A tragédia das drogas legalizadas
Recentemente
o governo federal lançou um programa nacional de combate ao crack.
A droga já é considerada como epidemia e, portanto, necessita ser enfrentada
como tal. São várias ações públicas que irão envolver mais de R$ 4 bilhões de
investimentos. Afinal, 89% das cidades brasileiras enfrentam problemas com
drogas.
Segundo
o estudo sobre morte por drogas – legais e ilegais – do Sistema de Informação
sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde, o uso de drogas matou 40.692 pessoas
no Brasil entre 2006 e 2010. Uma média de 8 mil óbitos por ano. Mas o que chama
atenção é o papel das drogas legalizadas. O álcool segue sendo o campeão na
mortandade.
O
levantamento é feito com base nos dados compilados pelo Datasus. Entre as
drogas legais, a bebida tirou a vida de 34.573 pessoas – 84,9% dos casos
informados por médicos em formulários que avisam o governo federal sobre a
causa da morte nesse grupo da população. Em segundo lugar aparece o fumo, com
4.625 mortos (11,3%). A cocaína matou pelo menos 354 pessoas no período.
De
acordo com a pesquisa da Confederação Nacional dos Municípios, na comparação
por gênero, há mais registros de morte de homens por álcool e fumo. Em cinco
anos, 31.118 homens perderam a vida por causa da bebida. Outros 3.250 morreram
em casos associados ao hábito de fumar. Por isso todas as legislações
restringindo o fumo são bem vindas.
Na
comparação por Estados, Minas Gerais lidera o número de mortes por álcool, com
0,82 mortes para cada 100 mil habitantes, seguido pelo Ceará, com 0,77
mortes/100 mil pessoas. Depois aparece Sergipe, com 0,73/100 mil e São Paulo
com 0,53 mortes para cada 100 mil habitantes. Quando a causa da morte é o fumo,
o campeão de mortes é o estado do Rio Grande do Sul. A taxa de óbitos pelo
tabaco chega a 0,36 para cada 100 mil. A seguir aparecem Piauí e Rio Grande do
Norte, ambos com 0,33/100 mil.
A
duas principais drogas legalizadas – álcool e fumo –, juntas mataram 39.198
pessoas em cinco anos: 96% do total. Mas estes dados ainda são preliminares e
podem aumentar. O preenchimento das fichas para informação não é simples e o
sistema tem casos de mortes nos quais é informada no formulário mais de uma
droga associada à morte.
O
próprio Ministério da Saúde explica que os números de 2010 podem sofrer
alterações. De acordo com o ministério, entre 2006 e 2009 foram notificados
31.951 óbitos com causa básica de consumo de álcool, fumo e substâncias
psicoativas, como cocaína e alucinógenos. Os óbitos de 2011 só serão conhecidos
no final deste ano.
O
governo, como um todo, vem se dedicando a enfrentar o grave problema das
drogas. São ações que exigem sintonia fina entre os ministérios afins, harmonia
na execução destes programas e, sobretudo, um fortalecimento no policiamento de
fronteiras. Esta é uma medida sem a qual estaremos andando em círculos. Quanto
às drogas consideradas legais é preciso aumentar as campanhas condenando o uso
das mesmas.
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