sexta-feira, 31 de janeiro de 2014


ESTATÍSTICAS.

Por Pe. Haroldo Rham
O governo do Estado de São Paulo, a SENAD, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, do Ministério de Justiça Federal, e a Prefeitura da Cidade de Campinas estão pagando algumas despesas dos residentes da Instituição do Padre Haroldo – Campinas/São Paulo. Sócios pagam o resto. 
A praga de crack destrói rapidamente nosso povo e a juventude.  1.000 Brasileiros morrem diariamente por causa do Álcool, outras Drogas e especialmente o Crack.
No ano passado tivemos 38.000 homicídios.  Mais da metade dos desastres automobilísticos foram causados pelo uso de substâncias químicas. Desde 1990 o uso do crack se multiplicou por 166 vezes.  Muitos dependentes químicos são usuários de crack.  No Brasil existem 900 mil usuários de cocaína que é uma base do crack.
A OMS( Organização Mundial da Saúde) estima que 33 milhões de pessoas no mundo são infectadas pelo vírus HIV. No Brasil são 592.914.  O HIV, traz outras doenças como as cardiovasculares, depressão, baixa auto estima e é causa de suicídio.
No mundo,100 milhões de crianças e adolescentes vivem em situação de rua.  No Brasil 50 mil vivem assim nas ruas das Capitais. Uma das causas é o uso de drogas lícitas e ilícitas.  As mulheres aumentaram o uso de drogas em 30% nos últimos anos.  Algumas crianças começam com 09 anos. Geralmente o adolescente inicia o seu uso aos 13 anos.
Inicialmente, o crack estava sendo usado somente nas favelas e entre pessoas de baixa renda. Hoje todas as classes são vítimas do mesmo. É muito mais barato que a Cocaína e dá prazer mais rápido e intensamente. Como seu efeito dura apenas 5 minutos, ele é repetido continuamente.
O tratamento deve ser por um período adequado. Especialmente Amor Exigente, Espiritualidade, Clínicas e Comunidades Terapêuticas dão resultados. O tratamento deve ser multidisciplinar, bem planejado em um processo longo.
Reze por mim; rezo para você!

ONG estima baixa de 25% em programa para usuários de crack.

Jornal Folha de S. Paulo
ARETHA YARAK DE SÃO PAULO
Um quarto dos 386 viciados que moram na cracolândia e estão cadastrados em programa da Prefeitura de São Paulo não aderiram completamente ao programa de trabalho e tiveram frequência baixa. Por isso, não devem receber o pagamento hoje.
A estimativa é da ONG União Social Brasil Gigante, que tem um convênio com a prefeitura para a gestão do projeto e é responsável pela remuneração dos usuários.
Intitulada Braços Abertos, a ação iniciada no dia 16 busca recuperar dependentes de drogas da região oferecendo tratamento, abrigo e trabalho.
A maior parte dos usuários cadastrados foi colocada no serviço de varrição de ruas e praças. Para cada dia trabalhado, eles recebem R$ 15.
"Esse grupo de 25% aparece de vez em quando, some e depois volta. Não há um interesse", diz Carlos Alberto de Souza, diretor financeiro da entidade e responsável pelas ações na cracolândia.
No primeiro pagamento, na semana passada, todos os participantes receberam pela semana cheia, independentemente da presença.
A partir de hoje, o programa entregará o valor apenas dos dias trabalhados. Usuários que faltaram, mas comprovaram a ausência com um atestado médico também vão receber o dinheiro.
De acordo com a organização, os usuários foram avisados da mudança.
Apesar de não trabalharem nos finais de semana, todos receberão por esses dois dias.
Isso acontece porque a ação prevê a remuneração pela presença em atividades culturais agendadas para os fins de semana, mas que ainda não tiveram início.
"Nossa tenda estará pronta apenas no segundo fim de semana de fevereiro. Lá, eles poderão fazer teatro ou ver filmes", diz Souza.
LISTA DE PRESENÇA
Para receber pelo dia trabalhado, o usuário precisa assinar a lista de presença duas vezes. A primeira às 9h, quando sai com o grupo, e novamente por volta das 12h, quando a jornada termina.
"Tem um pessoal que aparece uniformizado, assina a lista pela manhã, mas depois não volta. Se tiver apenas uma assinatura, não é considerado", explica Souza.
De acordo com ele, um próximo passo é abrir o diálogo com os médicos de postos de saúde da região.
"Os usuários têm apresentado um volume muito grande de atestados. Vamos alertar esses médicos do que vem acontecendo", diz.
Procurada ontem, a prefeitura não se manifestou.
Consumo precoce álcool pode gerar futuros vícios (Wikimedia)


PESQUISADORES VINCULAM CONSUMO PRECOCE DE ÁLCOOL COM FUTURO VÍCIO.

O contato com o álcool em idade precoce ativa mecanismos a nível neurológico e psicológico

Saúde Bem-estar - Por Celeste Caminos, Epoch Times


Consumo precoce álcool pode gerar futuros vícios (Wikimedia)
Pesquisadores argentinos do Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas (CONICET) evidenciaram, mediante estudos recentes, que o consumo de álcool realizado em idade juvenil influencia o consumo posterior e a dependência nessa substância.
Os pesquisadores cordobenses Ricardo Pautassi e Angelina Pilatti demonstraram que o contato com o álcool em idade precoce ativa mecanismos a nível neurológico e psicológico, que poderiam influir em um vício posterior.
Segundo a pesquisa do CONICET, em uma das experiências, foi administrado álcool à ratos adolescentes e adultos, e após certo período de abstinência, foi oferecido como opções beber álcool e água. O resultado foi que os mais jovens preferiram consumir álcool em maior quantidade que os mais velhos.
Mesmo se tratando de uma investigação básica utilizando um modelo animal em lugar de experimentos com humanos, a pesquisa pode colaborar notavelmente com estudos mais complexos, explicou a pesquisa divulgada pelo CONICET.
“A ideia de fazer investigações com modelos animais é proporcionar elementos para uma investigação epidemiológica mais longa, complexa e custosa, a qual é mais difícil isolar fatores que podem gerar confusão”, afirmou Pautassi.
Os investigadores acreditam que o resultado pode ser o mesmo em humanos, sendo que um dos motivos prováveis é que os adolescentes têm acesso ao álcool em um momento que o cérebro está sendo remodelado, e é provável que a substância interfira nesse processo de mudança.
No laboratório em que trabalha Pautassi, estão sendo realizadas outras pesquisas para ver se isso ocorre efetivamente.
A Dra. Angelina Pilattir realizou um trabalho de campo que utilizou uma amostra de quase trezentas crianças de oito a doze anos e trezentos e cinquenta adolescentes entre treze e dezessete anos, de escolas públicas e privadas. O objetivo do estudo era medir, entre outras variáveis, se haviam consumido álcool em alguma oportunidade e em que quantidade.
“Por um lado, percebemos que entre dez e doze anos é um período crítico, que ocorre uma série de mudanças que os predispõe a iniciar o consumo de álcool. Por outro lado, podemos observar que aqueles que começavam antes dos treze anos tendem a consumir mais álcool e outras substâncias ilegais”, comentou Pilatti.
Segundo a investigadora, os adolescentes têm maiores índices de consumo, além disso, são mais extrovertidos e propensos a buscar novas experiências, devido a certos traços de personalidade que podem relacionar-se com o fenômeno.
No entanto, o estudo revelou que, em geral, as crianças imitam a conduta de outros, geralmente dos seus pais e dos amigos. Desse modo, nas crianças que têm uma maior percepção do consumo alcoólico dos pais, notou-se um aumento dos índices do consumo deles mesmos um ano depois, quando novamente foram examinados.
Por último, o estudo concluiu que em crianças, o contato com o álcool é mais experimental e ocorre com pouca frequência e em baixas quantidades. Porém, nos adolescentes esses parâmetros aumentam, e a bebida começa a modificar-se da exploração para converter-se em um fenômeno habitual.
Segundo a pesquisa, “a primeira modalidade conduz à segunda, (este é um) elemento que deveríamos levar em conta no momento de pensar em políticas preventivas”.
O álcool e a saúde
Segundo o que estabelece a Organização Mundial de Saúde (OMS), o consumo de álcool é um dos fatores de risco mais graves para a saúde a nível mundial. No continente americano, o álcool constitui o principal fator de risco em relação aos dados estatísticos de enfermidade.
No ano de 2004, pelo menos 347.000 mortes foram atribuídas ao consumo de álcool. Além da dependência, o consumo nocivo do álcool está associado com mais de 60 enfermidades, incluindo as lesões intencionais e não-intencionais, câncer, enfermidades cardiovasculares, neuropsiquiátricas e de desenvolvimento infantil e juvenil.
A maioria das enfermidades afeta os homens (83.3%), e 77.4% dos dados provêm da população entre 15 e 44 anos, afetando principalmente jovens e adultos em seus anos de vida mais produtivos.
Regulamentação
O consumo nocivo de álcool é uma das principais causas de traumatismos (inclusive os provocados por acidentes de trânsito), violência (especialmente violência doméstica) e mortes prematuras, informou a OMS.
Em muitos países é motivo de crescente preocupação o uso nocivo do álcool entre os jovens, já que diminui o autocontrole e aumenta os comportamentos de risco.
Segundo a OMS, a regulamentação do acesso às bebidas alcoólicas é uma estratégia eficaz para reduzir o consumo nocivo de álcool por parte dos jovens. Dessa forma, a proibição de publicidades sobre o consumo de álcool pode atenuar a pressão exercida sobre os adolescentes para que consumam essa substância.

CONSUMO DE DROGAS É UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA.

Os Estados Unidos da América, por décadas, dita e influencia a política de drogas na quase totalidade dos países da América Latina, política repressora e punitiva, uma verdadeira “guerra às drogas”. O atual ocupante da Casa Branca, Barack Obama, declarou em recente entrevista que a maconha que fumou na juventude não é uma droga pior que o álcool e que a repressão aos usuários se converteu em perseguição às minorias.
Afirmando que, “não é algo que encoraje, e disse às minhas filhas que considero (fumar marijuana) uma má ideia, uma perda de tempo, que não é muito saudável”, ele continuou dizendo que “mas não devíamos estar a condenar miúdos ou consumidores individuais a longas sentenças de prisão quando algumas das pessoas que fazem essas leis fizeram provavelmente a mesma coisa”. Soma-se a esta declaração o fato de que alguns estados norte-americanos, como o Colorado, já estão admitindo o uso da cannabis para fins recreativos e em outros estados, como o Alasca, por exemplo, 53% da população apoiam a liberação da droga.
O nosso vizinho Uruguai, no último mês de dezembro, legalizou a produção, distribuição e venda da maconha sob o controle do Estado. Todos os uruguaios ou residentes no país, maiores de 18 anos, que tenham se registrado como consumidores para o uso recreativo ou medicinal da maconha poderão comprar a erva em farmácias autorizadas.
Em Portugal, desde 1º de Julho de 2001 (Lei 30/2000, de 29 de Novembro), a aquisição, posse e consumo de qualquer droga não mais caracterizam crime constituindo apenas violações na esfera administrativa, onde não há prisão. Desde então, o uso de droga em Portugal está entre os mais baixos da Europa, sobretudo quando comparado com estados com regimes de criminalização mais rigorosos. O consumo diminuiu entre os mais jovens e reduziram-se a mortalidade (de 400 para 290, entre 1999 e 2006) e as doenças associadas à droga.
Enquanto isto, no Brasil o número de presos condenados por tráfico vem aumentando desproporcionalmente. O número de presos condenados por tráfico de drogas cresceu 30% nos últimos dois anos, passando de 106.491 em 2010 para 138.198 em 2012. No mesmo período, o número de presos em geral aumentou apenas 10%, passando de 496.251 para 548.003, segundo o último levantamento do Departamento Penitenciário Nacional, concluído em dezembro de 2012. Os 138.198 presos por tráfico de drogas no país representam um quarto de todo o contingente carcerário.
Necessário salientar que a grande maioria destes condenados por “tráfico” são na verdade usuários ou que fazem do comércio um meio para manter seu vício. O problema se agrava pelo fato da lei ser genérica, o que fere inclusive o princípio da taxatividade dos tipos penais e, ainda, não diferenciar claramente o traficante do usuário ou de tratar com o mesmo rigor, pena mínima de cinco anos, pessoas que se encontram em escalas e situações distintas. Segundo o juiz de São Paulo Luís Lanfredi, integrante do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e responsável pelo acompanhamento do sistema carcerário, 90% dos presos são pequenos traficantes, sem antecedentes criminais e vínculos com o crime organizado. De acordo com o magistrado, em entrevista ao jornal O Globo em julho do ano passado, de cada dez presos por tráfico, sete ou oito são pequenos traficantes. O número de grandes traficantes presos está abaixo de 10%.
É incontestável que as medidas de caráter repressora adotadas até então pelos Estados Unidos da América e por todos os países subordinados à política americana de combate às drogas não surtiram o efeito desejado. Penas elevadas, prisões de usuários, regime fechado de cumprimento de pena para os condenados por tráfico, fim da liberdade provisória, confisco de bens, ocupação de favelas pela polícia e, até mesmo, pelo exército, e outras tantas providências que levaram em consideração apenas o maior rigor das leis e o caminho muitas vezes cego da repressão, de nada adiantaram.
Como bem salienta Vera Malaguti Batista, “o problema da droga está situado no nível econômico e ideológico. Com a transnacionalização da economia e sua nova divisão do trabalho, materializam-se novas formas de controle nacional e internacional. Foi criado todo um sistema jurídico-penal com a finalidade de criminalizar e penalizar determinadas drogas. O sistema neoliberal produz uma visão esquizofrênica das drogas, especialmente a cocaína: por um lado, estimula a produção, comercialização e circulação da droga, que tem alta rentabilidade no mercado internacional, e por outro lado constrói um arsenal jurídico e ideológico de demonização e criminalização desta mercadoria tão cara à nova ordem econômica.” (Difíceis ganhos fáceis: drogas e juventude pobre no Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Instituto Carioca de Criminologia: Freitas Bastos, 1998).
Para o enfrentamento do problema relacionado às drogas, é preciso despir-se de qualquer moralismo e preconceito, é necessário coragem para admitir que longe de ser uma questão criminal — até porque ninguém pode ser punido por uma conduta que não exceda ou ultrapasse o próprio autor e que não afete qualquer bem jurídico (princípio da lesividade) — o consumo de drogas é uma questão de saúde pública.
Não é despiciendo lembrar o prêmio Nobel de Economia Milton Friedman (1976), que afirmou: “Tivessem as drogas sido descriminalizadas 17 anos atrás, o crack nunca teria sido inventado — ele foi inventado porque o alto custa das drogas ilegais torna lucrativo fornecer uma versão mais barata — e hoje haveria um número bem menor de dependentes...”.
Leonardo Isaac Yarochewsky é advogado criminalista e doutor em Ciências Penais.


FIM DA PICADA! JUIZ DE BRASÍLIA ABSOLVE TRAFICANTE QUE LEVAVA 52 PORÇÕES DE MACONHA NO ESTÔMAGO PRA TRAFICAR DENTRO DA PAPUDA. RAZÃO? O DOUTOR CONSIDERA A DROGA “RECREATIVA”.
Blog do Reinaldo Azevedo

Decisão de juiz se respeita, claro!, mas se discute — e, até onde a lei faculta, pode-se recorrer contra ela. O juiz Frederico Ernesto Cardoso Maciel, da 4ª vara de Entorpecentes de Brasília, vai virar um herói e um símbolo da causa da descriminação das drogas — particularmente da maconha. Será transformado numa espécie de nova face da Justiça: mais humana, mais compreensiva, mais pluralista. Tudo bem! Digamos que fosse assim. Ocorre que o senhor Cardoso Maciel tem de julgar segundo as leis que temos, não segundo aquelas que ele pessoalmente acharia justas. O seu arbítrio não é subjetivo: transita num determinado orbital. Por que isso? O doutor resolveu absolver um traficante de maconha. E não era coisa pouca, não! Sob quais argumentos? Leiam trechos da reportagem de Felipe Coutinho, na Folha. Volto em seguida.
Escreveu o doutor:
“Soa incoerente o fato de outras substâncias entorpecentes, como o álcool e o tabaco, serem não só permitidas e vendidas, gerando milhões de lucro para os empresários dos ramos, mas consumidas e adoradas pela população, o que demonstra também que a proibição de outras substâncias entorpecentes recreativas, como o THC, são fruto de uma cultura atrasada e de política equivocada e violam o princípio da igualdade, restringindo o direito de uma grande parte da população de utilizar outras substâncias”.
O juiz Cardoso Maciel tem todo o direito se julgar a cultura brasileira “atrasada” — e posso imaginar o seu sofrimento ao ser juiz em meio a esse atraso, né? Mas nada o impede de se filiar a um partido político e disputar um lugar lá naquele prédio das duas conchas, não é mesmo? Refiro-me ao Congresso Nacional. É lá que se fazem as leis, meu senhor, não aí na 4ª Vara de Entorpecentes de Brasília. Quem deu ao juiz a competência para descriminar a maconha?
Atenção, senhores leitores, o réu em questão foi pego DENTRO DO PRESÍDIO DA PAPUDA COM 52 PORÇÕES DE MACONHA DENTRO DO ESTÔMAGO. O destino era o tráfico entre os presidiários. Pediu pena mínima, e o juiz decidiu absolvê-lo. O advogado do traficante certamente não esperava tanto.
A justificativa, com a devida vênia, é patética. Escreveu ele ainda, segundo a reportagem: “A portaria 344/98, indubitavelmente um ato administrativo que restringe direitos, carece de qualquer motivação por parte do Estado e não justifica os motivos pelos quais incluem a restrição de uso e comércio de várias substâncias, em especial algumas contidas na lista F, como o THC, o que, de plano, demonstra a ilegalidade do ato administrativo”.
Não está em questão, nem é de sua competência, o conteúdo da portaria. Ainda que ele não goste dela, não é sua função declarar a sua ilegalidade. Enquanto ele estiver investido da toga, cumpre-lhe considerar que ela integra o conjunto das normas do estado de direito — que inclui ainda a Lei Antidrogas, a 11.343.
De resto, observo que sentença de juiz não deveria servir para proselitismo e militância em favor de causas. Ademais, há uma questão de fundo: se a maconha fosse legal no Brasil, ele tem a certeza de que o traficante em questão não estaria com a barriga cheia de cocaína, por exemplo? Alguém dirá: “E você, Reinaldo, como pode levantar uma hipótese como essa?”. Posso, sim! O indivíduo sabia que estava cometendo uma ilegalidade — daí ter recorrido àquele ardil. E ele o fez não porque, a exemplo do doutor, considere injusta a ilegalidade da maconha, mas porque decidiu, de forma consciente, transgredir uma lei. Ele não era um militante da liberdade de escolha. Tratava-se apenas de alguém cometendo um ato que sabia ser criminoso.
Um crime que, não obstante, o juiz não reconheceu. Um despropósito absoluto.
PS – Comentem com prudência, como de hábito. Pode não ser o caso do juiz Cardoso Maciel, mas é o de outros com as mesmas teses. Eles costumam ser ultralibertários em matéria de consumo de drogas, mas acham que a liberdade de expressão é uma substância perigosa. Tendem a tomar a divergência como ofensa à honra.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014



DOIS LADOS DA MACONHA.

O Globo

Efeitos da droga já liberada para uso medicinal em alguns países não garantem um consenso nem da ciência

Flávia Milhorance

A maconha continua proibida na maioria dos países, entre eles o Brasil, mas em alguns, como Canadá, Reino Unido, Holanda, França, Espanha, Itália, seu uso medicinal está liberado.
Na América Latina o primeiro produto à base da maconha, o Sativex, foi aprovado para comercialização. No Uruguai, a erva está permitida, e nos Estados Unidos, há um movimento: Washington e Colorado liberaram seu uso recreativo no início do ano. No país, 21 estados autorizam a prescrição médica da erva e, neste contexto, o presidente Barack Obama declarou esta semana que ela não é mais perigosa do que o álcool, o que provocou reações de políticos e setores da sociedade. Se o tema é controverso no plano político, no científico não é diferente. E as respostas sobre seus efeitos na saúde também não são simples.
Vários estudos têm demonstrado as ações terapêuticas dos canabinoides para náusea e vômito em pacientes de Aids e câncer. Outras pesquisas são realizadas com foco no tratamento de asma, glaucoma, e também no desenvolvimento de antidepressivos, estimulantes do apetite e anticonvulsivantes.
Por outro lado, vários estudos garantem que a maconha como droga de abuso prejudica a capacidade de aprendizagem, a memória de curto prazo, o desempenho psicomotor e é um fator de risco para a esquizofrenia. Diante de tamanha ambiguidade, as posições contra ou a favor adquirem um tom quase religioso. Entre especialistas, há quem condene integralmente a droga, e há quem a defenda com unhas e dentes. Alguns preferem separar a discussão do uso recreativo e do medicinal.
Outros dizem que isto não é possível. Acontece que, mesmo proibida, ela é amplamente usada. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a maconha é a droga ilícita, de longe, mais cultivada, traficada e abusada. Metade de todas as apreensões no mundo é de cannabis. Cerca de 180 milhões de pessoas, 3,9% da população entre 15 e 64 anos, são usuárias. No Brasil, o seu uso vem crescendo, e o total de apreensões passou de 155 toneladas em 2010 para 174 toneladas em 2011. Anvisa não descarta aprovação da cannabis medicinal Na lista de substâncias ilícitas no Brasil está a cannabis sativa. Mas com base na lei antidrogas (11.343/06) o presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, argumenta que ela poderia ser autorizada para fins medicinais.
- O órgão se baseia em estudos de eficácia e segurança, e se bem avaliado, o produto vai para o mercado. Para pesquisas, a maconha poderia ser usada sem nenhum problema - falou ao GLOBO, citando o exemplo de opiáceos já liberados como a morfina, mas ressaltando que seriam substâncias controladas e não a erva que é usada como entorpecente. Isto não quer dizer que uma liberação está em vias de acontecer, já que, segundo ele, nenhuma empresa - como a britânica GW, do Sativex - chegou a pedir qualquer regulação. Esse composto com duas substâncias da cannabis - o tetrahidrocanabinol (THC) e o canabidiol (CBD), um dos canabinoides da planta - serve para amenizar dores da esclerose múltipla. Em geral, as pesquisas com foco no uso terapêutico usam apenas algumas das mais de 400 substâncias da planta. O THC, que tem o efeito psicoativo, é o primeiro a ser removido ou amenizado.
Mas nos EUA, por exemplo, é possível comprar a erva, e há aqueles que defendem seu uso integral mesmo para fins medicinais.

- A maconha será tão disponível quanto a aspirina - comemorou o professor de Psiquiatria da Escola Médica de Harvard, Lester Grinspoon.
- Até a década de 60, eu tinha certeza de que ela era perigosa. Foi depois de me debruçar na literatura médica que descobri que não havia base científica para sua proibição. Desde então, venho estudando seus efeitos. Eu mesmo fumo há mais de 40 anos e nunca tive problemas. Segundo Lester, a planta não é tóxica, não causa dependência, nem esquizofrenia. Ao contrário, ele acredita que a erva (e não apenas algumas moléculas) tem diversas funções, entre elas, a de tratar dores desde cólicas menstruais às da esclerose múltipla, além de náuseas e convulsões da epilepsia. Ele riu da declaração do presidente Obama:
- A maconha é muito menos prejudicial do que o álcool. Não deviam nem ser mencionados na mesma sentença. Mais de 50 mil morrem a cada ano em consequência do álcool. Nunca houve uma morte por maconha. Nem todos, entretanto, fumaram sem sentir efeitos negativos. Jorge Duarte, hoje com 28 anos, conta ter usado diariamente na adolescência.
- Se eu fosse sair, fumava. Se fosse num restaurante, também. Para qualquer coisa, eu usava. Era um viciadinho - conta o jovem, que explica por que resolveu parar.
- Fui fazer intercâmbio nos EUA e não conseguia me comunicar. Sabia inglês, mas ficava travado. Foi quando notei que estava exagerando. Professor de Psiquiatria da USP e com doutorado em Psicofarmacologia Clínica pela Universidade de Londres, Valentim Gentil Filho faz duras críticas aos que levantam esta bandeira.
- Esse Grinspoon tem conflitos de interesse e nem é autoridade no assunto. Além disso, é um absurdo o presidente dos EUA dar a mensagem de que é uma droga segura - afirma Gentil, que também não acredita na legalização do uso medicinal.
- Primeiro, o controle de prescrição foi claramente burlado, e receitas eram vendidas sem que um profissional visse o paciente. É um disfarce para o uso recreativo. Segundo, não há pesquisas mostrando a eficácia da planta como um todo. Estão cedendo a pressões sociais, e com isso, vamos caminhar para o buraco nas próximas gerações. Gentil lembra que na década de 60, quando a concentração de THC na maconha era bem menor, pesquisas já apontavam para o aumento de três vezes do risco de psicose esquizofrênica. Curiosamente, a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto tem estudos com a cannabis no controle da esquizofrenia. - A planta tem em torno de 80 canabinoides. Doses elevadas de THC produzem, em humanos saudáveis, sintomas psicóticos e em esquizofrênicos um agravamento dos sintomas.
O canabinoide que estudamos é o CBD, que não produz os sintomas típicos da planta. Existem muitas evidências que o CBD possui uma ação antipsicótica - explicou o professor de Psiquiatria da faculdade, Antonio Zuardi. Para ele, a possível liberação da maconha com fins medicinais deveria ser precedida da criação de uma agência reguladora do uso e de seus componentes. Quanto ao uso recreativo, ele diz ser uma decisão da sociedade.
Posição semelhante é compartilhada pelo professor de Farmacologia de UFMG, Fabrício Moreira, que também realiza pesquisas sobre o efeito analgésico de substâncias análogas aos canabinoides.
- A discussão sobre o uso medicinal tem que ser embasada por evidências científicas, e sou a favor da sua regulamentação. Sobre a legalização ou não, isto tem que ser discutido sob aspectos políticos e sociais. Poderíamos começar a pensar nela como uma política de redução de danos, sabendo dos riscos. O especialista diz que a maior preocupação é com os adolescentes. Até os 22 anos, o cérebro está ainda em formação e pode ser afetado pelo uso da maconha, reduzindo o QI, diminuindo funções executivas e causando doenças psiquiátricas. A maconha leva poucos segundos para chegar no cérebro. E segundo a psiquiatra da Santa Casa de Misericórdia do Rio, Analice Gigliotti, causa dependência. dir="ltr">
- A cannabis fumada tem concentração maior de THC do que de outros canabinoides, e qualquer droga fumada tem efeito mais rápido e maior potencialidade de dependência - afirma.
- A legalização no Brasil é impossível neste momento. Não temos controle de venda sequer de cigarro e bebida para adolescentes. Temos que fazer o dever de casa ainda.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014


Modelos repressivos fracassaram, diz psiquiatra sobre ação na Cracolândia   


Como era esperado, os dependentes de crack inscritos na Operação Braços Abertos, iniciada nesta quinta-feira (16) na Cracolândia, em São Paulo, não deixaram de consumir a droga, como mostrou reportagem do Estado de S.Paulo. O programa, segundo a prefeitura, tem como objetivo devolver a dignidade dos usuários. Nenhum dos participantes é obrigado a se tratar para ganhar R$ 15 por dia, hospedagem, refeições e assistência médica em troca das quatro horas de varreção diárias. 

"É uma proposta de reinserção social, não de tratamento", enfatiza o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, coordenador do Programa de Orientação, Atendimento a Dependentes (Proad) da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e consultor técnico da área de saúde mental, álcool e drogas da Secretaria da Saúde de São Paulo. "É uma construção", mencionou a secretária municipal de Assistência Social, Luciana Temer, na reportagem.

Redução de danos

Para o especialista da Unifesp, referência em redução de danos no país, a medida é reflexo da conclusão de que "os modelos mais repressivos e coercitivos fracassaram no mundo inteiro" no que se refere às drogas. Na opinião do médico, tirar o usuário de seu ambiente para tratá-lo não funciona a longo prazo, mesmo quando há recursos financeiros, porque a droga "não é causa, é consequência". Para ele, ficar ´limpo` quando se está em uma clínica é uma situação fácil. "Mas quando a pessoa volta para a sua vida e seus problemas, ela recai", diz.

Silveira acredita no tratamento ambulatorial, como o oferecido nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) Álcool e Drogas hoje no país. "Mas para o crack faltava outras coisas. Não dá para tratar uma pessoa que está há três dias sem comer", explica.

Ele lembra que a taxa de sucesso para quem inicia tratamento contra drogas é de apenas 35% em qualquer parte do mundo. "Essa pessoa tem que ser isolada da sociedade?", pergunta, referindo-se aos 65% restantes. "É aí que entra a redução de danos: ela pode adquirir formas de consumo que sejam o mais compatível possível com uma vida normal", considera o psiquiatra, que cita a enorme quantidade de pessoas que trabalham o dia todo e se drogam quando chegam em casa, sem causar comoção à sociedade. 

Tentação do dinheiro

Fabian Nacer, que já foi dependente de heroína, de crack, e chegou a morar na Cracolândia por seis anos, acha que a ação da prefeitura "é uma grande furada" e não vai dar em nada. Na contramão do que defende o psiquiatra da Unifesp, ele é enfático sobre a primeira providência que deveria ser tomada em relação à região: afastar os usuários daquele ambiente. 

Nacer está há anos sem consumir droga. Fez faculdade, especializou-se em dependência química e hoje faz palestras sobre o tema em escolas e outras instituições. "Até hoje sou chamado para fazer trabalhos na Cracolândia e eu não vou", enfatiza. Ele também levanta outra questão: "Uma nota de dez reais parece um demônio [para quem está em tratamento]. O cara precisa ficar longe de dinheiro, às vezes até por dois anos", recomenda o ex-usuário.

A observação de Nacer faz mais sentido depois que se ouve como é a rotina dos habitantes da Cracolândia: "Eu dormia na rua e, ao acordar, ia direto para o farol. Eu tinha no máximo 40 minutos para conseguir dez reais, senão começava a passar mal, a perna tremia, me dava vontade de vomitar e eu chegava até a ficar agressivo". Vencida a primeira fissura, todo o resto do dia se resumia a conseguir mais dinheiro para consumir mais pedras.

"Estão querendo dizer que, se a pessoa tiver dignidade, ela vai ter gosto pela vida e vai querer se tratar - eu não sei de onde eles tiraram isso". Na opinião dele, todos esses conceitos estão muito distantes quando se tem uma necessidade física para suprir, ainda que para os assistentes sociais o usuário chore e jure que quer largar aquela vida. 

Nacer sugere que a operação nada mais é do que um acordo com os usuários para "deixar a rua limpa", mencionando a minifavela que foi desmontada no local. "Você sai de lá, varre um pouco e eu te dou dinheiro", ironiza. Ele acredita que no início alguns usuários até vão cumprir a jornada para receber o salário e comprar mais droga, mas acha que, aos poucos, eles devem deixar de aderir.

Doença do cérebro

A psiquiatra Ana Cecília Marques, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead), também acredita que a operação "é dinheiro público mal aplicado", e que não adianta reinserir o usuário socialmente se não houver tratamento primeiro.

Ela acha que até pode haver boa intenção na iniciativa, apesar de mencionar a proximidade com a Copa do Mundo, mas pensa que há um profundo desconhecimento sobre o crack por trás da ação. 

"A dependência é uma doença do cérebro, que abole a capacidade da pessoa de resolver os problemas do dia a dia", diz. "Em casos leves, até é possível conciliar reinserção social com tratamento, mas em casos graves é preciso tirar a pessoa daquele ambiente", declara.

Para concluir o assunto, a médica faz uma observação: "Quando um paciente está muito doente, a gente dá uma licença-saúde para ele se tratar. Eles estão fazendo o contrário: estão mandando pessoas doentes trabalhar".
Fonte:ABEAD(Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas)


É preciso ir além da Lei Seca no trânsito.
A legislação em si é importante, mas poder público tem de adotar outras ações para conter a violência nas estradas

A aprovação da Lei 11.705, em junho de 2008, que modificou (e tornou mais rígido) o Código de Trânsito Brasileiro, com a adoção da chamada Lei Seca, representou um passo importante para conter a violência nas ruas e estradas do país, responsável por um flagelo que se mede, a cada ano, em milhares de mortos e feridos (e, como extensão das tragédias em si, na desgraça que atinge as famílias das vítimas de acidentes).
 
Num primeiro momento, principalmente nas regiões que adotaram ações diretas de fiscalização, como as blitzes contra a mistura de álcool e direção, os índices sofreram quedas acentuadas, voltaram a crescer e retomaram a curva descendente nos dois últimos anos.
 
Mas, em geral, os números de mortos, feridos e de acidentes ainda são elevados. Relatório da Polícia Rodoviária Federal com os índices registrados nas estradas sob sua jurisdição em 2013 mostra o tamanho da tragédia. Foram 8.375 óbitos, ou 23 pessoas por dia a perder a vida, e 103 mil feridos em quase 186 mil acidentes.
 
A PRF estima que, somados os registros em vias urbanas e estradas estaduais, o total de mortos tenha alcançado 50 mil somente no ano passado, quase tanto quanto o número de soldados americanos que tombaram em toda a Guerra do Vietnã. Isso corresponde a algo entre 20 a 25 mortos por cada grupo de cem mil habitantes, bem distante da relação registradas em países nos quais a guerra do trânsito parece ter sido contida em limites aceitáveis, sete óbitos por grupo de cem mil.
 
Mesmo que em 2013 tenha sido consignada uma queda nos índices de violência nas estradas, como captou o relatório da PRF, o Brasil ainda está longe de atingir a meta estabelecida pelas Nações Unidas para o país, de, até 2020, reduzir à metade a estatística sobre mortos/feridos/acidentes. A evidência de que mesmo com a Lei Seca em vigor o país não consiga reduzir drasticamente os registros do flagelo das estradas não significa que a legislação seja ineficiente. Ao contrário, não fosse o endurecimento do CTB, por certo a curva de tragédias seria ascendente — portanto, com números ainda mais apavorantes que os atuais.
 
A questão reside, entre outras razões, no fato de, por leniência, descaso ou inapetência do poder público por ações de fiscalização mais rígida, espera-se que os efeitos da Lei 11.705, por si só, sejam bastantes para conter grande parte dos abusos no trânsito. As estatísticas mostram que não são.
 
A Lei Seca pode ter atingido seu limite de eficácia. O comportamento do brasileiro ao volante, em grande medida, ainda é de desrespeito a normas e desapreço pela vida alheia. Não por acaso, as infrações mais comuns são excesso de velocidade, ultrapassagens temerárias e outras nas quais estão implícitos riscos assumidos, álcool à parte. Uma cultura inapropriada, que, para ser revertida, implica punições sistemáticas, fiscalização permanente e ações educativas — um desafio de que não se pode desviar para reduzir a níveis aceitáveis os atuais indicadores de uma carnificina que o país precisa enfrentar e acabar.
 
Fonte: O Globo



Álcool é mais mortal para quem está na meia-idade
Levantamento da Opas indica que, no Brasil, o vício mata principalmente homens com 50 a 59 anos.

Noites intermináveis de festas regadas a drogas lícitas e ilícitas podem dar a impressão de que os jovens são as maiores vítimas dos vícios. Todos “uma ideia ruim”, segundo o presidente dos EUA, Barack Obama. Em entrevista publicada no domingo na revista The New Yorker, ele declarou que não acha que “fumar maconha seja mais perigoso do que o álcool”. Dezenove estados americanos permitem o uso da maconha para fins medicinais. Com menos restrições comerciais, as bebidas alcoólicas matam anualmente 79.465 pessoas nas Américas. No Brasil, as maiores vítimas são adultos de 50 a 59 anos, segundo levantamento da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) publicado no periódico Addiction.
 
Para os especialistas, a cultura machista e a ineficiência das políticas públicas fazem com que o país ocupe o 5º lugar no ranking das nações americanas com mais óbitos causados pelo álcool. O levantamento com dados de 16 países das américas do Norte, Central e do Sul foi feito pelas brasileiras Vilma Gawryszewski e Maristela Monteiro. Elas verificaram que, entre 2007 e 2009, o Brasil registrou mais de 22 mil mortes diretamente relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas. Os homens correspondem a 88,5% do total. 
 
Jorge Jaber, presidente da Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas (Abrad), acredita que taxas tão elevadas entre os consumidores do sexo masculino é cultural. “Quando a mulher bebe, vira alvo de críticas, preconceito e desvalorização sexual. A sociedade, principalmente os homens, parte do princípio de que elas serão mais fáceis de serem conquistadas, no sentido sexual. O homem, ao contrário, é estimulado a beber, leva-se isso na brincadeira”, reflete o especialista em dependência química pela Universidade de Harvard (EUA) e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria.
 
Ainda que os homens estejam na dianteira das estatísticas, o número de mulheres consumidoras de bebidas cresce. Segundo o Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), feito pelo Instituto Nacional de Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 2012, elas representavam 39% do total de pessoas que bebiam álcool pelo menos uma vez na semana, contra 29% em 2006. “A gente pode dizer que elas são grandes alvos das campanhas de bebida, e a indústria do álcool enxerga hoje no público feminino um grande nicho”, observa Ana Cecília Marques, psiquiatra e presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead).
 
Sem prevenção
Outro motivo para os homens morrerem mais é a resistência em fazer consultas de rotina. A cirrose, por exemplo, evolui dentro de um período máximo de cinco anos, tempo em que muitos nem sequer passam perto do consultório médico. “O álcool literalmente mata as células do fígado, que, apesar do alto poder de regeneração, não consegue suportar as lesões sucessivas provocadas pelo vício”, explica Sérgio Fernandes, clínico médico do laboratório Exame.
 
Segundo Jaber, um dos motivos para tanta demora no diagnóstico das doenças do fígado entre os homens — esses males representam 54% de todas as mortes relacionadas ao álcool no Brasil, de acordo com o estudo — está no fato de o sistema digestivo deles ser maior e mais eficiente, de forma que conseguem consumir maiores quantidades de bebidas alcoólicas durante mais tempo sem sentirem os efeitos adversos na saúde.
 
“Não há prevenção. Não existem políticas que forneçam tratamento ou assistência. Não tem quem diga para a pessoa que ela precisa de ajuda. A prevenção no Brasil é zero, e o tratamento, pífio. O controle da oferta não existe, pois os adolescentes têm acesso a bebidas”, alerta Ana Cecília.
 
O problema se repete em outros países analisados. As autoras do trabalho afirmam que toda a América sofre com o descaso em maior ou menor intensidade. “Mortes relacionadas ao álcool são evitáveis por meio de intervenções e políticas que minimizem o consumo. Pesquisas em todo o mundo indicaram que as restrições à disponibilidade de bebidas alcoólicas, o aumento de preços e o controle de marketing interferem efetivamente para reduzir o uso nocivo”, concluem, no estudo.
 
Abalos psiquiátricos
A bebida alcoólica pode causar diretamente 60 tipos de doenças e lesões, como cirrose, pancreatite e transtornos psiquiátricos. Gawryszewski e Monteiro ressaltam o risco de o dependente ser acometido por “uma série de doenças mentais ou do sistema nervoso”. Entre elas, a depressão, a ansiedade, as psicoses e a neuropatia periférica.
 
Na Argentina, no Brasil, em Cuba, na Guatemala e na Nicarágua, os distúrbios neuropsiquiátricos foram responsáveis por cerca de metade das mortes relacionadas ao álcool. Segundo Ana Cecília Marques, um dos problemas mais recorrentes são os acidentes vasculares hemorrágicos. Eles aparecem primeiro com a hipertensão arterial, também causadora dos derrames.
 
Jorge Jaber explica que o consumo frequente leva à morte dos neurônios, o que resulta em alterações cognitivas e de aprendizado. A memória fica alterada e as dificuldades acometem também os membros periféricos. “Os neurônios responsáveis pelos movimentos, aqueles que saem do cérebro e vão para os músculos, também são destruídos. Por isso, a marcha é comprometida. São as chamadas doenças dos nervos periféricos, crônicas, progressivas e fatais”, diz.
 
Fonte: Correio Braziliense

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

migueltortorelli1

FOLHA, NÃO DÁ PRA LER.

 “É preciso  tomar muito cuidado com a informação no jornal que você recebe”, alertava uma das campanhas mais duradouras e  premiadas  da Folha de S.Paulo. Ah, a  Folha  de Claudio Abramo, fez história.E hoje,o que se tornou a Folha? Do jornal que fazia políticos tremerem, hoje vem sendo sinônimo do jornal que defende a droga. A droga que destroi famílias, a droga que vicia, a droga que tira leitores.
Mas a Folha de S.Paulo, a cada dia se aprimora, faz malabarismos para inventar reportagens assinadas por jovens repórteres ouvindo todos que defendem a droga. É impressionante! Maconha é o prato principal. Dia sim, dia não, lá estão os repórteres da Folha vasculhando até acharem qualquer notícia que justifique falar sobre a maconha. Agora, a queridinha da casa é o crack. Tem gente na Folha que inventa até  código de conduta para craqueiro  para chamada na primeira página. Ah, tem também professor que fuma maconha lá nos Estados Unidos merecendo entrevi sta de  página inteira e, evidentemente, com chamada de destaque na primeira página.
”Maconha poderá ser tão importante  como a penicilina”- PODERÁ – VERBO DE MANCHETE DE PRIMEIRA PÁGINA----nas palavras do mago dos sonhos da Folha, que concede à Organização Mundial da Saúde, algumas linhas  para não tirar o brilho do mestre dos sonhos da redação. Além de esquecer, ou melhor ignorar os titulares de psiquiatria das duas maiores universidades brasileiras-Valentim Gentil e Ronaldo Laranjeira que lutam por espaço para falar sobre a verdade da maconha que já faz inúmeros esquizofrenicos no país. Mas a Folha prefere a verdade do ame ricano que fuma maconha.  E nesta segunda-feira, a Folha bateu recorde: a garotada tava solta na redação, no final de semana, hein? Logo na primeira página, o americano que fuma maconha;na segunda página, um ilustre desconhecido  chamando crack de “cigarrinho para relaxar” e  elogiando  às medidas pró-cracolândia do prefeito Haddad . Um tapa na cara dos leitores da Folha. E , como se não bastasse , na terceira página, lá estava  bem no alto,  um professor de Campinas  com meia página para defender, lógico , a liberação da maconha.Outro tapa . Sem trocadilho.
O que a direção da Folha está esquecendo é que jornal entra na casa das pessoas. E logo de manhã quando a família está reunida no café da manhã Quem assina está comprando um produto que foi anunciado como “o jornal que traz todas as versões do mesmo fato”  Brincadeira, né? Quando o assunto é droga,os jovens editores ignoram  consequências para o corpo, para a mente, para os estudos, para o futuro  e eliminam das matérias estas informações fundamentais em tempos de epidemia no país causada pelo uso de drogas.  Família de usuário, então,  é tema que nem passa pela cabeça dos jovens editores.  Família, pra quê?, devem contestar em suas s reuniões de pauta.
Louvável na Folha a escolha dos articulistas. Louvável na Folha as denúncias em política. Só isso!Que pena! Aliás, parece ironia, mas a Folha de S.Paulo é , entre os jornais, o que menos retrata a cidade. Falar dos problemas dos bairros? Muito pobre. O chic é a globalização.
Sempre torcemos por um jornal de qualidade que representasse São Paulo. Que pena que estamos  perdendo a Folha. Ah, Claudio Abramo, que saudade !” 

Miguel Tortorelli, coordenador da Federação do Amor Exigente, representando três mil pessoas em São Paulo.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014


OS DETALHES MACABROS DA BOLSA CRACK DO PT. OU: EM SP E NO BRASIL, SER VICIADO É MORALMENTE SUPERIOR A SER POBRE. OU: HADDAD CONSOLIDA PARTE DE SUA HERANÇA MALDITA: O CENTRO FOI ENTREGUE PARA SEMPRE A VICIADOS E TRAFICANTES.
Por Reinaldo Azevedo
As palavras são fortes, sim, mas, infelizmente, as coisas precisam ser classificadas segundo aquilo que são. A Prefeitura de São Paulo deu início a um programa que me parece moral, filosófica e tecnicamente criminoso de suposto combate ao crack. Por que “suposto”? De fato, a gestão do petista Fernando Haddad deu início, nesta terça, ao financiamento público do consumo de crack. Agora é para valer: está criada a “Bolsa Crack”. E, como sempre, os que trabalham, os que levam uma “vida careta”, passarão a financiar o consumo dos viciados, que não terão nem mesmo de se submeter a tratamento para receber salário, comida e moradia gratuitas. A cidade de São Paulo se torna, assim, o paraíso dos traficantes e continuará a ser o inferno dos dependentes — mas, agora, em fase de estatização. É isto: a sede estatizante do PT chegou ao crack. O presidente do Uruguai, José Mujica, é um doidivanas, mas é intelectualmente mais honesto.
A primeira grande impostura
Vamos ver o que a Prefeitura decidiu fazer e analisar as medidas no detalhe. O Jornal Nacional levou ao ar nesta terça uma reportagem bastante favorável ao programa da Prefeitura. Faz sentido. A emissora está ligada a grupos e entidades que defendem a descriminação das drogas e se opõem à internação de viciados. Já escrevi posts a respeito. Ok. As pessoas e as emissoras são livres pra ter as suas crenças.
Mas não estão livres dos fatos. O texto do Jornal Nacional começou assim:
“A cidade de São Paulo começou, nesta terça-feira (14), mais uma tentativa de combater o consumo de crack. Dependentes químicos vão ganhar hospedagem, alimentação e emprego.
Os barracos de madeira e lona na região da Cracolândia começaram a ser desmontados durante a tarde. Uma nova tentativa de acabar com a Cracolândia, que concentra dependentes de crack no centro da cidade. A partir de agora, 300 vão receber ajuda desse novo programa.”
Epa! Se o objetivo, como se anuncia acima, é “acabar com a Cracolândia”, então é preciso apontar a primeira impostura: o público volante da região é de… DUAS MIL PESSOAS, NÃO DE 300. Se o programa, então, pretende extinguir a Cracolândia oferecendo emprego, comida e moradia a 300 viciados, cumpre perguntar o que pretende fazer com os outros… 1.700! Uma coisa, pois, é a convicção, a escolha ideológica ou sei lá como chamar. E outra pode ser a verdade. Assim, a primeira grande mentira do programa está no seu alcance. Vai atingir apenas 15% dos frequentadores da área.
E que publico é esse?
A segunda grande impostura
Justamente aquele que passou a construir barracos em pleno logradouro público, no chamado quadrilátero da Luz, nas ruas Helvétia e Dino Bueno e Alameda Cleveland. O leitor de outras cidades e estados talvez não saiba. Com a chegada do PT ao poder na cidade e a determinação da Prefeitura de não mais “reprimir” o consumo de drogas, os viciados voltaram a ocupar hotéis caindo aos pedaços, casas abandonadas, praças e calçadas. E deram início à construção de uma “favela do crack” nas ruas, como se pode ver na foto abaixo.
O programa que agora tem início, pois, busca atender apenas esses viciados. Assim, está para ser provada a tese do Jornal Nacional de que se trata de, como é mesmo?, “uma nova tentativa de acabar com a Cracolândia”. Não! A Prefeitura está tentando é acabar — e ela logo vai voltar, já digo por quê — com a favela do crack que surgiu logo nos primeiros meses da gestão Fernando Haddad.
Não há programa nenhum para as centenas de pessoas que se concentram na praça Sagrado Coração de Jesus. Aliás, até a Guarda Municipal saiu de lá. Agora, aquela praça é dos viciados e traficantes como o céu é do condor.
Ao Jornal Nacional, José de Filippi Junior, secretário municipal de Saúde, afirmou, num tom quase carnavalesco: “O tratamento é pra que essa pessoa reconstrua sua vida. Reconstrua a vida dela e possa ver que ela pode ser feliz. Que possa buscar no trabalho, no emprego, a reestruturação dos amigos, da família e a saúde. Acho que é um passo importante pra isso, buscar o seu bem-estar integral”. É preciso ter estômago forte. De que TRATAMENTO este senhor está falando? 
 A terceira grande impostura
E como é que se decidiu pôr fim à favela? Ora, premiando com emprego, salário, comida e moradia gratuitas aqueles que decidiram criá-la. Eles foram cadastrados e “convencidos” a deixar os seus barracos. Em troca, terão de trabalhar apenas quatro horas por dia na conservação de logradouros públicos, além de dedicar duas horas  a cursos de qualificação. Mas essa segunda parte não é obrigatória. Receberão, a cada dia, R$ 15 — ao fim do mês, note-se, o benefício será maior do que a maioria do que paga, per capita, o Bolsa Família: como sábados e domingos são remunerados, serão R$ 450 mensais. Ser viciado, em São Paulo e no Brasil, é moralmente superior a ser apenas pobre. Entenderam?
A coisa não para por aí. Os viciados do Bolsa Crack de Fernando Haddad terão vantagens que os beneficiários do Bolsa Família não têm: vão morar de graça em hotéis do Centro especialmente preparados para isso, e terão direito a três refeições por dia. A forma de pagamento é a “semanada”: a cada semana, o dinheiro será depositado numa conta, a ser movimentada com um cartão.
Ao todo, o beneficiário terá de dedicar apenas quatro horas do seu dia ao “programa” — que poderão ser seis caso faça o curso. Se começar, sei lá, às 9h, já estará livre às 15h. Pra quê? É uma boa pergunta. Ora, se os que decidiram criar a “favela do crack” receberam como recompensa emprego, salário, casa e comida, o que impede outros de recorrerem aos mesmos métodos para ter benefícios idênticos? Cada um deles custará R$ 1.086 à Prefeitura. O programa do governo do Estado paga, sim, para os que participam do programa Recomeço. Mas eles são obrigados a se tratar, e o pagamento é feito à comunidade terapêutica, não ao viciado.
A quarta grande impostura
O aspecto mais deletério — e eticamente asqueroso — do programa de Haddad é que os viciados não serão obrigados a se tratar. No Jornal Nacional, Luciana Temer, secretária de Assistência Social, dizia orgulhosa: “Foi absolutamente voluntário. Quem quer participar, quem não quer participar. É um grande desafio, mas é um caminho que estamos buscando”.
Isso tudo é música — macabra! — para os ouvidos do que chamo de “militantes da cultura da droga”. No Brasil e em várias partes do mundo, considera-se, no fim das contas, que consumir tais substâncias é uma questão de escolha e de direito individual. Posso até flertar com essa ideia; aceito discuti-la. O que me pergunto, então, é por que a sociedade tem de arcar com as consequências e com os custos quando, digamos, algo dá errado?
Se estamos tratando de uma escolha individual, que cada um faça a sua! Mas não pode morar no logradouro público. Não pode receber um salário por isso. Não pode comer de graça por isso. Não pode morar de graça por isso. Se, no entanto, o estado tiver de arcar com as consequências, então ele tem o direito de fazer exigências.
A quinta grande impostura
Pesquisem, conversem com especialistas. Crack não é maconha. Crack não é cocaína. Crack não é, se quiserem, cigarro, analgésico ou diazepínico, para citar drogas legais. A possibilidade de um viciado deixar a droga sem ajuda médica — e o concurso de alguns fármacos — é praticamente nula. Mais: não existe uma forma, digamos, minimamente digna de conviver com o consumo da pedra. Ela rouba a vontade, os valores, a ética, a moral, tudo.
Tenho lido bastante a respeito. Estudos empíricos, especialmente ligados à área da psicologia comportamental, indicam que a remuneração — em dinheiro mesmo — pode ter um papel importante no tratamento de um viciado. Mas atenção! Para que a tática funcione, são necessárias precondições que absolutamente não estão dadas no caso.
Terapeutas e psiquiatras têm obtido respostas positivas quando passam a remunerar viciados em troca da abstinência. Trabalha-se com a ideia da recompensa — a punição, no caso, é só a cessação do benefício. A cada vez que cumpre etapas de uma sequência de desafios — que incluirão, no seu devido tempo, a abstinência —, é remunerado por isso. Se falha, então não recebe. Mas atenção! Isso se faz em situações de absoluto controle. É preciso que o paciente seja rigorosamente acompanhado. Para começo de conversa, ele tem de estar ancorado numa estrutura familiar ou similar — uma comunidade terapêutica, por exemplo. Não pode respirar um ambiente em que a droga é dominante.
O programa de Haddad fornecerá a dependentes químicos que já romperam laços familiares e de amizade fora do mundo das drogas conforto, comida e dinheiro SEM EXIGIR DELES NADA EM TROCA. De resto, os consumidores da Cracolândia têm renda. Fazem bicos, trabalham como catadores, praticam pequenos furtos… Há pessoas que chegam a consumir mais de R$ 50 por dia em pedras. O dinheiro que Haddad vai lhes fornecer, assim, atuará como uma renda suplementar. Não há um só especialista em dependência química com um mínimo de seriedade que possa endossar isso.
A sexta grande impostura
Atentem agora para uma questão de lógica elementar. Se o programa não exige que o beneficiário faça tratamento contra dependência química, pouco importa, pois, para a Prefeitura se ele consome crack ou não, certo? Está, no fim das contas, ganhando salário, moradia e comida porque resolveu criar uma favela no logradouro público.
Estão dadas as condições para que os chamados movimentos de sem-teto comecem a reconstruir a favela dentro de alguns dias — sejam viciados ou não. Ora, se Haddad oferece benefícios sem nenhuma condicionalidade, por que não atender, então, eventuais pessoas que, não tendo teto, também não consumam drogas? O prefeito não seria perverso a ponto de exigir que as pessoas se tornem viciadas para poder receber o agrado, certo?
A sétima grande impostura
Na campanha eleitoral, o então candidato do PT prometeu um programa de fôlego contra o crack, em parceria com a presidente Dilma Rousseff. Agora vemos o que o homem tinha em mente. Não se enganem: essa história do tratamento volitivo, do “procura ajuda quem quer”, é, no fim das contas, economia de dinheiro. É EVIDENTE QUE É MUITO MAIS BARATO FINANCIAR O VÍCIO DO QUE FINANCIAR A CURA, COMO TENTA FAZER O GOVERNO DO ESTADO. 
Os vigaristas intelectuais no Brasil chamam a essa porcaria de “política de redução de danos”. Pesquisem. A redução de danos — embora eu não a aprove — é outra coisa. O programa da Prefeitura de São Paulo é só uma forma de financiar os viciados para poder desmontar uma favela que já havia se tornado símbolo da gestão Haddad. E que tende a voltar.
Concluindo
No projeto original, não sei se a medida será implementada, os dependentes também teriam direito a… andar de graça nos ônibus — não estou brincando. Vai ver é uma forma de tentar espalhar os viciados cidade afora, sei lá… Já houve quem sugerisse que eles tivessem prioridade em programas de moradia. A cultura de glorificação das drogas é capaz das piores bizarrices.
Não há prazo para os beneficiários deixarem os hotéis. Isso quer dizer o óbvio: não sairão nunca mais. Um tipo de programa como esse, uma vez criado, fica para sempre. E a demanda só irá aumentar. A tendência é que viciados de várias outras partes do estado e do Brasil procurem a cidade de São Paulo. A lógica é econômica. O Centro de São Paulo está para sempre condenado. Esqueçam qualquer processo de revitalização. Nunca mais acontecerá. O PT entregou, para sempre, uma área da cidade ao consumo e, por óbvio, ao tráfico de drogas.
Com um ano de gestão, Haddad já consolidou parte de sua herança maldita. Aguardem: ele ainda tem muitas outras ideias na cabeça.