"PROCISSÕES DO CRACK"
MP-SP
processa governo do estado e quer proibir ação da PM na Cracolândia
O
MP-SP (Ministério Público de São Paulo) moveu uma ação civil pública com o objetivo
de proibir a ação da Polícia Militar nos bairros da Luz e Campos Elíseos,
região central da Capital, conhecida como Cracolândia. Diariamente, policiais
militares obrigam os usuários de crack a circularem pelas vias públicas sem
qualquer destino ou finalidade. Além da liminar, o Ministério Público pede
também que o estado seja condenado a indenizar em R$ 40 milhões por danos
morais coletivos.
A
ação do MP classifica a atuação da polícia como de "higienização" e
também aponta que o resultado é "ineficiente". Ela conta que as
questões envolvendo a região estavam sendo debatidas no grupo intitulado
Operação Centro Legal. Porém, no dia 3 de janeiro de 2012, a polícia militar
deu início a outra operação, não prevista, "atropelando aquelas expectativas
e todos os esforços já empreendidos no âmbito [do grupo]".
"Nos
dias e noites que se seguiram, centenas de policiais militares ocuparam as ruas
do bairro. Com violência, obrigaram os dependentes químicos a se dispersarem e
os afugentaram com ameaças, golpes de cassetetes e movimentos articulados com
viaturas e motocicletas, inclusive sobre as calçadas", relata o processo.
“Vaza!:
eis o conteúdo das abordagens dos policiais militares aos excluídos. E à força,
com uso de tonfas, balas de borracha, gás pimenta, gás lacrimogêneo, viaturas
sobre calçadas e motos sobre pés, eram todos expulsos de onde estavam",
diz outro trecho da ACP.
O
MP afirma que a operação foi feita sem comunicação de outros órgãos e ONGs que
poderiam dar apoio, como abrigos para acolher todas as pessoas.
Por
não cumprir o princípio da eficiência, das políticas de saúde, assistência
social e ainda promover uma "atuação timbrada pela violência e pela
truculência, em flagrante violação aos direitos humanos, contra dependentes
químicos em situação de rua", o MP pede que o governo indenize no valor de
R$ 40 milhões os cidadãos. E ainda, pede uma multa por nova ocorrência no valor
de R$ 100 mil.
A
ação é assinada pelo promotores de Justiça das áreas de Habitação e Urbanismo,
Maurício Antonio Ribeiro Lopes; Infância e Juventude, Luciana
BergamoTchorbadjian; da Saúde Pública, Arthur Pinto Filho e de Direitos
Humanos, Eduardo Ferreira Valério.
O
valor deverá ser depositado junto ao Fundo Especial de Despesa de Reparação de
Interesses Difusos Lesados.
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