentes, tenham seus alvarás de funcionamento cassados.
No mesmo patamar de urgência e necessidade estão as mudanças na legislação aplicada a pessoas que dirigem embriagadas. Não é possível que um motorista possa se recusar a fazer o teste do bafômetro sob a alegação de estar produzindo prova contra si mesmo. Quem não deve não teme. E quem teme porque deve precisa ser punido com rigor. As leis precisam ser ajustadas para atender às necessidades derivadas da “evolução” da vida em sociedade e não podem ficar estanques por respeito a princípios que beneficiam uns em detrimento de toda uma coletividade. Não é preciso dizer que as mudanças legislativas devem ser acompanhadas de fiscalização para que sejam cumpridas.

O que assusta nos números divulgados pelo BOM DIA não é apenas o crescimento exorbitante, mas a afirmação de que esse aumento é resultado de uma maior e melhor fiscalização policial. Ou seja, os bebâdos não começaram a assumir o volante dos veículos de uma hora para outra, já estavam trafegando diariamente pelas rodovias de nossa região, colocando a vida de tantos outros em risco. Apenas não sabíamos que eram tantos nessa condição.

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