domingo, 26 de maio de 2013



'Internação compulsória é necessária em algumas situações'.
Globo News

De acordo com Fátima Vasconcellos, o risco de homicídio ou de suicídio por parte do usuário de crack indica que ele deve ser internado.

Um dependente de crack foi internado pela primeira vez contra a própria vontade em São Paulo. É um rapaz de 25 anos, que morava nas ruas e estava em uma situação degradante. Ele já está em tratamento. Esse tipo de internação só pode ser feita em situações extremas, quando o paciente corre sérios riscos.

De acordo com a psiquiatra Fátima Vasconcellos, em alguns casos, a internação compulsória é necessária. “A Associação Brasileira de Psiquiatria e os médicos em geral são a favor da internação involuntária feita a pedido da família. A internação compulsória é necessária em duas situações básicas. Uma é o risco de homicídio, a outra é risco de suicídio ou quando a pessoa se coloca em risco de morte”, afirma.
Segundo a especialista, a partir do momento que a internação compulsória passou a ser debatida, houve um aumento no número de internações voluntárias: "Quando se falou da internação compulsória em São Paulo, 800 pessoas procuraram tratamento. As pessoas não sabiam que existia a possibilidade de ter tratamento".
Dependentes de drogas vivem em situação precária, sem alimentação e higiene necessárias, nas cracolândias. Para Fátima, essas características chamam atenção: "O crack é um problema que ameaça porque aparece na rua. Nós temos um problema muito mais grave com o alcoolismo que leva a grandes tragédias no longo prazo e ninguém interfere, porque não é uma coisa tão chamativa e violenta".
A psiquiatra destaca que o fechamento de leitos psiquiátricos foi uma atitude equivocada por parte dos governos, já que a população e o número de problemas sociais aumentaram. "O governo brasileiro fez uma coisa irresponsável. Nos últimos 30 anos, foram fechados 90 mil leitos psiquiátricos. A população brasileira aumentou, as complexidades da vida aumentaram, a gente vê um aumento da prevalência de alcoolismo, do crack e de outras drogas, e a gente não tem onde colocar", explica.
"O crack é uma droga de potencial letal muito grande e de potencial de dependência muito rápido. Por ela ser inalada, ela tem um efeito rápido, o que causa a necessidade de repetir a dose”, conclui a especialista.

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