quarta-feira, 10 de outubro de 2012


Da maconha à esquizofrenia.

Cada vez mais, o impacto do consumo da maconha na saúde pública vem ganhando atenção por parte dos pesquisadores e autoridades. Até hoje seu uso é visto por muitos como recreativo, o que é perigoso. Deve-se ter muita cautela ao discutir o consumo dessa planta, que provoca danos psicológicos como a progressão potencial para outras drogas, dependência, prejuízos no processamento de informações, transtornos de ansiedade e psicose.
Delírio, alucinações, depressão e perda da capacidade de raciocínio são os sintomas mais comuns da esquizofrenia, muito semelhante às sensações proporcionadas pelo uso da maconha. Tida pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) como um transtorno psíquico severo, a doença caracteriza-se principalmente pela alteração no contato com a realidade (psicose) e se manifesta habitualmente na faixa etária entre 15 e 35 anos. E, de acordo com estudos da OMS, atinge 1% da população mundial.
Cerca de 7% da população brasileira já experimentou maconha na vida, o que representa aproximadamente oito milhões de pessoas, segundo Dados do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas feito pela unidade de pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD) da Universidade Federal de São Paulo. Pessoas com predisposição genética para a esquizofrenia são mais suscetíveis à influência da maconha. Seu consumo é capaz de intensificar os sintomas psicóticos desse transtorno, intensifica o reaparecimento de crises e piorar a evolução da doença.
O uso precoce de maconha, especialmente durante a adolescência, é um fator de risco de quadros psicóticos. A dose e a duração do uso podem aumentar o risco de transtornos mentais. Entre estes o pânico, a depressão maior e quadros esquizofreniformes. É preciso precaução quando se considera a maconha menos perigosa do que outras drogas, ainda mais quando os efeitos relacionados ao seu consumo, tais como a psicose, vêm sendo diagnosticados cada vez mais entre seus usuários.

Dra. Larriany Giglio - Médica psiquiatra especialista em dependência química da Clínica Novo Mundo.


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