Droga não tem partido.
Parece até que os problemas relacionados ao uso e abuso de drogas não são de maior importância! Embora pesquisas anteriores ao período eleitoral tivessem apontado a questão como uma das que maior interesse os eleitores teriam em ver discutida, continuamos a perceber que pouco se fala e menos ainda se faz. As ações que existem tendem a ser dispersas e descontínuas. O governo federal já lançou três planos de enfrentamento ao crack, com grande alarde e com a sinalização de muitos recursos envolvidos, mas na prática pouco acontece. Ninguém se entende nas esferas palacianas e o sentimento é de que falta governança, falta designar o real articulador que fará o plano sair do papel e se concretizar em política continuada e conseqüente. A dívida com a sociedade é grande e antiga, no que tange aos tratamentos para os casos mais graves e despertam a angústia, especialmente dos familiares.
As comunidades terapêuticas aguardam ansiosamente por uma clareza na sua tipificação e conseqüente recebimento de recursos; coisa que já acontece no estado de São Paulo por ação do governo e da Prefeitura paulistana. No nosso estado temos notícia de 11 mil vagas disponibilizadas, mas sem que tenhamos clareza da qualidade do tratamento ofertada; é essencial seguir critérios mínimos que permitam assegurar boa eficácia com respeito humano e com garantia de acompanhamento no sentido de prevenir recaídas. Lembrando que a família sempre deve ser incluída na atenção, pois, às vezes, ela está mais adoentada do que o dependente.
O estado de São Paulo, além de criar um órgão executivo na Secretaria de Justiça e da Defesa da Cidadania para articular o que já existe e propor novos caminhos, tem dado continuidade a várias ações, tanto no terreno do tratamento como em outras facetas das políticas sobre drogas e busca dar respostas a esta demanda clara e significativa da população. Precisamos avançar!
Luiz Alberto Chaves de Oliveira é coordenador estadual de políticas sobre drogas da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania.
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