Holanda restringe consumo e turismo
da maconha entra no prejuízo.
Desde o dia primeiro deste janeiro, os donos de cafés autorizados a vender maconha na
Holanda estão a falar em falência e na dispensa de empregados. Eles reclamam de
restrições à comercialização, em especial com relação aos turistas e
estrangeiros. Alguns economistas, em tempo de crise na zona do euro, sustentam
que a proibição de venda de maconha aos turistas e estrangeiros nos cafés
holandeses afetará o Produto Interno Bruto dos Países Baixos: pib-holandês.
No mundo,
calcula-se que 203 milhões de pessoas fumem maconha. O Marrocos é o maior
produtor mundial. Lógico, nem todos viajam para a Holanda a fim de fumar nos
mais de mil estabelecimentos, tipo coffe-shop, autorizados.
Na Holanda, os
cafés movimentavam anualmente 3,9 milhões de euros. Dessa “grana” toda, 70%
provém dos turistas. Em toda o país e não só nos cafés, o mercado da maconha
movimentava anualmente 10 bilhões de euros. Na fronteira, muitos belgas
atravessam para freqüentar os cafés canábicos holandeses. E os moradores das
pequenas cidades não gostam desse tipo de convívio, que apelidaram de “Turismo
da Maconha”.
Vale lembrar que
para cortar a interdependência entre o usuário e o traficante, a Holanda, desde
1968, admite a venda em cafés, mediante alvará. Alvará com expressa proibição
de oferta a menores de 18 anos. E cada café só pode vender, para consumo no
próprio local, até meio-quilo de maconha por dia, com princípio ativo variável.
Desde o início do
ano, portanto, a venda de maconha em café ficou restrita. E a contar de março
próximo, os estabelecimentos só poderão oferecer ao holandês a maconha light,
ou seja, com teor ativo (tetra-hidro-cannabinol) de até 15%.
Outra restrição
diz respeito à cassação de alvarás de estabelecimentos distantes a menos de 350
metros de estabelecimento escolar. Pelos cálculos, serão afetados cerca de 400
cafés.
Os proprietários
de cafés foram à procura, na Corte Européia de Justiça (a Holanda integra a
União Européia), de um ministro tipo Marco Aurélio Mello. Mas não se deram bem.
Para a Corte de Justiça Européia não há discriminação ao se tratar turistas de
forma diferente de holandeses. E é legítimo, para essa Corte, acabar com o
turismo da maconha.
Pano rápido. O
“turismo da maconha” será afetado. Alguns comerciantes apostam naqueles que se
contentarão com a condição de fumantes passivos. E aí, quanto mais fumaça
esverdeada, mais lucro.
Wálter
Fanganiello Maierovitch, do Terra
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