NÃO LEGALIZAR. SIM ENFRENTAR.
É comovente o esforço dos que
propõem a liberação das drogas em travestir de novidade a patética tentativa do
governo uruguaio de liberar a maconha. Não existe novidade! Todos os países do
mundo, hoje, proíbem as drogas aqui ilícitas porque aprenderam, com muito
sofrimento ao longo de suas histórias, que a liberação é devastadora para o
convívio em sociedade. Japão, Suécia e China entre outros, passaram pela
experiência de liberação, voltaram atrás pelas tragédias sociais causadas e
hoje reprimem com muito rigor.
O
transtorno mental que as drogas causam é a raiz do mal do tráfico e de todos os
problemas sociais e de violência ligados a elas, e não o contrário. A violência
do pai que incendeia os filhos, do filho que mata os pais a facadas, do marido
que mata a mulher a pancadas é a mais frequente, e não é causada pelo
narcotráfico. É fruto do transtorno mental e aumentará com a liberação.
Também
beira o ridículo a desculpa do governo uruguaio de que age assim para acabar
com a violência do tráfico. O tráfico continuará além dos limites estabelecidos
para as cotas de maconha, e o aumento do seu consumo aumentará o consumo de
outras drogas ilícitas, que continuarão proibidas e ainda muito mais
traficadas. Não existem estudos sérios avalizando o que o Uruguai está fazendo.
A declaração do presidente uruguaio na Zero Hora do dia 16/12 talvez explique
seus verdadeiros motivos. Diz que não é um velho careta e ataca os “velhos
reacionários” (referindo-se aos críticos da liberação) “que já não se apaixonam
por garotas”! Quem sabe aí pode estar uma explicação “baseada em evidências”!
Tenho pena da juventude uruguaia e brasileira, particularmente da fronteira
gaúcha, que será muito mais vitimada pelas drogas.
No
Brasil, ainda, estamos em plena epidemia do crack, turbinada pelo plantio livre
de coca na vizinha Bolívia. Essa é a causa verdadeira do aumento astronômico e
rápido de drogas nas ruas e do número de traficantes soltos e presos.
O
Japão, para enfrentar a epidemia da metanfetamina nos anos 40 e 50, prendeu,
num único ano, 56 mil pessoas acusadas de tráfico. Quatro anos depois, só 271.
A epidemia havia sido cortada.
Drogas,
um Código Penal frouxo e o sistema penitenciário em ruínas são as causas
imediatas da terrível situação do Brasil como recordista mundial de homicídios
e acidentes fatais. É um ciclo vicioso no qual as prisões, em condições
deploráveis, justificam um afrouxamento das penas e a volta rápida de
criminosos para a rua. E a maior parte dos crimes violentos é cometida por
reincidentes.
Ou
enfrentamos isso como uma prioridade, tirando a maior quantidade possível de
drogas e traficantes das ruas, aumentando o rigor das penas contra crimes
violentos e melhorando e ampliando nosso sistema penitenciário, ou ficaremos
cada vez mais chorando os brasileiros inocentes, mortos pela nossa omissão!
Osmar Terra.
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