sexta-feira, 19 de julho de 2013




Pesquisa realizada na cidade de São Paulo, pela UNIAD/Unifesp/Inpad, no ano de 2009, apontou que, em média, nove  pessoas são afetadas pelo impacto da dependência química de um ente querido, número que extrapola o da família nuclear que é formada, em média, por três pessoas.
Convivendo com sentimentos opressores como tristeza (28%), impotência (26%), dor, angústia, raiva, desespero, culpa, pena, decepção, solidão e medo, a família do dependente químico é grupo de risco para problemas de saúde, seja no âmbito das doenças emocionais, psíquicas ou físicas. Este impacto corresponde aos vividos por familiares de doentes terminais.
Estudos mostram que tratamentos para dependentes químicos que envolvem a família alcançam melhores resultados. Já na prevenção, a família é a grande célula de sustentação para que o jovem não entre no caminho das drogas.
Ainda na pesquisa de 2009 foi constatado que 47% dos familiares que descobrem a dependência do ente querido procuram a primeira ajuda nos grupos de apoio (recursos da comunidade), religião e Igreja. Trinta e sete por cento destes familiares elegeram como tratamento mais eficaz os grupos, a religião e a Igreja.
Os dados acima mostram que a família, a Igreja e a Comunidade são os principais pilares na prevenção e no tratamento da dependência química.

Atenta a este panorama, a Equipe ARCA irá realizar o Seminário com o tema:

“Família, Igreja e Comunidade” – A importância no contexto da dependência química”.

Dia/Horário – 08 de agosto de 2013, das 08:00 as 13:00 horas.
Local – FERLAGOS – Av.Julia Kubitschek, 80, Cabo Frio, RJ, (rodoviária).
Entrada franca.


PROGRAMAÇÂO.


08:30 – Abertura.

09:00A espiritualidade como fator de risco e proteção na família.
              Padre Haroldo Rahm.

10:00 - Familia: Problema e solução na dependência química.
            Romina Miranda.

11:00 – Igrejas nas comunidades – A força da união.
             Pastor Fabrício Valladares – Centro Evangelista Internacional – CEI.


Outras Informações: (22) 9914-3450


Romina Miranda Cerchiaro é jornalista, editora da revista Anônimos – publicação especializada em dependência química – autora do livro “Uma só palavra – O legado de Padre Haroldo Rahm para o tratamento da dependência química” , escreve no blog codependencia.com.br, e apresenta  os programas “Uma só palavra” nas redes de TV Aparecida e Net Cidade SP.
Atuou como editora da Revista Amor-Exigente e como apresentadora no Programa de mesmo nome, apresentado na Rede Vida. Também foi editora do Jornal Ação, veículo da Instituição Padre Haroldo.
Pós-graduanda em terapia familiar sistêmica pela Unifesp ( Universidade Federal de São Paulo) e coordenadora de grupos familiares de Amor-Exigente, em São Paulo,Romina passou a integrar a equipe do Inpad ( Instituto de Pesquisa de Álcool e Drogas), em parceria com a Unifesp, como pesquisadora na área de familiares de dependentes químicos, realizando, com a equipe, 3.000 entrevistas em todas as capitais brasileiras.
Atualmente, Romina integra a equipe operacional do FreeMind (www.freemind2014.com.br),   coordena Cursos na Área da Família na Febract – Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas e realizada orientação e aconselhamento de famílias que convivem com a dependência química.


Padre Haroldo Joseph Rahm é sacerdote jesuíta , nasceu no Texas, EUA, em 1919. Em El Paso, cidade de fronteira com o México, ficou conhecido por eliminar as gangues de rua por meio de seu trabalho com os jovens.
Graduado em Teologia no Saint Mary´sCollege, em Filosofia no Spring Hill College, Alabama, e em Artes da Loyola University, New Orleans, LA, veio para o Brasil em 1964, onde foi um pioneiro.
 Quando ainda não se falava em tratamento para a dependência química ele criou, em Campinas, a Comunidade Terapêutica Fazenda do Senhor Jesus para tratar alcoolistas e dependentes de outras drogas. A partir daí, não parou mais de fundar ou participar ativamente da fundação de entidades voltadas para o auxílio aos dependentes e seus familiares, entre elas a Pastoral da Sobriedade, o Amor-Exigente, a Febract, a Flact e a Instituição Padre Haroldo, que é reconhecida internacionalmente como umas das três melhores Comunidades Terapêuticas do mundo.



quarta-feira, 17 de julho de 2013

 



Programa do governo de combate ao crack está longe de cumprir metas.

Bom dia Brasil

Já foi investido R$ 1,5 bilhão no programa, que foi lançado em 2011. Valor representa menos da metade dos R$ 4 bilhões anunciados.
No Brasil, um ano e meio depois de o Governo Federal lançar um programa de combate ao crack, menos da metade dos R$ 4 bilhões anunciados foram investidos.
Uma reportagem do Bom Dia Brasil exibida há dois anos flagrou uma cracolândia em pleno Centro da capital federal. Também foi mostrado o consumo de crack na cidade de Ceilândia, a poucos quilômetros de Brasília. Dependentes da droga viviam em bueiros. Pessoas perderam tudo, pais que abandonaram as famílias por causa da droga, tamanha era a destruição provocada pelo crack.
Lançado em 2011, o programa do governo para combater o consumo de crack no país está longe de atingir as metas estabelecidas. Estão em uso menos de 25% dos leitos previsto no plano.
Qual região do país tem a maior quantidade de usuários de crack? Qual o perfil dessas pessoas? Um ano e meio depois do lançamento do programa, o governo ainda não tem um mapa das cracolândias. Uma pesquisa foi encomendada pelo Ministério da Justiça, mas ainda não foi apresentada.
As metas do programa de combate ao crack não chegaram nem perto do idealizado. Centros de atenção ao usuário para funcionamento 24 horas, até agora existem 34 pelo plano, e devem chegar a 175 até 2014. Leitos especializados são 57, mas a meta são 2.462. Consultórios de rua são 84 pelo plano, e devem ser 308.
Investimento feito até agora: R$ 1,5 bilhão. Não chega nem à metade do previsto, que são R$ 4 bilhões até 2014. Dinheiro que deve ser aplicado para atendimento e prevenção do uso do crack e policiamento. Os recursos são da união, mas segundo o Governo Federal, a adesão de estados e municípios é voluntária.
De acordo com o governo, 17 estados e o Distrito Federal aderiram ao programa e receberam dinheiro para investimentos. O governo admite que o ritmo das ações é lento. “Nós precisamos de unidades em funcionamento, servidores treinados, isto tudo demanda tempo. Seja em razão daquilo que impõe a lei, seja em razão também das tratativas com estados e municípios. Nós estamos correndo para que isso tudo se instale o mais rapidamente possível”, declara o secretário nacional de Políticas sobre Drogas, Vitore Maximiano.
O programa também prevê a capacitação de 210 mil professores e 3.300 policiais militares para prevenção do uso de drogas em 42 mil escolas do país.
 


Facilidade de conseguir crack atrapalha programa contra a droga.

Bom Dia Brasil.

Um ano após a ocupação da cracolândia, em São Paulo, a droga continua um problema de saúde pública, de segurança e social.
A alta dependência de crack é considerada um problema de saúde pública e de segurança, principalmente nas maiores cidades. Mas o maior problema ainda é a facilidade pra conseguir a droga e se o crack chegou às ruas é porque o combate ao tráfico falhou pelo caminho.
Na cidade de São Paulo, vários pontos de crack atraem milhares de pessoas. É um problema de segurança, de saúde pública e social.
Cracolândia vem do inglês: terra do crack. Um mundo à parte aqui ao nosso lado, onde tudo gira em órbita dessa droga. “Aqui é fácil de conseguir o crack. É fácil de conseguir dinheiro”, diz um usuário. O repórter pergunta como ele consegue dinheiro, e ele responde: “Roubando”.
No começo do ano passado, a polícia ocupou a cracolândia, prendeu suspeitos, recolheu droga e acabou espalhando usuários de crack por outros pontos da cidade. Este ano, o Governo do Estado e a Justiça montaram um plantão pra agilizar os pedidos de internação dos dependentes.
Até agora, apenas uma pessoa foi internada compulsoriamente, ou seja, por ordem do juiz:
96 a pedido da família e mais de mil por vontade própria. Voluntários de uma ONG tentam convencer os usuários de crack a buscar tratamento.
O governo também anunciou a distribuição de um cartão com crédito para que as famílias pudessem pagar o tratamento em clínicas. O cartão deveria ser distribuído a partir deste mês, mas o programa ainda está em fase de implantação.
Para a coordenadora do trabalho contra as drogas no estado de São Paulo, falta mais estrutura para atender os dependentes.
“Tem um imaginário aí que se pegar as pessoas à força e colocar dentro de um hospital. O mundo vai ficar bonito. Não vai funcionar desse jeito. Hoje a gente tem vários dispositivos de saúde que os municípios podem dispor, os centros de atenção psicossocial, as unidades de acolhimento são fundamentais para a organização da rede de atenção. As enfermarias em hospitais gerais, os leitos de saúde mental em hospital geral”, declara Rosângela Elias, coordenadora de álcool e drogas da Secretaria Estadual da Saúde.
O médico Arthur Guerra acha que a internação é fundamental como o primeiro passo, mas não há leitos suficientes. Diz que falta também investir na ressocialização.
“Falta um braço social. Falta um braço que dê ao usuário de crack a possibilidade de ter uma carteira de trabalho, de buscar emprego”, diz Guerra, chefe do grupo de álcool e drogas da USP.
A chegada do crack até o usuário, nas ruas, significa que houve uma falha de segurança ao longo de centenas, milhares de quilômetros. Significa que a matéria-prima, a pasta-base de cocaína, entrou no país, atravessou uma parte dele e nenhuma polícia foi capaz de interceptar. Os nossos vizinhos especialistas na produção da droga são bem conhecidos.
Colômbia, Peru e Bolívia produzem praticamente toda a cocaína do mundo. Ela entra no Brasil pelas fronteiras em Roraima, Amazonas, Acre, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A Polícia Federal desarticulou 42 quadrilhas nas fronteiras em um intervalo de um ano e meio e apreendeu 40 toneladas de cocaína. Mas a secretária nacional de Segurança Pública diz que é impossível vigiar 17 mil quilômetros de fronteiras.
“Nós elencamos 60 pontos de vulnerabilidade. Temos tentado aportar a esses pontos para além de homens equipamentos de vigilância, de tecnologia para que os policiais possam para além da força física, usarem também a inteligência para combaterem o tráfico de drogas”, declara Regina Miki, da Secretaria Nacional de Segurança Pública.
A Missão Belém trabalha em parceria com o Governo do Estado de São Paulo na recuperação de dependentes de drogas. Desde o final de 2012 a ONG já acolheu três mil pessoas e 540 estão nas casas da instituição. Apenas 200 pessoas que foram acolhidas voltaram às ruas.