terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Publicado originalmente em 25 de julho de 2011.

Depois de algum tempo, os cabelos já não são os mesmos. O rosto perde a cor. As bochechas somem. Os dentes caem.  A pele ganha manchas, olheiras, rugas, machucados. Os olhos perdem completamente o brilho.

Esses são os efeitos físicos mais visíveis causados pela uso de drogas pesadas, incluindo cocaína, heroína e metanfetamina – como você pode ver nas chocantes imagens abaixo.

As fotos à esquerda mostram viciados em drogas ao serem presos pela primeira vez. As da direita revelam as mesmas pessoas algum tempo depois, durante a segunda, terceira ou quarta passagem pela cadeia. As imagens foram organizadas pelo gabinete do xerife do Condado de Multnomah, no Estado de Oregon, nos Estados Unidos, com o objetivo de alertar a população para os efeitos reais das drogas.

E são apenas os efeitos físicos. Imaginem os efeitos psicológicos. Assustador, não?!
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Fotos com diferença de 7 anos
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Diferença de 3 anos
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Diferença de 3 anos
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Diferença de 4 anos
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Diferença de 2 anos
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Diferença de 4 anos
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Diferença de 7 anos
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Diferença de 6 meses
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Diferença de 4 anos
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Diferença de 11 anos
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Diferença de 8 meses
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Diferença de 1,5 anos
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Diferença de 2,5 anos
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Diferença de 1 ano
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Diferença de 3 meses

domingo, 23 de fevereiro de 2014




ALCOOLISMO É A PRINCIPAL CAUSA DE AFASTAMENTO DO TRABALHO POR USO DE DROGAS.

Agência Brasil - Flávia Villela

Entre os segurados do INSS o uso abusivo do álcool teve aumento de 19% nos últimos quatro anos Marcelo Camargo/Agência Brasil
Dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) apontam que o alcoolismo é o principal motivo de pedidos de auxílio-doença por transtornos mentais e comportamentais por uso de substância psicoativa. O número de pessoas que precisaram parar de trabalhar e pediram o auxílio devido ao uso abusivo do álcool teve um aumento de 19% nos últimos quatro anos, ao passar de 12.055, em 2009, para 14.420, em 2013.
Os dados mostram que os auxílios-doença concedidos as pessoas com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de drogas passaram de 143,4 mil. Cocaína é a segunda droga responsável pelos auxílios concedidos (8.541), seguido de uso de maconha e haxixe (312) e alucinógenos (165).
São Paulo teve o maior número de pedidos em 2013 por uso abusivo do álcool, com 4.375 auxílios-doença concedidos, seguido de Minas Gerais, com 2.333. Integrante do Conselho Regional de Serviço Social de São Paulo (Cress-SP), o assistente social Fábio Alexandre Gomes ressalta que o aumento é extremamente superficial, visto que boa parte da população não contribui para o INSS e por isso não tem direito a esse benefício.
“O impacto do álcool hoje na vida das pessoas é muito maior. Muitos casos inclusive de uso abusivo do álcool estão associados com a situação de desemprego. E a juventude tem iniciado experiências cada vez mais cedo”, explica ele. “Tenho casos frequentes de crianças fazendo uso abusivo de álcool a partir dos oito anos. Estou acompanhando um menino que hoje, com dez anos de idade, usa crack, mas a porta de entrada foi o álcool”, conta o assistente social ao relatar que por ser uma substância socialmente permitida em casa, acaba sendo de fácil acesso.
Ele também relata aumento sensível de mulheres que não aderem ao tratamento, fruto de preconceito social. “Na minha experiência como assistente, este consumo abusivo está ligado principalmente a relações de violência, sobretudo, amorosas. E geralmente o consumo é de cachaça”, ressaltou. Ele criticou a concentração de políticas públicas dirigidas a substâncias ilícitas, quando o álcool é uma das substâncias lícitas cada vez mais usadas por adolescentes e mulheres, independentes da classe social. Gomes ressalta que faltam campanhas que falem do impacto do álcool na gravidez.
“O consumo do álcool durante a gestação é algo que não se discute muito. Muitas gestantes pensam 'ah está muito calor vou tomar só um copinho', sem saberem o impacto que isso tem na formação das crianças”, alertou Alexandre Gomes.
Há 24 anos sem beber uma gota de álcool, o vendedor autônomo João Souza, 54 anos, morador do Rio de Janeiro, acredita que largar o vício sem ajuda profissional é “praticamente impossível” e afirma que não existe cura para a doença. “A família é muito importante, mas sozinha não dá conta se não houver apoio profissional. A questão não é moral, é bioquímica, de estrutura e só com muito tratamento”, pondera ele. “Procurei os Alcoólicos Anônimos (AA) e vou lá até hoje, faço a manutenção, porque preciso” conta ele.
O auxílio-doença é um direito de todo trabalhador segurado pelo INSS, que não perde o emprego ao se ausentar. Para pedir o auxílio-doença por uso abusivo de droga, o solicitante deve ter pelo menos 12 meses de contribuição e comprovar, por meio de perícia médica, a dependência da droga que o incapacita de exercer o trabalho. A valor do benefício varia de acordo com o valor recolhido pela Previdência Social.

Segundo a assistente social Andresa Lopes dos Santos, também integrante do Cress-SP, o benefício é um grande avanço para o trabalhador brasileiro, pois assegura a manutenção financeira da família, mantém o vínculo do trabalhador no emprego, que pode se tratar enquanto estiver de licença. “É importante um trabalho para dar o suporte à família e ao dependente do álcool, que muitas vezes sustenta a família poderá fazer um tratamento”, salientou ela.


Justiça determina que Estado e Município de BH façam exames em dependente químico.

Jornal O Estado de Minas.

A irmã do homem entrou com o pedido para a internação compulsória dele
O Estado de Minas Gerais e o município de Belo Horizonte terão de providenciar exames em um dependente químico para avaliar qual o melhor tratamento para ele. Essa é a decisão da Lílian Maciel Santos, da 2ª Vara de Fazenda Pública Estadual, que acatou o pedido da irmão do homem que também sofre de transtornos mentais. A decisão cabe recurso.
A mulher entrou com um pedido na Justiça solicitando a internação compulsória do irmão em uma clínica especializada no combate à dependência química. Segundo ela, homem apresenta quadro clínico compatível com transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de múltiplas drogas.
A situação tem provocado nele a perda progressiva do controle de sua vontade própria, prejudicando o discernimento para a prática dos atos da vida civil. Ao analisar o processo, a juíza afirmou que a concessão de medicamentos e/ou tratamentos não padronizados pelo poder público depende de análise concreta e minuciosa do julgador, que deve levar em conta todos os argumentos favoráveis e contrários aos direitos sociais.
A magistrada observou que os relatórios médicos juntados ao processo não evidenciam qual o tratamento mais adequado ao caso. “A dependência química deixou de ser apenas um problema de saúde pública, mas tornou-se um problema de cunho social, devendo ser combatida com a mesma seriedade em todos os aspectos e níveis sociais”, destacou.Sendo assim, a juíza determinou a realização dos exames para apurar o tratamento adequado para o rapaz. Realizados os procedimentos, os entes públicos deverão apresentar relatórios médicos detalhados e circunstanciados, apontando quais medidas terapêuticas estão sendo adotadas. Essa decisão ainda cabe recurso.


(Com informações do TJMG)

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014


UM BATALHÃO DE JOVENS INTERDITADOS.


Afif Simões Neto

Sou juiz de Direito em uma das Varas de Família e Sucessões de Santa Maria. São duas ao todo. Na que trabalho, devem circular perto de 3 mil processos. Desses, uns 200 são de interdição. Para quem não sabe, alguém é interditado quando, com mais de 18 anos, perdeu a capacidade mental para a prática de atos da vida civil, por qualquer um dos motivos indicados pela lei. Decretada a interdição, será nomeado curador para a proteção da pessoa e dos bens do interdito, que, por exemplo, não pode casar-se, assinar contratos, abrir uma conta bancária, uma sapataria, comprar uma bicicleta nem que seja. Nenhum documento assinado por ele tem validade. Vira uma coisa, pois não tem vontade própria, dependendo exclusivamente do que os outros possam fazer por ele.
Realizo as audiências de interdição em uma quarta-feira do mês, à tarde.
São sempre mais de 12 processos pautados. Pois bem: dois deles, dando de barato, dizem respeito a jovens, com até 30 anos ou um pouco mais. Quando algum laudo médico acompanha a petição inicial, é certo que o CID aponta a esquizofrenia como causa para interditar, e mais certo ainda que todos eles – eu disse todos – confessam ao juiz que passaram a consumir maconha ainda na idade juvenil.
O pontapé inicial da desdita foi dado, invariavelmente, pelo “inofensivo baseado” fumado na saída do colégio ou nas festinhas da turma.
Claro que indivíduos que já sofrem de esquizofrenia e apresentam histórico pessoal de consumo da erva ou outras substâncias demonstram um início mais precoce da doença do que aqueles esquizofrênicos que nunca usaram maconha ou outras drogas. Mas o que quero relatar aqui é que passou a me assustar, analisando os processos de interdição de pessoas jovens, a relação “consumo de maconha – esquizofrenia”.
Pelo que dá para ver, o uso regular da Cannabis sativa apresenta um risco potencial para o desenvolvimento de transtornos esquizofrênicos, e esse risco está diretamente relacionado com a utilização contínua do entorpecente de forma precoce.
Assim, é lógico, é evidente, salta aos olhos, que a redução do uso da maconha entre os jovens poderia colaborar efetivamente na prevenção de futuros casos de esquizofrenia.
Mas aí, o que se vê, ao invés de campanhas nacionais agressivas para alertar dos riscos do consumo, são notáveis de academia – que da missa não sabem a metade – apresentando proposta para alterar o Código Penal, a fim de que a maconha seja legalizada, sob o fundamento de que sua utilização seria reduzida e que eliminaria a ação dos traficantes. Acontece que o traficante também vende crack, cocaína, heroína, ecstasy e outros tipos de drogas.
Além disso, em países como Holanda, que liberaram o “bagulho”, foi comprovado que em nada diminuiu o consumo. A maconha é nociva, sim, e é a porta de entrada para uso de outras drogas, ou vocês conhecem algum craqueiro, já na finaleira da vida, que não tenha sido maconheiro antes? >Pena que as ações em Vara de Família corram em segredo de Justiça. Se não fosse assim, gostaria muito de convidar essa gente liberal, que acha o máximo liberar maconha para adolescentes, para dar uma passadinha, sem compromisso, numa quarta-feira à tarde, na 2ª Vara de Família de Santa Maria. Talvez o desespero de um pai, de uma mãe, pedindo ao juiz, pelo amor de Deus, que interdite o seu filho amado, que mais parece um zumbi fuçado pela maconha, pudesse trazê-los à realidade. 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014



TRATAMENTO DO ALCOOLISMO EXIGE PARTICIPAÇÃO FAMILIAR.

Diário do Litoral

Mais da metade das bebidas alcoólicas comercializadas no país (54%) é consumida por 20% das pessoas que bebem.
Considerada uma doença progressiva, incurável e em muitos casos fatal, porém tratável, o alcoolismo prejudica a vida não somente de quem consome a bebida, mas também dos que se relacionam com o dependente. Caracterizado pela vontade incontrolável de beber, o alcoolismo é um fenômeno multifatorial que pode estar associado à predisposição genética, ansiedade, angústia e insegurança. “Tudo isso pode deixar a pessoa mais vulnerável à bebida. Além disso, condições culturais, fácil acesso ao álcool e os valores que cercam o consumo também influenciam a dependência”, alerta o terapeuta Márcio Belo, do Instituto Persona de Campinas.
O tratamento, segundo o terapeuta, pode envolver diversos profissionais de saúde como psiquiatras, psicólogos, terapeutas, educadores físicos, assistentes sociais e enfermeiros. “O reconhecimento da dependência e a vontade de querer mudar a situação são necessários para o início do tratamento. É claro que cada caso é um caso e por isso não existe um tratamento ideal e sim o melhor procedimento para um determinado caso, ou seja, o tratamento é personalizado”, explica.
A família, no entanto, é peça-chave tanto na prevenção do uso nocivo do álcool, como em casos nos quais o problema já está instalado. Belo conta que não são poucas as vezes em que o tratamento inicia-se pela família, principalmente porque o usuário de álcool não aceita seu problema, não reconhece que o uso de bebidas alcoólicas lhe traz consequências negativas ou está desmotivado para buscar ajuda profissional.
“Um acompanhamento personalizado e dirigido aos familiares é importante para que todos compreendam a doença e seus desdobramentos, com orientações adequadas sobre qual a melhor forma de ajudar um ente querido e a si mesmo, já que a família também se torna codependente e começa a se organizar em torno do dependente”, orienta.
O tratamento, explica Belo, vai ajudar a acolher e a compreender o estresse emocional e a desesperança vividos por essa família devido a dependência. “A terapia ajudará a entender os papéis e o funcionamento dessa família e, através disso, buscará novas mudanças nessa dinâmica a partir de recursos que ajudarão a reorganizar e reestruturar o sistema e as relações familiares, com o objetivo de manter a família segura e menos ameaçada”, diz.
11,7 milhões de brasileiros são dependentes de álcool

Mais da metade das bebidas alcoólicas comercializadas no país (54%) é consumida por 20% das pessoas que bebem. O dado consta do 2° Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) divulgado em 2013 pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Em termos gerais, o estudo estima que 11,7 milhões de brasileiros são dependentes de álcool.
O levantamento, que ouviu 4.607 pessoas de 149 municípios do país, constatou um aumento de 20% na quantidade de brasileiros que consomem álcool uma vez ou mais por semana. Também houve aumento no número de pessoas que ingerem grandes quantidades de álcool (quatro unidades para mulheres e cinco para homens) em um curto período de tempo (duas horas). Entre esses consumidores, essa forma de beber passou de 45%, em 2006, para 59% no ano passado.
A pesquisa destaca o aumento do consumo de álcool abusivo entre as mulheres. A proporção das que passaram a beber uma vez ou mais por semana cresceu 34,5% em seis anos, passando de 29% para 39%. Outro indicador que demonstra esse comportamento nocivo é o que avalia o consumo de álcool em relação ao tempo. As que ingerem quatro doses em até duas horas passaram de 36%, em 2006, para 49% no ano passado.
Entre os fatores que podem explicar o crescimento desse modo nocivo de beber, está a ascensão econômica da população nos últimos anos. Belo alerta também para o aumento do consumo de bebidas alcoólicas entre as mulheres. Para ele, esse aumento pode ser justificado por conta da diminuição das diferenças nos papéis de gênero. “A ascensão feminina no mercado de trabalho fez com que a mulher ocupasse o mesmo espaço do homem. A independência financeira feminina permitiu o aumento do consumo, inclusive, de bebidas alcoólicas por parte das mulheres”, analisa.


ANVISA INCLUI 21 SUBSTÂNCIAS EM LISTA DE DROGAS PROIBIDAS.

Portal ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

A Anvisa aprovou nesta terça-feira (18/02) a inclusão de 21 substâncias na lista de drogas proibidas no País. Com esta decisão da Diretoria Colegiada da Agência é feita a atualização da Portaria 344/98, que define as regras para substâncias de controle especial e substâncias proscritas (proibidas) no Brasil.

Além disto, a Anvisa aprovou atuar em sintonia com as decisões sobre substâncias ilícitas adotadas por agências congêneres ou por polícias científicas internacionais, para agilizar o trâmite desta matéria, e atualizar a lista de substâncias proscritas à medida que os pedidos cheguem à Agência e não em um único processo, como acontecia até agora.

A atualização da lista partiu de solicitações da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife), ligada à Organização Mundial de Saúde (ONU), do Ministério Público Federal e da Polícia Federal.

“As 21 substâncias são drogas novas, criadas para burlar as listas de drogas ilícitas publicadas no mundo. Nenhuma delas tem utilidade como medicamento, são produtos que simulam efeitos semelhantes ao de outras drogas ilícitas já conhecidas, como ópio, heroína e LSD, que agem sobre o sistema nervoso central e podem provocar alucinações”, explicou o Diretor presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.

De acordo com o diretor de Regulação Sanitária da Anvisa, Renato Porto, relator do processo votado nesta terça-feira, as análises começaram a ser feitas no ano passado e apontaram outras proibições necessárias. “Tivemos dois pedidos feitos pela polícia e, após análise criteriosa feita pela Agência, esse número foi aumentado para garantir que formas semelhantes destas drogas também fossem incluídas”, explicou Porto.

Medicamentos controlados

A diretoria da Anvisa também aprovou a inclusão de duas substâncias em uma outra lista, que é a Lista de Produtos Controlados, também regida pela Portaria 344/98 e que trata dos medicamentos de controle especial. As substâncias são o Tapentadol e a Teriflunomida.

Essas duas substâncias ainda não existem como medicamento no país, mas caso venham a ser registradas seguirão as regras de controle especial,  como ocorre com outros princípios ativos utilizados em medicamentos controlados. Desde 1999, a Anvisa realizou 37 atualizações da Portaria 344/98.

Outra mudança na lista foi o remanejamento de um medicamento da lista A3 (psicotrópicas) para a F2 (proscritos), também a pedido da JIFE.

Confira todas as mudanças na tabela abaixo:

Confira a lista completa de inclusões na Portaria 344/98

Substância      Enquadramento
Tapentadol    
Lista A1 (entorpecentes)

 Teriflunomida

            Lista C1
4-bromo-2,5-dimetoxifeniletilamina

            Lista F2 (proscrito) – Foi remanejado da lista A3 para F2
25I-NBOMe,

25C-NBOMe,
25D-NBOMe,
25B-NBOMe,
25E-NBOMe,
25N-NBOMe,
25P-NBOMe,
25T2-NBOMe,
25T2-NBOMe,
25T7-NBOMe
25H-NBOMe;

Metilona;
4-cloro-2,5-dimetoxifeniletilamina (2C-C)
4-metil-2,5-dimetoxifeniletilamina (2C-D)
4-etil-2,5-dimetoxifeniletilamina (2C-E)
4-fluor-2,5-dimetoxifeniletilamina (2C-F)
4-iodo-2,5-dimetoxifeniletilamina (2C-I)
4-etil-tio-2,5-dimetoxifeniletilamina (2C-T-2)
2,5-dimetoxi-4-propiltiofeniletilamina (2C-T-7)
MXE (metoxetamina)
5IAI (5-iodo-2-aminoindano)
Lista F2 (proscritos)
   

domingo, 16 de fevereiro de 2014


Álcool: um alerta para nossas comunidades.

Nos anos 80, o Papa João Paulo II despertou uma questão mundial que afetava muitas pessoas direta e indiretamente: as drogas. E conclamou: "Toda a sociedade - pais, escolas, ambiente social, meios de comunicação, organismos internacionais - deve se empenhar para formar um mundo novo, com o rosto do homem e a educação para ser homem". Ainda lançou o desafio de lutar contra os flagelos da dependência química e do alcoolismo.

No dia 13 de fevereiro começa a "Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo" e essas palavras de João Paulo II estão presentes nas vidas dos agentes da Pastoral da Sobriedade, pois acatamos a sua mensagem e lutamos em favor das pessoas acometidas pelo álcool e por outras drogas.

Somos cristãos católicos prestando um serviço ecumênico, pois o álcool e as demais drogas não têm religião, nem bandeiras e nem fronteiras. Somos um povo de Deus, que unidos em um só projeto restauramos vidas num trabalho que envolve o dependente, a família dele, a igreja e toda a sociedade.

Segundo estatísticas da Pastoral da Sobriedade Nacional, em 15 anos de trabalho com dependentes e familiares nos grupos de autoajuda (mais de 900 pelo Brasil), os atendimentos superaram os cinco milhões. Foi verificado que 22% dos atendimentos estavam ligados a usuários de álcool.

Em nossa diocese (Rondonópolis, Jaciara, Juscimeira, Pedra Preta, Campo Verde, São José do Povo, Itiquira e Chapada dos Guimarães), em 15 anos houve mais de 45 mil atendimentos, sendo 28,3% quanto ao álcool, 9,2% à maconha e 5,1% ao crack.

Os acidentes automobilísticos causados por bebidas alcoólicas matam milhares de pessoas no país. O álcool atinge grande parte dos funcionários das empresas, reduzindo em mais de 60% sua força produtiva e elevando a chance de acidentes de trabalho em 3,6 vezes, conforme a especialista em Saúde Pública Eliane Zingare.

Participamos da igreja, lutamos por trabalho honesto, família saudável e respeitamos a Deus. Mas isso é suficiente? Pode até ser, mas às vezes não, porque a omissão nos torna cúmplices deste sistema triste e violento que difunde o álcool e as outras drogas. Temos exemplos maravilhosos em Rondonópolis de cristãos compromissados. Com a graça de Deus, maturidade e perseverança de alguns padres e leigos, três paróquias aboliram o álcool dos eventos da igreja: Bom Pastor, São José Esposo e São Domingos Sávio.

O pároco José Eder, da Bom Pastor, começou a campanha nas festas religiosas em 2008 e em reuniões dos Conselhos Pastorais Paroquiais (CPPs). Numa assembleia em 2010, com 99% dos votos, ficou decidido que a Bom Pastor não teria mais eventos com bebida alcoólica. "A bebida não gera fraternidade, as pessoas não se confraternizam, não se integram. A igreja não pode ser incentivadora da bebida; deve ser testemunho da verdade", afirma o pároco.

O padre Aladim Loureiro, da São Domingos Sávio, lançou em reunião com os paroquianos o desafio de acabar com a bebida alcoólica nas comunidades e conseguiu adesão da maioria. Palavras do padre: "Muitas comunidades ainda têm a mentalidade que a bebida alcoólica gera lucro fácil e não pesam nas vidas ceifadas pelo álcool. Tenho presenciado depois da decisão famílias mais alegres e felizes em nossas festas".

O padre João Paulo, da São José Esposo, diz que enquanto vigário recebia muitos jovens que reclamavam dos pais alcoólatras. "Quando me tornei pároco comecei a trabalhar essa questão e na assembléia de 2009 ficou decidido com adesão de 99% dos membros que não teríamos mais bebidas alcoólicas em nossas confraternizações e festas do padroeiro. Hoje as festas são melhores e realmente limpas".

Temos muito trabalho pela frente, porque enfrentar tradições e costumes não é tarefa fácil. Mas quem conseguiu mudar esse cenário já colhe os frutos. Como ressalta o Papa Francisco, é preciso "enfrentar os problemas que estão na raiz do uso das drogas, promovendo maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida comum, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança ao futuro".

Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014


NUNCA DEVEREMOS LIBERAR A MACONHA.

Há muita conversa sobre drogas no mundo, nas ruas, nas escolas, na internet e na televisão.
Muitas das ideias que você ouve sobre as drogas realmente vêm daqueles que as vendem. Os traficantes de drogas, que abandonaram o tráficoconfessaram que eles diriam qualquer coisa para que outros comprassem drogas.
Maconha é a palavra usada para descrever as flores secas, sementes e folhas da planta de cânhamo indiano.
Haxixe é uma forma relacionada da droga, feito das resinas das plantas de cânhamo indiano.
“Cannabis” descreve qualquer uma das diferentes drogas que provêm do cânhamo indiano, incluindo maconha e haxixe. Esta droga é um alucinógeno, uma substância que altera a forma como a mente percebe o mundo em que vive.
O elemento químico na cannabis que cria esta alteração é conhecido como THC.
As sensações imediatas, são: aumento do ritmo cardíaco , diminuição da coordenação e equilíbrio e um estado mental irreal e de “sonhador”: alcançam o seu auge dentro dos primeiros 30 minutos. Estes efeitos, em curto prazo desaparecem normalmente em duas ou três horas, mas podem permanecer mais tempo, dependendo da quantidade tomada pelo consumidor, dapotência do THC e da presença de outras drogas introduzidas na mistura.
Como o consumidor típico aspira mais fumo e o mantém mais tempo no organismo do que faria com um cigarro, um cigarro de maconha cria um impacto severo nos pulmões da pessoa. Além do incômodo, que se associa à dor de garganta e resfriados, descobriu-se que o consumo de maconha expõe tanto às substâncias produtoras do câncer como se fumassem cinco cigarros.
As consequências mentais do uso da maconha são igualmente severas. Os fumantes de maconha têm memória e aptidão mental mais pobre do que os não fumadores.
Sonhos dos famosos
Cito várias pessoas que tiveram sonhos. Cabral – 1500 - sonhou em encontrar o Oriente e ancorou em Porto Seguro, na Bahia. Padre Anchieta – 1556 – construiu uma aldeia para os indígenas, a qual se tornou uma das maiores e mais importantes cidades do mundo: São Paulo. Lula, como sindicalista e metalúrgico, desejou ser presidente e realizou este sonho. Martin Luther King – 1960 – destacou seu desejo sempre repetindo: “Eu tenho um sonho”. Por causa desta ideia, dia 22 de fevereiro é feriado nos Estados Unidos. Para um americano, “o milagre dos milagres”, politicamente falando, foi o fato de um afro-americano ser eleito presidente da América do Norte.
Eu tenho um sonho: um mundo sem drogas.
Haroldo J. Rahm, SJ
Presidente de honra
Instituto Padre Haroldo
Amor Exigente


MOTORISTAS EMBRIAGADOS QUE MATAM NO TRÂNSITO DE BH PEGAM CARONA NA IMPUNIDADE.

Jornal o Estado de Minas
Com a morte do entregar do pães, chega a 13 os autuados por homicídio doloso em BH. Nenhum deles está preso Junia Oliveira / Valquiria Lopes Sob o impacto de mais uma vida perdida nas ruas de Belo Horizonte relacionada à associação entre álcool e direção, famílias das vítimas veem cada vez mais distante a perspectiva de punição rigorosa para os responsáveis. Com a morte do motorista Leandro Trindade do Nascimento, de 29 anos, atropelado na madrugada de sábado pelo estudante de economia Germano Pinheiro Stein Pena, de 22 anos, chega a 13, nos últimos quatro anos, o número de condutores autuados por homicídio com dolo eventual no trânsito da capital. Nenhum deles está preso, nem mesmo Germano, que permaneceu menos de 48 horas no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) da Gameleira antes de ser liberado por decisão judicial. E o principal argumento da polícia e de promotores para tentar a condenação mais pesada nesses casos, considerando que os acusados assumiram o risco de matar, vem sendo reiteradamente rejeitado no estado. 
O coordenador de Operações Especiais do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), delegado Ramon Sandoli, afirma que as 13 autuações se referem a crimes diversos, como embriaguez e direção perigosa. Germano foi enquadrado com base na primeira infração. Ele teria admitido a policiais a ingestão de bebida alcoólica, embora tenha se recusado a fazer o teste do bafômetro. A morte ocorreu na Avenida Raja Gabaglia, no Bairro Estoril, Oeste de BH. Detido, Germano Stein Pena foi solto domingo à noite, por decisão do juiz Guilherme Queiroz Lacerda, titular do 1º Tribunal do Júri do Fórum Lafayette. Leandro, que trabalhava como entregador de pães pela manhã e em uma agência credenciada dos Correios à tarde, fazia a segunda entrega do dia. A soltura do condutor surpreendeu até o delegado. “Foi a Justiça, não fui eu. Eu não permiti nem fiança”, disse. A mesma avenida foi cenário de outro crime ainda sem punição. Gustavo Henrique de Oliveira Bittencourt estava alcoolizado e dirigia na contramão, em fevereiro de 2008, quando atingiu o carro do empresário Fernando Félix Paganelli, então com 49, que morreu na hora. Ele foi denunciado por homicídio doloso, mas o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) entendeu tratar-se caso culposo. O Ministério Público recorreu e a questão tramita no Superior Tribunal de Justiça. O presidente da Comissão Especial contra a Violência no Trânsito da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), Miguel Marques, explica que decisões desse tipo têm sido tomadas com base em um entendimento do ministro do Supremo Tribunal Federal Luiz Fucks, que em 2011 concedeu habeas corpus rejeitando a tese de dolo eventual em crime de trânsito. “Ele entendeu que, para ser considerado crime com dolo, o motorista tem que ingerir bebida alcoólica com a intenção de produzir o resultado. É como dizer que o acusado bebeu com a intenção de matar alguém, quando, na verdade, ele bebeu e pegou o carro para voltar para casa”, diz. Por isso, segundo o advogado, defensores têm conseguido em instâncias inferiores usar o precedente para defender a tese de homicídio culposo, com pena de quatro anos de prisão. “Nesse caso, o acusado consegue, de fato, uma pena restritiva de direito, como prestação de serviços”, afirma. 
Miguel Marques acredita que a decisão do STF tem aberto vários precedentes. “Vários tribunais vão conceder habeas corpus com base nisso, o que é revoltante para as famílias das vítimas”, ressalta. No caso de Germano Stein, ele acredita que esse tenha sido o argumento para o relaxamento da prisão: “O delegado não concede fiança, mas o advogado pede ao juiz ou às instâncias superiores”. O teor da decisão que liberou o condutor não foi divulgado pela assessoria do Fórum Lafayette, sob o argumento de que o processo ainda está nas mãos do juiz.REVOLTA A família de Leandro está revoltada com a soltura do motorista. Para a irmã, a estudante Ivana Trindade, de 25, a impressão que fica é de impunidade. “Todos nós estamos indignados, porque no Brasil basta a pessoa ter dinheiro que pode beber, entrar em um carro, dirigir em alta velocidade, matar alguém e ainda ficar em liberdade. A lei não funciona”, afirma. Segundo ela, no dia em que o condutor foi detido, a família chegou a pensar que ele ficaria realmente preso. “Agora tivemos a certeza de que não tem punição.”Ivana contou que o patrão de Leandro entrou em contato para dizer que parentes de Germano querem conversar com os familiares da vítima. “Falaram que não querem confusão e que vão ajudar a gente no que for preciso. Acredito que devem oferecer dinheiro. Vamos conversar, mas nós queremos justiça, porque a morte do meu irmão não foi um acidente, foi um assassinato.”Motos ficam no depósito
A agilidade com que a defesa do estudante de economia Germano Pinheiro Stein Pena conseguiu sua liberação não ocorreu no caso de dezenas de motociclistas que passaram o dia ontem na porta do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) tentando liberar motos apreendidas durante um encontro em Belo Horizonte. Cerca de 300 pessoas participaram do evento, marcado pelas redes sociais, com o intuito de percorrer vários bairros de Belo Horizonte. Quando chegou ao Centro, o grupo foi abordado em uma blitz da Polícia Militar. Ao todo, 38 veículos foram apreendidos, entre eles uma motocicleta roubada, de acordo com o coordenador de Operações Especiais do Detran, Ramon Sandoli. Seis estavam em situação regular e foram entregues aos donos. Outras 31 continuavam retidas até a tarde de ontem.

O delegado informou que a participação de cada envolvido está sendo analisada e que motociclistas podem responder por crimes como direção perigosa e falta de habilitação. Eles pagaram multa de R$ 197 e terão que arcar com o custo do reboque e da diária do pátio do Detran. As motos ficarão apreendidas entre 10 e 20 dias. A Polícia Civil promete pedir à PM imagens de câmeras do Olho Vivo para identificar outros participantes. Os motoboys dizem que o encontro ocorre há meses. “Foi marcado um passeio de motociclistas. Era um encontro, não o rolezinho, que vem sendo associado a crimes. O pessoal ia parar para tomar um lanche e bater papo”, conta o mecânico e motoboy Bruno Sousa, de 29 anos. O também motoboy Dijon Ricardo de Oliveira, de 29, confirmou que alguns motoqueiros andavam em alta velocidade e até na contramão. “Nós, que paramos, estávamos certos. Achamos que fosse uma blitz normal, mas a polícia mandou todo mundo deitar no chão, ninguém nos ouviu. Quem estava errado fugiu, não está aqui hoje.” 
O que diz a lei
 O Código Penal trata como homicídio doloso os casos em que o responsável tem a intenção de matar. O crime é hediondo e o artigo 121 prevê pena de seis a 20 anos de prisão. Há situações em que se aplica o chamado dolo eventual, quando o acusado não quer cometer o crime, mas assume o risco de provocá-lo. Nos casos de trânsito, por exemplo, uma corrente do direito defende que agravantes como a embriaguez e a alta velocidade podem ser caracterizados dessa forma. Os tribunais que acompanham esse entendimento aplicam a mesma pena do homicídio doloso. Já o homicídio culposo trata da negligência, imprudência e imperícia, mas pressupõe que o agente não tem a intenção de cometer o crime. A pena, nesses casos é menor.

“AÇÃO NA CRACOLÂNDIA É BALÃO DE ENSAIO SOCIAL DA PREFEITURA DE SP”.
Blog Jovem Pan
Por Izilda Alves
“ Sem a desintoxicação no tratamento da dependência de drogas, estamos predispondo estas pessoas a manterem o uso da droga com os respectivos agravos à sua saúde física e mental”, alerta o psiquiatra Antonio Carlos Cabral,que tem 20 anos de experiência no tratamento de dependentes e é diretor do Hospital Lacan, referência na rede pública de saúde, ao avaliar o programa “De Braços Abertos “ da Prefeitura de São Paulo com 400 dependentes de crack da região da Luz, no centro de São Paulo. Em artigo para a Campanha, escreve o Dr. Antonio Carlos Cabral:
“Quando estamos diante de casos graves, como os vistos na cracolândia, devemos iniciar o tratamento com a interrupção do uso da droga. A isto se dá o nome de desintoxicação que dura em torno de 21 dias. Neste período, o paciente será submetido à avaliação clínica para tratar sua desnutrição, quadro de doenças infecto-contagiosas como HIV, sífilis e tuberculose além de receber tratamento para síndrome de abstinência e quadros psiquiátricos associados. Sem esta abordagem inicial nesta população de dependentes químicos graves, estamos fadados a manter o uso da droga e a perpetuação deste quadro.O programa da Prefeitura de São Paulo não contempla esta abordagem o que considero uma deficiência no tratamento destes pacientes. Opta por mecanismos de reinserção social no início, o que a meu ver são necessários no seu tempo apropriado.
Trata-se de uma iniciativa louvável como forma de reinserção social, melhora da auto-estima, valorização social do dependente químico, mas estamos falando de dependência química, que consiste numa doença neuro-psico-emocional . Alterando o funcionamento cerebral, drogas como o crack levam a uma alteração de comportamento com implicações médicas, sociais e econômicas. Para qualquer doença faz-se necessário, em primeiro lugar o diagnóstico correto. Para tanto, além dos sinais e sintomas característicos de uma classificação entre leve, moderada e grave existe para gerenciar e oferecer as ferramentas corretas para tratar cada caso. Aqui está a base da rede hierarquizada: casos leves necessitam de uma atenção diferente dos casos graves.
Não basta se inspirar em modelos de outros países. Temos que unir esforços sabidamente reconhecidos como válidos tecnicamente em eficiência e eficácia no tratamento da Dependência Química em prol dos pacientes. O modelo integrado de tratamento necessita de desintoxicação em algum momento do tratamento. Caso contrário, estaremos realizando um balão de ensaio social. O preço a ser pago é a manutenção destas pessoas incapacitadas em dar um rumo diferente a suas vidas. E nós profissionais de saúde assistimos a tudo isto com desalento pois sabemos que podemos fazer mais e melhor. Só precisamos desatar os nós da incompreensão ideológica e aplicar o conhecimento técnico-científico que já possuímos nesta população.”
O HOSPITAL LACAN É PARCEIRO DE JOVEM PAN PELA VIDA, CONTRA AS DROGAS
Izilda Alves é jornalista e coordenadora da Campanha Jovem Pan pela vida contra as drogas

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014



Oficializar maconha é abrir fábrica de esquizofrênicos, diz psiquiatra.

Se o Brasil seguir a tendência de outros países e oficializar a indústria da maconha, nós teremos "uma fábrica de esquizofrênicos".

A opinião é do psiquiatra Valentim Gentil Filho, professor titular da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), convidado desta segunda-feira (4) do programa Roda Viva, apresentado ao vivo na TV Cultura e reproduzido pelo UOL.
 
Para o psiquiatra, considerado um dos mais influentes do país, a sociedade tem sido conivente e omissa em relação à droga, e os riscos provocados por ela não têm sido bem divulgados. Gentil Filho contou no programa que, segundo estudos bem fundamentados, a maconha aumenta em 310% o risco de esquizofrenia quando consumida uma vez por semana na adolescência. E trata-se de uma doença incurável: "O esquizofrênico pode ter uma vida praticamente normal, mas sempre há uma sequela".
 
O psiquiatra sugeriu que, assim como pais permitem que seus filhos consumam álcool em festas, a informação distorcida de que maconha não faz mal fará com que eles deixem os jovens fumarem em casa. E o problema é que, nos adolescentes, que estão em uma fase de "poda" natural do cérebro para a entrada na idade adulta, a droga é especialmente prejudicial. 
 
O professor também fez críticas à chamada luta antimanicomial, que fez o Brasil fechar milhares de leitos psiquiátricos sem proporcionar alternativas. Ele ressaltou que o atual modelo dos Caps (Centros de Atenção Psicossocial) não tem como substituir o atendimento ambulatorial e as internações psiquiátricas. Para Gentil Filho, não se trata de abandonar os pacientes em manicômios, mas garantir o tratamento em fase aguda. Ele reforçou que, atualmente, só um terço dos pacientes psiquiátricos diagnosticados recebe tratamento. 
 
Para o psiquiatra, tanto a luta antimanicomial quanto a vinda de cubanos (pelo programa Mais Médicos) fazem parte de uma visão mais ampla que a medicina, de uma mentalidade que persiste no Ministério da Saúde e tem raízes político-ideológicas. Na prática, segundo ele, o que acontece é que há um número absurdo de pessoas com transtornos graves nas ruas, rejeitadas por hospitais e por outras instituições. "Há uma desassistência fenomenal e nós temos recursos terapêuticos", lamentou.
 
Depressão e pânico
 
O convidado do Roda Viva também falou sobre o aumento no diagnóstico de depressão, que para ele é fruto de diversos fatores, como a ampliação dos conceitos sobre a doença e a descoberta de novas moléculas que se mostram mais eficazes que o placebo. Ao falar de outros transtornos que têm sido mais frequentes, ele também mencionou a síndrome do pânico. Entre as possíveis causas desse aumento, de acordo com o especialista, estão o maior consumo de estimulantes, cafeína e medicamentos com ação no sistema nervoso e atitudes como a privação de sono, capazes de deflagrar crises. Mas ele pondera que o estresse não é algo novo na humanidade, assim como os transtornos mentais. "Eu prefiro viver hoje do que nos tempos bíblicos", ironizou.
 
O programa apresentado pelo jornalista Augusto Nunes e a bancada de entrevistadores contou com Fernanda Bassette (repórter de saúde do jornal O Estado de São Paulo), Ulisses Capozzoli (editor-chefe da Revista Scientific American Brasil), Paulo Saldiva (professor titular da Faculdade de Medicina da USP, especialista em poluição atmosférica), Aureliano Biancarelli (jornalista da área de saúde) e Luciana Saddi (psicanalista, escritora e blogueira da Folha de São Paulo). O Roda Viva ainda teve a participação do cartunista Paulo Caruso.

Fonte: UOL

PROGRAMA RECOMEÇO LEVA ATENDIMENTO A FAMILIARES DE DEPENDENTES QUÍMICOS À PERIFERIA.
     

Mário Sérgio Sobrinho (dir.) e Geraldo Alckmin visitaram a enfermaria do Cratod

O governador Geraldo Alckmin esteve (01/02) no primeiro dia da capacitação de psicólogos e conselheiros que atuarão no “Recomeço Família”, ação do Programa Recomeço que leva assistência a familiares de dependentes químicos à periferia de São Paulo e de outros municípios. O atendimento começará na quinta-feira (06.02), nos 11 postos do Centro de Integração da Cidadania (CIC), programa da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania e no Centro de Referência de Álcool Tabaco e outras Drogas (Cratod).
“O trabalho junto com a família de dependentes químicos tem bons resultados”, ponderou o governador. “O CIC, junto com a Saúde e com a organização não governamental Amor Exigente tem um trabalho bonito pela frente, porém difícil, porque a dependência química é uma doença crônica e recidivante. A família também adoece e acaba envolvida com o problema”.
Na ação “Recomeço Família”, cada um dos 11 postos do Centro de Integração da Cidadania e o Cratod receberá dois profissionais capacitados, um psicólogo e um conselheiro, contratados pela Secretaria de Saúde, e ainda um voluntário do grupo Amor Exigente. O atendimento às famílias estará disponível de terça a sexta-feira, das 14h às 20h, e aos sábados das 8h às 14h.
Além da presença do governador, os novos integrantes do Programa Recomeço contaram com apresentações de representantes da Secretaria da Saúde, com informações técnicas sobre o novo trabalho que exercerão, do CIC, da Coordenação de Políticas sobre Drogas, programa também da Secretaria da Justiça, e dos voluntários do Amor Exigente.
“As famílias precisam de ajuda, apoio e qualidade de vida. O familiar não dorme, não come, não vive”, explicou Regina Tortorelli, parente de dependente químico e voluntária do Amor Exigente. “A família se desestrutura com o problema da drogadição, por isso vocês vão enfrentar inicialmente uma barra. Pais e mães são tão doentes quanto o dependente químico”.

 Mário Sérgio Sobrinho frisou a importância de levar assistências às famílias que vivem em regiões afastadas próximas aos CICs
     

Um dos objetivos da ação “Recomeço Família” nos CICs é a aproximação do ambiente de atendimento às famílias com suas casas, localizadas, algumas vezes, em regiões afastadas da capital. “Nas cracolândias, encontramos pessoas bastante vulneráveis, carentes de todo tipo de atenção, como saúde, educacional e familiar, muitas vieram de regiões afastadas”, exemplificou o coordenador de Políticas sobre Drogas, da Secretaria da Justiça, Mário Sérgio Sobrinho. “É para essas regiões que vocês vão, onde, geralmente, um número expressivo de pessoas se desvencilha da família”.
O fortalecimento de familiares de dependentes químicos contribui de forma essencial ao tratamento. “Pensamos que colocar nos CICs pessoas com visão social, psicológica e comunitária, que focassem exatamente a drogadição, seria uma boa alternativa para dar estrutura, informação e meios para as famílias se posicionarem melhor em relação à dependência química”, explicou o coordenador para os participantes da capacitação. “Com o trabalho de vocês, muitos dependentes químicos serão assistidos por meio das famílias, que serão fortalecidas, e estarão juntos deles”.
Para Sobrinho, a finalidade do Recomeço Família vai além de um trabalho remunerado. “É uma atividade de contribuição para que haja encaminhamentos necessários na questão da dependência química, não é algo fácil, envolve a vida do paciente e exige esforço”. Geraldo Alckmin endossou o incentivo. “Vocês vão ajudar muita gente e muitas famílias que adoecem, poderão mudar muitas vidas para melhor”.

 Geraldo Alckmin visitou o Cratod e prestigiou a capacitação de psicólogos e conselheiros que integrarão o Recomeço Família

O “Recomeço Família”, que trabalha junto com a família, é mais uma ação do Programa Recomeço, lançado pelo Governo do Estado de São Paulo, em maio de 2013. O programa tem longa duração e depende das peculiaridades de cada caso. Primeiramente, a pessoa passa por avaliação médica para diagnosticar seu estado de saúde. Em alguns casos, existe a necessidade de internação para tratar de comorbidades.
Criado em 2013, o Plantão Judiciário no Cratod, que integra órgãos de Justiça com a Saúde, proporciona agilidade nos encaminhamentos médicos e de internações, quando necessários. A atuação dos advogados da OAB-SP, defensores públicos, promotores de Justiça e juízes tem auxiliado famílias e pessoas que procuram ajuda.
O tempo de internação em hospitais e clínicas conveniados com o Estado varia de 15 dias a três meses. Após alta médica, o dependente químico pode ser encaminhado para abrigos e compor a Frente de Trabalho, idealizada no Recomeço para reinserção social e no mercado de trabalho.
A pessoa também pode ser encaminhada a uma das comunidades terapêuticas conveniadas no programa por meio das Secretarias de Justiça e Defesa da Cidadania, Saúde e Assistência Social. Nesta etapa, o Governo do Estado paga até R$ 1.350 por mês para a entidade acolher o dependente químico durante até seis meses prorrogáveis.
“O paciente pode ficar até seis meses para fazer um novo plano de vida, arrumar um emprego e se qualificar profissionalmente”, ressaltou o governador de São Paulo, ao citar a etapa do programa em que também se inicia a reinserção social e entrada na Frente de Trabalho.

Fabiana Campos
Assessora de Comunicação
Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania
Governo do Estado de São Paulo


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014




Dois estudos mostram os artifícios da indústria para tornar os cigarros mais viciantes.

O Globo
Latinstock 
Flávia Milhorance  

O ator americano Eric Lawson morreu recentemente, aos 72 anos. Era jovem, atraente, trazia um aspecto viril e seguro quando, como um caubói, fumava tranquilamente o seu cigarro em anúncios da indústria de tabaco dos anos 70. Difícil resistir ao apelo. Mas anos depois, Lawson foi diagnosticado com uma doença pulmonar obstrutiva crônica (DPCO), ocasionada provavelmente por este hábito que, no passado, agregava tantos adjetivos ao seu usuário. Propagandas deste tipo hoje são proibidas, seus riscos à saúde se tornaram inquestionáveis. E mais uma coisa mudou desde este período: os cigarros atuais aumentam as chances de câncer de pulmão, DPCO e outras doenças, além de serem mais viciantes, segundo dois novos estudos americanos.
Um destes é o relatório do “Office of the Surgeon General”, órgão do governo americano, que traz uma revisão de sua primeira edição, de 1964, quando os efeitos nocivos do fumo estavam começando a ser revelados. Cinquenta anos depois, além de associar o hábito a uma série de doenças, ele acrescenta que os cigarros hoje são mais viciantes do que os das décadas anteriores. Não porque tenham mais nicotina, mas porque o seu design vem sendo aperfeiçoado com o objetivo de levar mais desta substância aos pulmões.
A nicotina é o principal agente do cigarro e é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) uma droga psicoativa que causa dependência. Ao ser inalada, chega em poucos segundos ao cérebro e age no sistema nervoso central. O relatório se baseou em documentos da indústria apresentados num tribunal de 2006 mostrando como os cigarros foram projetados para este fim. As táticas incluem projetar filtros mais eficientes, selecionar papéis para maximizar a ingestão de nicotina e adicionar produtos químicos para tornar o fumo menos pesado e mais fácil de inalar. Outro estudo recente da Universidade de Massachusetts, publicado na revista “Nicotine and Tobacco Research” analisou marcas vendidas nos Estados Unidos entre 1998 e 2012. Ele mostrou que embora a quantidade de nicotina tenha se estabilizado neste período, a capacidade do cigarro de levar a substância aos pulmões do fumante aumentou em até 15%. O menor nível foi de 1,65 miligrama por cigarro em 1999, e o mais alto, de 1,89 miligrama, em 2011.
- Pelo menos com relação à recepção de nicotina, nossos resultados vão contra o argumento das indústrias de cigarro, que dizem estar estudando formas de garantir um cigarro menos prejudicial - observou, em entrevista ao GLOBO por e-mail, Wenjun Li, professor do setor de Medicina Preventiva e Comportamental da universidade e autor do estudo. A Souza Cruz, empresa brasileira de cigarro, ressalta que o estudo extrapola a realidade do país, uma vez que marcas e metodologias são distintas.
Disse ainda que há mais de dez anos a Anvisa exige que fabricantes informem os valores de nicotina, além das características físicas dos papéis e do filtro dos cigarros, tais como composição, permeabilidade e gramatura dos papéis, ventilação do filtro e etc. Cigarro ‘aperfeiçoado’ pela indústria Não é a primeira vez, no entanto, que este debate é suscitado.
Uma pesquisa de uma década atrás feita pela Escola de Medicina de Harvard mostrou que o avanço no mecanismo do cigarro havia levado ao aumento da inalação da substância em 11% em produtos fabricados entre 1997 e 2005, uma média de 1,6% ao ano. - O investimento que se faz na tecnologia do produto é muito grande e ocorre há muito tempo. O cigarro parece apenas uma porção de tabaco enrolado em papel, mas é mais sofisticado do que uma Ferrari - comenta Paula Johns, diretora-executiva da ONG Aliança de Controle do Tabagismo (ACT).
- Inclusive quando houve a primeira inciativa da FDA (agência reguladora de remédios dos EUA) de limitar as emissões de alcatrão, nicotina e outros aditivos, mais tarde foi descoberto que isto não significava nada, porque havia outras formas de otimizar a liberação de nicotina. Segundo Paula, “não existe um cigarro menos perigoso”. Ela cita estatísticas de que nove em cada dez pessoas que fumam se tornam dependentes, uma proporção inversa ao álcool, e o maior índice de vício entre todas as drogas. Uma história que se tornou famosa, aliás, e rendeu até o prêmio Pulitzer de Jornalismo de 1996 ao “Wall Street Journal”, é a de que os produtores evitavam elevar o conteúdo de nicotina nos cigarros, mas usavam produtos químicos, em especial a amônia, para aumentar a potência da substância inalada.
Cigarros com amônia, desta forma, liberavam mais nicotina, mas tinham a mesma quantidade química que outros produtos sem o aditivo. Interferência parecida com a que foi apontada nos estudos recém-divulgados, e que, na verdade, vêm ocorrendo desde o início da industrialização do tabaco, segundo Ronaldo Laranjeira, professor de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
- Há mais de um século, o tabaco era mascado ou fumado na forma de cigarro de palha. O consumo era pequeno e o impacto, restrito. O grande avanço veio com a industrialização do cigarro, quando a absorção ficou mais eficiente. E a indústria vem aperfeiçoando no ultimo século o produto no sentido de causar mais dependência - alerta. Debate sobre maior controle do cigarro Nos EUA, estas notícias levantaram a discussão sobre uma maior regulação da indústria por parte do governo. Mas, para Laranjeira, focar no controle do tabagismo pode trazer melhores resultados:
- O governo não consegue controlar o mercado lícito, nem ilícito. Intensificar políticas para reduzir o fumo seria uma ação mais sensata. 
Já Paula defende a adoção de medidas de controle, como a proibição de aditivos dos cigarros (cuja resolução da Anvisa entrou ano passado em vigor) e restrições à propaganda e ao uso.